segunda-feira, 20 de junho de 2011

O NOVO PARLAMENTO

Rodolfo Juarez
Os deputados estaduais que compõem a atual legislatura, já deram demonstração que estão dispostos a mudar o roteiro que vinha sendo seguido durante dos últimos 20 anos.
Percebe-se que alguns deputados estão inquietos com a realidade do parlamento perante a população e isso vem deixando os membros da Mesa Diretora, os dirigentes das comissões permanentes, atentos para as medidas que precisam ser tomadas em um rumo que possa mostrar a disposição dos deputados.
Essas vontades estão muito acima de um quadro que mostre a divisão entre oposição e situação, a disputa entre partidos ou grupos de partidos, a vocação natural para o debate autônomo e próprio do legislativo na distribuição das atribuições dos poderes do Estado.
Os deputados estão procurando entender que devem assumir a orientação das futuras decisões legislativas, chamando de volta para a Assembléia Legislativa atribuições das quais havia aberto mão, para garantir a independência na fiscalização e no controle do Estado, possibilitando a compreensão daquilo que a população fala nas ruas.
Interpretar o que o povo está imaginando para o desenvolvimento do Estado precisa de atenção e tempo.
Os deputados estão pretendendo que isso volte a ser uma realidade. Sabem eles que conter os avanços de erros na administração pública lhes cabe e que não podem estar atrelado a qualquer condicionante, inclusive à condicionante econômica.
A independência dos poderes precisa ser reconquistada.
Não adianta deixar flancos para aqueles que não se conformam com os seus limites e, mesmo sabendo deles, opta por desobedecê-los, pois sabe que do outro lado estão autoridades impotentes, seja pela prática gerencial ou pelo costume social.
A situação é tão grave que a palavra harmonia, que está na Constituição Federal e que se reporta às relações entre os poderes do Estado, passou a ser uma identificação pejorativa de comportamento, retrato de uma realidade que precisa ser modificada e que, entretanto, não é interessante para alguns que precisam encobrir as suas mediocridades sobe a cortina dos erros de governo.
Há as dificuldades locais como, por exemplo, o completo desligamento político entre os deputados estaduais e os deputados federais e senadores. De costas, uns para ou outros, interrompem discussões que poderiam evoluir para questões nacionais.
Conformam-se, os dois grupos, em se juntarem durante as campanhas onde os aliados se vêm como adversários e os adversários chegam a alinhar-se como aliados nas disputas eleitorais.
Os deputados estaduais se ocupam, durante as sessões plenárias, em analisar, em bloco (não sei que análise é essa), requerimentos, indicações e monções que não têm qualquer repercussão prática para a população e deixam sem discussão os problemas estaduais como a melhoria no fornecimento de água, projetos de tratamento de esgoto, definição de políticas pública para setores importantes como turismo, indústria, mineração, meio ambiente.
Essa virada no comportamento dos deputados estaduais, além de ser importante é necessária para que o Estado do Amapá possa iniciar uma fase onde os interesses da população possam ser colocados antes dos interesses de poucos.

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