terça-feira, 2 de maio de 2017

A população de Macapá precisa de explicações

Rodolfo Juarez
Volto ao assunto do levantamento da consultoria Macroplan que deixou Macapá, a capital do Estado do Amapá, no último lugar entre todas as capitais de estados do Brasil para se viver.
Esta situação me deixou completamente desconfortável e por várias razões, entre estas razões está o fato do episódio não ter merecido qualquer comentário dos dirigentes atuais da cidade, seja do Município, seja do Estado, ou até da União onde temos representantes importantes na Câmara Federal e no Senado da República.
Este, a mim parece, não é um assunto exclusivo deste ou daquele dirigente, mas de todos aqueles que receberam a confiança do eleitor nas eleições realizadas por aqui e, neste momento, estão dispondo de um mandato para representar o povo ou dirigir os interesses desse mesmo povo.
São 23 vereadores, 1 prefeito, 24 deputados estatuais, 1 governador, 8 deputados federais e 3 senadores. São 60 pessoas, investidas de autoridade pública, por decisão da população daqui, aos quais foi entregue a responsabilidade para zelar pela qualidade de vida da população, quando do exercício do mandato para o qual recebe, regiamente, o pagamento pela disponibilidade e obrigação a qual, voluntariamente, jurou e aceitou.
Os assuntos comparados na análise da consultora são pertinentes, não têm qualquer aberração e os dados utilizados na comparação são todos oficias, não deixando margem para discussão quanto à colocação vexatória e que escancara a maneira errada de como estão sendo aplicados os recursos decorrentes dos tributos do contribuinte.
O mais complicado, entretanto, parece ser o pouco caso dado por aquelas autoridades ao assunto importante e que precisa ser tratado com muito zelo e especial atenção, com seriedade e de forma imediata.
Não dá para compreender a falta de compromisso daquelas 60 autoridades com a população da Capital, onde se concentra a maior parcela de eleitores do estado, e que esperava uma iniciativa que pudesse, ao longo do tempo, mudar o quadro atual e possibilitar que a cidade saísse dessa desconfortável condição para comparação com as outras capitais do Brasil.
A estratégia de ficar calado para ver se o povo esquece o problema é adotada costumeiramente, mas não está certo neste caso. É preciso atitude, análise sobre os pontos levantados, trabalhar pelo menos esses pontos e mostrar que são verdadeiros representantes dos interesses da Capital do Estado.
Ninguém pode discutir o último lugar apenas porque ficou em último lugar, precisamos discutir os motivos que levaram a essa situação. Não é possível que entre as 26capitais tenhamos que ser o último, seja qual for a razão.
Precisamos reconhecer isso sim, que estamos em último devido ao pouco interesse demonstrado pela grande maioria dos representantes e dirigentes, mas é necessário que se cobre dessas autoridades ações no sentido de modificar esse resultado.
Macapá merece mais do que estão lhe dando. A população de Macapá não está recebendo os serviços que lhes são prometidos por aqueles que, a cada dois anos, estão nas ruas em busca de mandato, principalmente renovação deles. Parece até que estão mais interessados no subsídio e seus adicionais, do que no trabalho que disseram que estavam dispostos a realizar.
Os pontos que foram avaliados para chegar à conclusão publicada na revista de circulação nacional são todos objetivos e, portanto, perfeitamente identificáveis, ou estão identificados como: educação e cultura, índice 0,362 (25.º lugar); saúde, índice 0,498 (25.º lugar); segurança, índice 0,740 (8.º lugar); e saneamento e sustentabilidade, índice 0,316 (25.º lugar).
Por condições óbvias os índices não podem ser comparados entre si, pois são analisados conforme as condições de cada Capital.

Todos os dados para a comparação foram coletados de órgãos governamentais da União, dos Estados e dos Municípios entre os anos e 2004 e 2015.

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