Rodolfo Juarez
O que
aconteceu e está acontecendo no Espírito Santo, um Estado da região considerada
uma das mais desenvolvida do país, é a demonstração da falência do modelo que
os gestores escolheram nas últimas duas décadas, principalmente, para gerir o
que é do interesse público.
Com a
necessidade de cumprir as promessas feitas em ambientes não públicos, os
gestores passam a corromper a se deixam ser corrompidos por não poderem
contrariar os oportunistas que sempre rondam esses candidatos a líderes,
fragilizados pela sua incompetência ou pelo desconhecimento do que precisa
fazer.
Os
problemas criados por aliados de campanhas eleitorais acabam superando a
capacidade de liderança que tem o gestor e ele aceita a mensagem da
governabilidade, enviadas pelos oportunistas e pelos perdedores, propondo a
divisão do poder que o povo lhe outorgou para cuidar dos interesses desse mesmo
povo.
O
modelo acabou servindo para que o gestor, escolhido pelo povo, usasse o mandato
para pagar as suas dívidas pessoais e promessas de campanha, nem que para isso
tivesse de abrir mão de sua autoridade e de sua honestidade.
Abriu
mão da autoridade quando, primeiro dividiu - e depois entregou -, partes
importantes da administração para os seus aliados ou contrários que,
mostravam-se dispostos a trocar apoio por cargos.
Virou
desonesto quando teve que devolver, “pagando” com dinheiro ou facilitação
criminosa, aos financiadores de campanha, ávidos em se aproveitar da oportunidade
e da fraqueza do gestor, com o objetivo de acumular riquezas e se sentir como
dono do poder, sem qualquer responsabilidade com o verdadeiro dono do bem
público – a população.
O tempo
passou devagar, mas a roda da desonestidade rodou rapidamente, as empresas
financiadoras exigiram os seus “direitos”, cresceram, se diversificaram, de
mundializaram, viraram multinacionais, seus donos e diretores corruptores, os
gestores corruptos e todos criminosos.
Os
planos deixaram de ser políticos e passaram a ser de grupos, deixando de ser
Plano de Governo para ser Plano de Poder, com a necessidade de envolver todas
as esferas de gestão da Federação Brasileira, invadindo, além do Poder
Executivo, o Poder Legislativo e o Judiciário, mais aquele do que este, que se
defendeu elevando os salários dos seus agentes para formar um muro de proteção
e deixá-lo longe da corrupção.
O
Legislativo também procurou adotar esta mesma estratégia, mas a necessidade de,
a cada quatro anos, precisar renovar o mandato dos seus principais membros para
continuar no Poder acabou criando uma ligação muito mais que perigosa com a
iniciativa privada, a ligação criminosa através do caixa 2 e a doação não
declarada.
O
próprio legislativo, em nome da governabilidade, aliou-se com o Executivo e passou,
também, a indicar nomes para a gestão pública, no Executivo, tendo esses nomes
a “obrigação” de compensar o seu “padrinho” com roubalheiras cada vez mais
escancaradas e por diversas maneiras.
Os
valores depositados no exterior por gestores públicos, sem origens declaradas,
e incompatíveis com os ganhos registrados nos contracheques mensais, ou
ocasionais, são a demonstração do resultado de um modelo de gestão falida e que
levou o Brasil ao ponto em que se encontra administrativamente, em todos os níveis,
e sem condições de cumprir as suas obrigações com os próprios funcionários
públicos que escolheu para fazer a “maquina” funcionar.
A
administração pública ficou maior que a gestão pública, com o Executivo tendo
excesso de funcionários, baixos salários e fraca assistência social a estes;
enquanto que o Legislativo e o Executivo ficaram com poucos funcionários, altos
salários e alta assistência social.
Nenhum
dos dois modelos serve para a Nação.
Os dois
modelos precisam ser equalizados levando em consideração o tamanho da economia,
nacional e local, e necessidade dos serviços públicos que foi prometido e não
está sendo cumprido.
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