sábado, 24 de outubro de 2015

Plano mal feito

Rodolfo Juarez
Um momento de crise sugere criatividade, exploração de conhecimentos, tentativas de êxito e, principalmente, personalidade.
De pouco ou nada adianta reclamar de situações sobre a qual pouco ou nenhuma influência tem qualquer executivo ou gestor, para modificar o rumo tomados pelas novos elementos gerados em situações externas e que foge, completamente, a qualquer possibilidade de influência do prejudicado.
É natural que se noticie, alardeie até, as consequências dos problemas para os quais não houve contribuição local, ou sobre os quais não se tem qualquer possibilidade de modificação.
Ora, se as receitas esperadas não estão sendo atingidas, obviamente que não haverá condições para atender os planos de despesas estabelecidos em qualquer instrumento de controle ou orçamento.
Controlar o que não está sob o domínio direto da Administração é impossível!
A proposta inicial de realização – Plano de Gastos – quando não se confirmam os recursos de financiamento, precisa ser alterada imediatamente. Não há alternativa. A intervenção do administrador (ou gestor) precisa ser imediata, sem rodeio, fundamentado em documentos de conhecimento de todos.
Não é correto esperar por suplementação que não vem, por financiamentos duvidosos ou realizar despesas sem a certeza prática de que haverá recursos para honrar todos os compromissos assumidos.
As equipes econômicas e de planejamento precisam estar atentas e não podem estar envolvidas com a gestão, atuar contingenciando despesas ou dizendo que pode gastar isso ou aquilo, sem que haja o convencimento do executor de forma completa e com entendimento perfeito da situação.
Como está, nem mesmo os decretos governamentais são seguidos. Ora, quando é decretada uma providência, a execução da medida deve ser inerente ao comportamento dos gestores que, no caso atual do Governo do Amapá, não é observado, ao contrário, a maioria procura retardar ao máximo a providência autorizada, sempre olhando para o lado para saber se o seu “vizinho” está cumprindo a ordem.
Esse conceito também não chegou a ser desenvolvido com os órgãos do Estado que continuaram executando o orçamento prometido sem atentar para as alterações que estavam se procedendo do lado da receita.
O caso havido entre o governador do estado e os deputados que se declaram integrantes do que chamara de “grupo independente” foi exatamente isso.
Acostumado a excesso na arrecadação, houve o acerto para os repasses por conta desse excesso arredado que não se confirmou, então, com a aproximação do final do ano e com isso a necessidade de fechar a coluna de repasses, sem que tenha havido o excesso prometido, os auxiliares do governador tiveram que achar uma desculpa para apresentar aos deputados que ficaram em dificuldades e reagiram, não contra a dificuldade, mas contra a promessa mal feita e que descredibilisa a própria palavra de importantes agentes públicos.
Tudo isso poderia ter sido evitado se a equipe de planejamento e de ajuste fiscal, que é pago pela população para fazer isso, houvesse, no tempo certo alertado o chefe do governo com relação às perspectivas do orçamento aprovado para 2015.
Agora, o problema está criado e é preciso alguém habilitar-se para resolvê-lo para que o grande prejudicado não seja o povo do Amapá.

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