quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A confusão monumental na saúde pública do Estado do Amapá

Rodolfo Juarez
Ninguém está conseguindo entender a estratégia que a Secretaria de Estado da Saúde, através dos seus gestores, vem tentando implantar para atender as pessoas, principalmente as pessoas doentes, que procuram as unidades de saúde do Estado, especialmente o Hospital de Clínicas Alberto Lima, o Hospital do Pronto Socorro, o Pronto Socorro Infantil e a Maternidade Mãe Luzia.
É claro que as demais unidades são importantes, como as localizadas nos municípios de Santana, Laranjal do Jari, Oiapoque, entre outras. Mesmo assim os erros gerenciais se repetem apesar de não se ver qualquer sentido de cogestão entre estas e aquelas Unidades de Saúde.
Parece que há um distanciamento incompreensível entre os problemas e as soluções; entre os profissionais de saúde e os pacientes; entre estes profissionais de saúde e os profissionais da gestão. A confusa instalada é monumental.
O episódio das filas para marcação de consulta é um exemplo acabado disto. Parece que todos sabem qual é o problema, mas não acertam nunca quando vão buscar uma solução. A justificativa para o fato passa a ser a mais repetida, a mais fácil, mas também aquela que todos sabem que não é verdadeira: a incompreensão dos que procuram as casas de saúde do Estado.
Se quisessem resolver o problema bastava instalar barracas de campanha entre as pessoas que querem senha para consulta e ao invés disso, colocassem na frente deles, os que estão na fila, o profissional de saúde para atendê-los.
É cruel ver pessoas que estão à espera de uma senha para consulta, sem qualquer segurança de vai ter essa consulta, esperando por 30 horas na fila. Isso é um absurdo, não é razoável em qualquer circunstância e indica uma completa falta de planejamento e uma desvontade que só ali se vê.
Os pacientes que têm sorte e força para continuar na fila, quando recebem a tal senha para a consulta, não têm a certeza de que vai ser consultado, pois nem sempre o médico pode atender, e aqueles que são atendidos passam para outra fase – a fase do medicamento – vão para a outra fila, a da farmácia do hospital, onde quase sempre não tem os remédios receitados e nem o dinheiro para compra-los.
Perceba: o paciente entrou na filha da senha, conseguiu a dita senha, foi consultada e agora, se não tiver o dinheiro para comprar o remédio que não tem na farmácia, de nada adiantou.
E ai começa tudo de novo porque a doença não se foi e o contribuinte continua doente, precisando da senha para avançar, do médico para consultar e do remédio.
E ainda precisa do retorno... Outro desafio!
Cenário semelhante se verifica para as cirurgias, para o tratamento fora de domicílio, para o atendimento de emergência, etc. As carências, nestes outros casos, são inclusive de material para próteses, cirurgias e vagas nas salas de recuperação ou espera que implica no improviso dos corredores.
O atual secretário, Gastão Calandrine, precisa ser pragmático no tratamento de cada um desses casos, exigir que, pelo menos o trivial seja feito e, na saúde, o trivial é conter a dor e dar esperança para quem procura o Sistema de Saúde do Estado.

As desculpas não cabem nesse momento e nem resolvem os problemas das pessoas, daqui ou de outro qualquer lugar, que procuram o atendimento nas Unidades.

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