sábado, 28 de novembro de 2015

O Orçamento do Estado para 2016

Rodolfo Juarez
Os deputados estaduais estão no processo de construção do orçamento público para o ano de 2016.
Antes, em meados deste ano, os mesmos deputados já aprovaram a Lei de Diretrizes Orçamentárias, definindo a espinha dorsal do documento. Agora é o serviço de elaboração da Lei do Orçamento Anual, instrumento insubstituível na orientação dos gastos da Receita Pública.
O momento é oportuno para se modificar essa “cartilha” que, afinal de contas é o instrumento mais eficaz na gestão do dinheiro decorrente da arrecadação dos tributos pagos pelos contribuintes aqui no Amapá e através da União.
Como não tem um plano de desenvolvimento para seguir, ou outro qualquer instrumento a não ser o Plano Plurianual, elaborado pelo Governo para servir de orientação, durante os próximos 4 anos, para todos os gastos do Estado, resta inserir na Lei do Orçamento Anual também os mecanismos de controle dos gastos e inibidores de artifícios sempre usados pela Administração Estadual como, por exemplo, o contingenciamento.
Os deputados precisam deixar às claras as obrigações dos executores com relação ao cumprimento da Lei de Acesso a Informação, para que todos os movimentos sejam acompanhados por analistas que abastecerão a população das informações enquanto os órgãos do Estado não entenderem que têm essa obrigação.
Deixar claro, também, que para haver qualquer alteração na execução do orçamento é indispensável, para a efetivação, a aprovação legislativa pelo mesmo quorum que aprovou o orçamento. Isso evitaria os contingenciamentos que, em última análise, é uma mutilação à distribuição da receita arrecadada pelos diversos elementos de despesa aprovada.
O exemplo dado este ano é suficiente para mostrar que o orçamento não é levado a sério, como não é levado a sério o trabalho que os deputados têm para conhecer, alterar, votar e aprovar a principal peça administrativa e de planejamento a que o Estado se reporta.
Deixar bem claro que repassar aos poderes a mais ou a menos do que está estabelecido na Lei do Orçamento é terminantemente proibido e que não está no rol da discricionariedade do governador e de qualquer dos seus auxiliares.
As modificações precisam ter aprovação legislativa e estar devidamente transformada em Lei.
Os técnicos que elaboram o orçamento o fazem tomando por referência apenas a perspectiva da variação da Receita, não dispondo de elementos técnicos, suficientemente seguros, que possam retratar a atualidade do Estado ou a política de desenvolvimento.
As propostas que desembarcam no legislativo amapaense são repetidas a cada ano, com alteração de números e com os mesmos vícios de outros exercícios, a não ser que, ali esteja inserido algo que contrarie a legislação, principalmente aquela que trata da transparência ou ao acesso a informação.
Apesar das dificuldades de momento, a resposta para todos vem no que está previsto arrecadar como receita da transferência constitucional, principalmente na rubrica FPE onde as perspectivas são de superávit.
O Amapá não suportaria perder mais um ano, pois o momento é diferente, devido o pessimismo com que termina o ano de 2015 que, provavelmente, apesar de toda a despesa que será contabilizada, os avanços anotados serão muito poucos, para a população que cresce em percentuais maiores que o dobra do crescimento da população nacional.
Um orçamento bem feito é o que o Amapá precisa para obrigar aos executores fazer uma boa gestão do dinheiro dos tributos.

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