sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Segurança pública independente

Rodolfo Juarez
Outra vez está em debate a segurança pública que é oferecida à população do Estado do Amapá. Mais uma vez os índices “falam” despertando as interpretações contraditórias das autoridades. Interpretações cada vez mais confusas e que discutem o nível exagerado da violência que atualmente é registrado nesse estado.
Há de se reconhecer que as tentativas têm sido variadas, diversificadas, mas todas, entretanto, com um forte viés amador, que não permite a mutação da estrutura policial preventiva e nem se dá espaço para o desenvolvimento do que se tornou comum chamar a “inteligência da polícia”.
A vinculação ao Governo do Estado parece o maior problema.
Independentemente da força a que se esteja referindo, a educação policial está distorcida, com forte tendência a defesa do governo de plantão e não à população do estado.
Os comandos e as direções não se sentem à vontade para praticar uma política policial isenta, longe das amarras providenciadas pelo “rei” de plantão que, de vez em quando, está lembrando que quem nomeia e autoriza as promoções é o “chefe”.
Há um impedimento para que a sistema de segurança aja pelo interesse de todos e as questões que são de estado se transformam em questões de governo.
Seria diferente se as forças de segurança social (polícia civil, policia militar, policia federal, corpo de bombeiros) ficassem isento dessa gangorra do cargo de confiança. Afinal de contas a compreensão da segurança pública não pode depender do governador e o estágio atual, precisa que o sistema público de segurança procure o seu caminho, pois, os indicadores demonstram, claramente, que todo o sistema está sem rumo.
Infelizmente as comparações feitas com o sistema de segurança estaduais obrigam aos analistas a lançarem mão de dados extremos, inaceitáveis, mas que são reais e, mesmo horrorizando a população e os próprios comandos, não mudam de rumo e nem alteram a rotina.
As declarações intestinas feitas pelos dirigentes das entidades de classe, sindicatos ou associações, são esclarecedoras, mas, estarrecedoras quando são apresentadas as condições de trabalho dos profissionais do sistema, sejam dirigentes ou dirigidos.

A independência do sistema para a prática de uma política estratégica de interesse da população necessita que as corporações sejam claramente definidas na sua proposta de ação, atuando na defesa dos interesses da sociedade e não na defesa dos interesses, as vezes inconfessáveis, dos governantes de plantão. 

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