Rodolfo Juarez
A
meia-noite de sábado para domingo os relógios serão adiantados em uma hora em
algumas regiões do país. No Amapá teremos duas meias-noites no sábado.
Na
prática, para nós do Amapá as mudanças são muito mais consequência da
desigualdade regional - física e econômica -, do que por qualquer outro motivo.
Mas que
vai ser um transtorno para a população isso vai.
Bancos
e horários da televisão são o que mais chama a atenção da população e nada da
economia de energia que motiva a providência tomada pelo Governo Central. Em
alguns estados da federação houve disputa entre os seus dirigentes para definir
qual horário seria adotado.
Por
aqui, no Amapá, o assunto nunca foi polêmica, até porque a população sente
muito mais a alteração no lazer do que na economia ou no aspecto físico do dia.
Mesmo
assim movimenta a paciência da população.
O Amapá
ainda é visto como sem importância pelos dirigentes nacionais. Para aqueles
dirigentes pouco importa o que os amapaenses pensam sobre o assunto.
A
influência do nosso comportamento para diminuir o consumo de energia é nenhuma
e isso basta para que os que pensam para o Brasil. O que é profundamente
lamentável.
As
desigualdades regionais, apesar de todo o discurso, continuam sendo aumentadas
e provocando um abismo intransponível entre os mais abastados e os menos
abastados. Claro que somos os menos abastados.
Então
isso remete a uma condição que serve de discurso para demonstrar que a região
norte, por exemplo, está sendo integrada na economia nacional. As usinas
hidrelétricas, que estão alterando completamente o ciclo de vida dos rios, da
flora e da fauna que o cercam, em troca de menções insignificantes.
A
energia gerada aqui na Amazônia vai direta para o que chamam de distribuidor
nacional, perdendo a sua origem, de forma proposital, para que ninguém cobre
pelos danos que por aqui fica.
Por
aqui, contam com alguns integristas que facilitam as coisas, seja na elaboração
dos relatórios de impacto ambiental, seja nos estudos de impacto ambiental ou
na operação dos empreendimentos.
A
geração de energia feita na Amazônia – só o Amapá vai gerar um milhão de
megawatts – vai entrar para uma conta comum exatamente para não especificar
onde está sendo gerada aquela energia. Passa a ser propriedade administrativa
do operador nacional.
Enquanto
isso os paulistas reclamam que a falta d’água em São Paulo é culpa da população
da Amazônia, que “deixa derrubar as florestas”.
Isso é
uma mostra o quando estamos a cada dia e cada ano, mais distante das regiões
brasileiras que recebem estação de passageiros, aeroportos, metros e transporte
de massa muito mais em conformidade com a realidade dos trabalhadores.
Para o
Amapá, por enquanto, nem o resto, apenas migalhas!
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