domingo, 17 de agosto de 2014

Horário eleitoral gratuito

Rodolfo Juarez
Este é o último domingo, antes da eleição do dia 5 de outubro, que vai passar sem os comentários sobre o desempenho dos candidatos nos programas gratuitos de rádio e televisão. Isso porque, a partir do meio da semana começam as propagandas dos candidatos para convencer o eleitor a votar neles.
Este ano, mais até que os outros, o eleitor está na expectativa dos programas que serão levados ao ouvinte de rádio e ao telespectador de televisão e se justifica essa apreensão pela forma como os partidos políticos e os seus dirigentes utilizaram os espaços que lhes foram concedidos na televisão para apresentação de programas de 10 ou 5 minutos e as inserções.
A comparação será feita inevitavelmente. Afinal de contas há um desalento com relação ao tipo de comunicação que os partidos e os políticos utilizam para pensar a realidade, sempre muito mais favorável do que aquela vivida no dia a dia pela população.
Em alguns momentos, principalmente na propaganda oficial, o exagero chega a ultrapassar os limites da coerência e apresentar a cidade ou o estado com condições que não são experimentadas pela população que vive na cidade ou no campo real.
As equipes de divulgação passaram a utilizar critérios que ultrapassam o bom senso e se não vão além da boa fé, mas fica muito próximo da má fé, em uma atitude que desagrada e descredibilisa as próprias divulgações que, certamente, são tomadas com o objetivo de agradar o contribuinte e valorizar o trabalho daqueles que lidam com os recursos públicos.
Por essas e outras que há uma expectativa fora do normal com relação aos programas gratuitos e de divulgação eleitoral, no rádio e na televisão.
Começa dia 19, terça-feira, e os candidatos que seguirem a mesma linha das divulgações oficiais perderão a credibilidade e terão muito mais dificuldades para firmar as suas propostas, por melhores que possam parecer.
É um momento em que o zelo das coordenações de campanha deve ser redobrado para que os horários sejam ocupados sem promessas ou ataques ou que sejam apenas repetições do que já se tornou conhecido, mesmo que sejam com outras imagens, mas se tiverem o mesmo sentido, o risco de não dar certo é muito grande.
E são muitos os candidatos que estão apostando tudo nos programas gratuitos que farão veicular no rádio e na televisão.
Os que pensam assim têm toda a razão, afinal é a última cartada legal antes da votação. É o momento para mostrar-se, de corpo presente ao eleitor, dando oportunidade para que haja a definição dos indefinidos e, até, mudança para aqueles que repensarem o seu apoio.
Os programas irão até a antevéspera da eleição, tempo suficiente para que todos os candidatos se apresentem.
Para alguns haverá mais dificuldades de que para outros. As coligações ou os partidos (no caso de estarem “solteiros” na disputa) são os responsáveis pela definição de quem e quando cada candidato vai aparecer principalmente nas eleições proporcionais. Nas eleições majoritárias (para governador, para presidente e para senador) cada candidato já tem o seu tempo definido pelo próprio Tribunal Regional Eleitoral.
Se os candidatos e os partidos souberem tirar proveito dos programas, como mensagens adequadas, poderão ter sucesso. Doutra forma, poderão irritar o eleitor e jogar todo o trabalho no lixo.

Ah! Os domingos serão o único dia da semana sem os programas eleitorais gratuitos no rádio e na TV.

Nenhum comentário:

Postar um comentário