segunda-feira, 27 de abril de 2015

Aniversário da minha mãe

Rodolfo Juarez
Na terça-feira, dia 28 de abril de 2015, minha mãe completa 87 anos. Ela o natural centro de atenção de toda a família com toda a sua força e com a grande capacidade de atrair os descendentes, estará, mais uma vez, animada ao seu jeito, para receber os parabéns dos filhos, netos, bisnetos, noras, genros e todos os que estão na teia desta grande família.
Dona Raimunda Pureza Juarez além de conter todas as referências de uma guerreira, ela faz de cada dia um momento para viver, orientar, dar exemplo, juntar.
Gosta de ver todos alegres, o que convenhamos, com tanta gente ao redor, ainda com 11 dos 12 filhos, precisa de muita compreensão para entender cada um.
Sabe que avida tem seus limites a cada etapa. Uns mais exigentes, outros nem tantos, mas há todos eles a minha mãe sabe controlar e ainda apresentar a solução para aqueles que precisam de uma luz no começo do túnel.
Os onze filhos serão os que estarão na primeira fila, garantindo o quórum máximo e os filhos dos filhos na segunda fila ou no segundo monte, fazendo parte da plateia mais feliz do dia.
Os amigos dela, os amigos dos descendentes dela e todos olharão para aquela senhora e verão a força que ela carrega. O interesse que ela ainda tem em viver, em querer estar disposta para ser alegre e surfar na felicidade.
Certamente não terá como escapar das lembranças do esposo querido e do filho que mimou por tanto tempo, mesmo nesse momento haverá esforço de cada um de nós para manter o clima, garantir que ela mantenha a superação que garante que tem desde os momentos da separação definitiva.
Não sei o que ela vai dizer da cidade que tanto ama e da qual tanto lembra. Não sei que avaliação fará. Mesmo assim todos nós ficaremos atentos às exclamações e aos questionamentos que sempre faz e os faz com objetivo, responsabilidade e muita, mas muita tranquilidade.
Minha mãe é assim. Forte, alegre, vencedora de todas as corridas que a vida lhe impôs. E, em todas as chegadas, se mostra disposta a continuar, a avançar, completar o que falta e garantir que tudo o que faz, faz certo. Afinal de contas, tudo o que faz tem que fazer certo porque precisa manter o nível, garantir a atenção, comandar a todos e dizer o que é e o que não é para fazer.
Essa mulher, nascida nas entranhas da floresta, tem a bravura de cada um daqueles que tomou conta da fauna e da flora para todos nós que agora tomamos o açaí, comemos o peixe, apreciamos o camarão e gostamos de farinha grossa.
Ela é uma dessas pessoas que preferia catar a ucuúba da água, o pracaxi de debaixo da árvore, a andiroba, o muru-muru e o xuru. Com o seu paneirinho selecionava o taperebá, o maracujá e o bom buriti. Cuidava bem das galinhas de quintal, principalmente das 40 para o período do resguardo de cada um dos filhos. As poedeiras não podiam ser abatidas e as defendia das cutias, pacas e araras que habitavam conosco.
Mamãe era assim, mas não gostava do japiim e nem dos ninhos desse pássaro. Dizia que eles não têm qualquer higiene e não gostam de água. Ah! Falando nisso, lembrei-me dos patos e paturis que criava.
 Minha mãe é esse mundo, incapaz de ser completamente descrita, tanto é o amor que demonstra por todos nós.

Estamos alegres demais e emocionados por estar com a Dona Raimunda, minha mãe, a mesma que me ensinou que a vida é cheia de desafios e que nós temos que vencer a cada um e, de preferência, um de cada vez. Parabéns minha mãe! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário