quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A volta da publicidade pela publicidade

Rodolfo Juarez
Depois da Administração Pública no Estado do Amapá ter atingido o seu ponto inferior de inflexão, com as situações que levaram a avaliações de pré-calamidades e que implicaram em decretação de situação de emergência em parcela significativa da própria administração, os gestores públicos procuram - e não encontram -, uma saída que poderia acalmar a ansiedade da população.
As dificuldades alegadas pelo Executivo Estadual e que desafiam o processo de gestão não estão encontrando a saída esperada pelo governo e pela população, começam a preocupar alguns daqueles que perceberam a enrascada em que o Estado está metido e falta de saída para a retomada, primeiro da confiança, depois da própria administração objetiva.
Por enquanto o que se observa é um grupo da gestão que se colocou na condição de observador e outro que está insistindo em propostas que não têm qualquer garantia que poderão ser o caminho para a necessária retomada da normalidade administrativa que poderia colocar luz sobre os objetivos da população.
Enquanto a sequência de soluções não aparece, os novos problemas se acumulam aumentando a preocupação daqueles que têm a responsabilidade de recuperar a esperança e começar a devolver a confiança à população.
Os erros de avaliação também provocam o retardamento do recomeço. A vontade de contribuir não tem sido suficientes para substituir a necessidade de trabalhar com correção, planejamento e simplicidade. O momento exige muito mais ações inteligentes, contando com os que dispõem e oferecendo resultados menos ousados ou muito mais simples, mas que atendem, pelo menos nesse momento, a expectativa da maioria.
Até agora a arrecadação tem dado para manter a administração funcionando em condições precárias. O ambiente não é favorável para os profissionais que poderiam estar se dispondo a seguir o caminho das principais soluções e reclamam porque esse caminho ainda não foi devidamente definido.
A arrecadação de tributos, todos eles, é significativa e poderia ser direcionada às despesas de forma rígida, com decisões compartilhadas e verdadeiramente públicas, evitando os bolsões de sangria de recursos pela gestão e buscando a equalização independentemente de qualquer plano tentado e que não está dando certo.
A cada mês o contribuinte vê aproximadamente quinhentos milhões de reais serem gastos sem a efetividade social que precisaria ser sentida pela população.
O que se tem observado nestes últimos meses é a volta dos gastos com a publicidade generalizada e sem justificativa, deixando o contribuinte com a impressão de que a administração estadual volta-se para o tema da divulgação em massa de irrealidade e que pode distorcer a interpretação da população e principalmente do eleitor, com a insistência na manutenção de uma administração que, até agora, não deu certo.

A população se preocupa com essa proposta porque vê que, além de tudo o que não deu certo, agora tem que conviver com a velha estratégia da divulgação de sonhos cujo objetivo é bem definido e onde os que continuaram na tentativa de acertar, sabem que, assim, terão os seus planos desviados para rumos onde estão a inverdade e o abandono da coerência e das boas propostas.

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