quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A meta

Rodolfo Juarez
O final da semana que passou a violência mostrou quanto está intensa a sua presença no Amapá. De nada adianta as autoridades escamotearem as informações ou abastecerem os bancos de dados com informações que não retratam a realidade social que a sociedade amapaense está experimentando.
Morreram mais de uma dezena de pessoas por morte violenta!
O que isso representa? Porque isso está acontecendo?
São questionamentos que precisam não apenas de respostas, mas de detalhado estudo, pois, o contribuinte, através dos tributos, paga muita gente para garantir a segurança pública que não pode ser um item de uma campanha política ou uma referência da eficiência do servidor público da área da segurança.
Os responsáveis pelo setor precisam fazer uma análise do que está acontecendo, encontrar uma forma de combater a criminalidade que seja duradoura, confiável e que evite as desavenças entre os profissionais, servidores do Estado, que precisam estar, todos do mesmo lado.
Discutir que os percentuais de subida ou queda das estatísticas não pode servir a argumentação das autoridades que administram a segurança pública, não pode ser indicador de satisfação ou eficiência no serviço se, pelo menos uma morte violenta foi anotada.
A meta deve ser morte violenta zero!
De nada adianta a satisfação estatística dos gestores, o que interessa é a felicidades das famílias. Pode-se assegurar que muitas famílias choram pela dor da perda, pelo inesperado incidente e por não ver-se amparada e garantida pelo Poder Público, que dá a impressão que não está interessado em evitar o sofrimento, mas simplesmente, em defender-se perante o “chefe”.
O pico de mortes violentas havidas no final da semana passada demonstra que ninguém tem o controle de nada na segurança pública. Até mesmo o respeito à sociedade está se perdendo quando se refere ao sistema que o setor público dispõe.
Unir todo o mundo da defesa social no Amapá, encontrar o entendimento entre os setores administrativos e operacionais, definir uma estratégia eficiente para os operacionais executarem, deve ser, por enquanto, a meta das polícias fardadas ou não, doutra forma, até mesmo os exageros como os da semana passada, entrarão no cotidiano da população e desacreditarão, ainda mais, a ação dos órgãos responsáveis pela defesa e tranquilidade do cidadão.
Focar nos resultados da semana que passou e estabelecer metas, em números absolutos a partir daqueles apurados de quinta a domingo, pode ser uma estratégia que se torne eficiente.
Não fanfarrear resultados falsos, sendo duro no anúncio dos resultados reais, também pode contribuir para, quem sabe um dia, voltar a contar com o apoio da população que anda escasso e em queda.
Se não, declarar a independência das forças de segurança, com os seus gestores tendo mandato outorgado pela população, será o caminho único.

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