Rodolfo Juarez
Faz
tempo que o Estado do Amapá está procurando um rumo para o seu desenvolvimento
e, mais que isso, para a consolidação de uma proposta que dê confiança aos
investidores e garantias para que isso seja uma realidade à médio prazo.
Não tem
sido fácil definir esse caminho. As dificuldades se amontoam desde quando o
Amapá foi transformado de Território Federal em Estado pela Constituição de
1988. Aqueles que podiam encaminhar o desenvolvimento se valendo das questões
diretamente relacionadas com as justificativas da transformação.
Mas não
aconteceu assim!
As
dificuldades só fizeram aumentar desde lá. Os governantes se atrapalharam e
ainda se atrapalham quando esse assunto precisa ser tratado com objetividade,
considerando que as mudanças podem ensejar prejuízos políticos para este ou
aquele grupo que fez dos cargos eletivos meios de sobrevivência finaceira.
Essa
interpretação foi decisiva!
As
chances de darem certas as propostas ficaram anuladas pelo egoísmo e pela falta
de preparo das equipes que assumiram as responsabilidades do desenvolvimento
local a partir do chamamento público, que não poderia ser substituído por
qualquer outro, pois, lá estavam todas as chances para o desenvolvimento.
Os erros
vieram se acumulando e crescendo. Os passos dados acabavam sendo interrompidos
sempre pelo governante que assumia e os prejuízos foram se somando e alcançando
montanhas de entulhos que de nada serviam, mas que estacam e prejudicam as
tentativas para alterar o que o Estado poderia oferecer de garantia e,
principalmente, de desembaraço para o capital.
Os
sonhos variados e inviáveis ocuparam a cabeça dos governantes. As chances para
o desenvolvimento se acabavam e continuam se acabando no desprepara ou inexistência
das equipes de planejamento para o desenvolvimento. Elas se aplicaram no
exercício do desenvolvimento do governo esqueceram-se do desenvolvimento do
Estado que aguentou até o limite que cada vez se tornava mais exigente e mais
caro.
Até que
os problemas da maior empresa pública, com maior número de ações do Estado, a
Companhia de Eletricidade do Amapá, se tornaram insuportáveis e obrigaram ao
Estado tomar emprestado um bilhão e quatros milhões de reais para equilibrar o
balanço patrimonial da empresa para dela se desfazer, sem antes procurar uma
série de desculpas que apenas prejudicaram, ainda mais, as condições do Estado.
Depois
vieram os empréstimos para investimento como o objetivo de justificar o
endividamento. As aplicações propostas nas justificativas para autorização do
empréstimo não estão sendo seguidas e, mais uma vez, os resultados não conferem
com o que foi prometido.
Esses
empréstimos de maior monta se juntam ao outros de menor volume, mas igualmente
comprometedores, em longo prazo, das receitas de transferência do Estado que
ficam dessa forma, sem recursos orçamentários para cobrir as seus compromissos
e, certamente, os investimento que o desenvolvimento exige.
A
espiral está formada. A força que movimenta a capacidade de ação do estado está
comprometida e as relações externas, principalmente para atração de capital,
cada vez mais se tornam raras e asfixiando a capacidade de injeção na frágil
economia de mercado que se pratica no Amapá.
As esperanças de modificação sempre estão
abertas. Por outro lado os indicadores não são favoráveis e o nível de
confiança prejudicado contribui, ainda mais, para a estagnação e o atraso no
desenvolvimento que é tão esperado e está demorando tanto.
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