Rodolfo Juarez
Demorou
muito para o Governo do Estado fazer o dever de casa reduzindo o tamanho de
suas despesas e o tamanho do Governo.
Não foi
o corte que precisava ser feito. Possivelmente faltaram ao Executivo estadual
as condições políticas para diminuir o tamanho da administração estadual ao
tamanho da receita que será apurada até o final do ano.
Mesmo
assim dá para se imaginar como sendo um bom começo considerando, inclusive, a
comunicação que foi feita durante o anúncio das medidas que afirmou que ainda
estão em estudos outros cortes importantes e absolutamente necessários.
O ano
está terminando e o que todos percebiam está se confirmando: a receita estimada
para 2015 não se confirmará e serão contabilizados - a menor -, tanto as
receitas de transferências constitucionais como as receitas próprias,
decorrentes dos tributos locais cobrados e do imposto de renda retidos na
fonte, entre outros.
A
redução do salário do governador, do vice-governador, dos secretários e dos
secretários adjuntos tem um efeito político forte, muito mais forte do que o
efeito orçamentário. Na prática pouco contribuirá para diminuir o “rombo”, mas
será uma demonstração de que é preciso que todos compreendam o que está
acontecendo com as receitas previstas para o orçamento desse ano.
A área
econômica e de planejamento do Governo do Estado é que não transmitiu segurança
nem no que fez e nem no que pretende fazer para assegurar governabilidade e
efetividade administrativa.
O
redirecionamento da proposta do orçamento público para 2016 pode ser
considerado o ponto mais importante, com a redução do tamanho das vontades ou
necessidades transformadas em programas. Já está claro que as necessidades da
população são muitos maiores do que a capacidade de realização do Governo que
não consegue atingir o objetivo anunciado na campanha que o tornou o candidato,
ao governo, mas votado e com direito de receber o mandato.
Agora é
preciso enfrentar as dificuldades de frente e não ficar na retaguarda esperando
que os problemas se alinhem e se mostrem um a um para serem resolvidos. A
pequena redução do tamanho do Governo não é suficiente para adequá-lo ao
tamanho da receita e da capacidade produtiva dos servidores públicos.
Nesse
momento é preciso fazê-los compreender os detalhes da medida e os seus
objetivos. Não dá para imaginar que o conhecimento é automático, pois, não faz
tempo a mesma equipe que agora alega os problemas, afirmava que tinha a solução
para cada um deles de forma definida e cristalina.
A dívida
pública, que já assustava os que tinham a preocupação de acompanha-la e
analisar as suas influências na capacidade de realização do Governo do Estado,
pela primeira vez foi destacada como uma questão que precisa ser acompanhada de
forma profissional, sabendo que os erros podem levar ao sacrifício da
administração e também do povo amapaense que já sabe que deve esta conta até o
ano de 2034.
Tivessem
os responsáveis pela administração, desde o ano passado quando começou a se
desenhar o quadro atual, se preocupado com último quadrimestre deste ano, era
bem provável que a forma de enfrentar os problemas seria mais eficientes e os
resultados já estariam sendo favoráveis à população.
A
espera não serviu para nada e para ninguém!
Todos
precisam reconhecer que o Amapá está em crise. Que as receitas previstas não
irão se realizar e que, por isso, serão inevitáveis os cortes em projetos e
possivelmente programas que são importantes para a população.
A
principal cabeça do monstro ainda não está abatida. A cabeça do Governo é muito
maior do que o corpo que dispõe para sustenta-lo o que o deixa desequilibrado,
vacilante e com dificuldades para alcançar os objetivos traçados.
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