Rodolfo
Juarez
Entre
tantas crises mais uma está criada. Esta entre os dirigentes da Companhia de
Eletricidade do Amapá e os consumidores que têm contrato com a empresa para
fornecimento de energia elétrica.
Não se
trata de razão ou motivo, se trata do pouco caso, a partir da empresa de
energia, no que se refere ao tratamento que deveria oferecer aos consumidores.
Como se
não bastassem as condições como a CEA foi federalizada, os dirigentes que assumiram
a direção da empresa não tiveram a sensibilidade para entender a situação e,
principalmente, o sacrifício a que foram expostos os consumidores, quando das
tratativas mal feitas e prejudiciais para os consumidores.
Vale
destacar que os consumidores em nada contribuíram para o péssimo resultado
obtido pelos que ficaram responsáveis pela administração da empresa que,
inclusive, tornaram sistemático o não pagamento da geradora de energia,
enquanto os consumidores eram cobrados por cada kilowatt consumido.
Recolhidos
às salas com ar condicionado do prédio da administração da empresa, os
dirigentes pós-federalização pouco se importaram com os consumidores que
estavam do lado de fora das salas e, apenas pretendiam que assumissem as
responsabilidades por tudo de errado ocorrido na gestão da CEA.
Como se
não bastassem os aumentos ditos recuperadores da tarifa real, o consumidor
amapaense ainda teve que responsabilizar-se pela energia de fonte
termoelétrica, considerada mais cara, que a CEA passou a comprar como integrante
do “sistema nacional” que passou a ser justificativa para tudo.
O preço
de qualquer produto ou serviço é decorrente: ou da margem de lucro que a
empresa fornecedora pratica, ou do sistema de compra que utiliza.
A CEA
alega que compra a energia mais cara e por isso tem que vender mais cara. Ora,
ninguém tem nada a ver se a CEA assume a compra de energia mais cara. O Amapá
gera, atualmente, muito mais energia do que consome, isso quer dizer que não
precisaria fazer qualquer compra de energia mais cara.
O
consumidor vê apenas as suas notas de cobrança, emitidas pela CEA, com valor
cada vez maior e exigindo uma capacidade de pagamento que o consumidor não tem.
É suficiente lembrar que, bastaria isso para que o consumidor merecesse da
empresa melhor explicação por cada centavo que seja inserido na sua costumeira
conta.
Nenhum
consumidor está se negando a pagar a conta do que consome atualmente. O que ele
não concorda e em pagar todos os mal feitos de uma mesma empresa que obrigou o
mesmo consumidor a ficar devendo um bilhão e quatrocentos milhões de reais,
repassados para abastecer as contas da Eletronorte, uma empresa pública, e
ainda ficar sujeito ao que os atuais dirigentes da empresa fazerem o que eles
acham que precisam e devem fazer.
A
criação do movimento todoscontraacea é muito mais o resultado do desafio que a
CEA fez para os seus consumidores do que a vontade dos consumidores em criar
problema para a empresa.
O
consumidor não concorda com o a forma como a empresa se relaciona com ele e se
revolta com o tratamento que recebe.
A
empresa tem um débito social imenso que se reflete atualmente na qualidade do
serviço que presta, no qual ninguém confia e não transmite a certeza que uma
empresa séria deve passar para os seus clientes.
Se não
houver uma mudança na forma de se relacionar com o consumidor a Companhia de
Eletricidade do Amapá corre o risco de entrar para o rol das empresas
indesejadas pelos clientes e, assim, seguir por um caminho difícil, tanto para
a empresa como para seus dirigentes.
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