quinta-feira, 11 de maio de 2017

Gozo oficial das beneses

Rodolfo Juarez
Já tem muita gente preocupada com o rumo que tomou o Estado do Amapá, que dispensou boa parte de sua capacidade de trabalho, para adotar um modelo administrativo completamente arcaico e que está baseado no perigoso sistema do “toma lá dá cá”.
A fragilidade dos partidos políticos, muito em decorrência da forma como são administrados, deixa a administração estadual sem personalidade.
Ninguém quer assumir, da parte do Governo, as responsabilidades pelo processo de desenvolvimento para entregar essa tarefa aos dirigentes partidários do partido que venceu a eleição e de todos aqueles que foram seus aliados de primeira, de segunda ou de enésima hora.
Esse modelo, adotado por aqui desde os primeiros mandatos do início da vida do Estado do Amapá, acabou particularizando a disputa entre dois partidos, o PDT e o PSB, com os dois necessitando, desesperadamente, fazer alianças para ter chance de chegar ao topo da administração e lá se encastelar, uma espécie de gozo oficial das benesses que a Administração Estadual pode oferecer.
Os cargos mais importantes passaram a ser prometidos em troca de segundos nos programas gratuitos de rádio e televisão, para atender às exigências dos marqueteiros que preferem o Caixa 2 para receber pelo seus serviços.
Com esse comportamento a Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA passou a ser uma das principais moedas de troca política, pois, de lá, saíram deputados federais, deputados estaduais, vereadores que ainda estão, não mais a partir da CEA, militando na vida partidário-eleitoral-administrativa.
Enquanto isso não se cumpre qualquer planejamento, não se avalia os resultados de médio e longo prazo, não se tem a exata medida da capacidade deste ou daquele governo a não ser pelo resultado das urnas da próxima das eleição.
Já se percebe que essa estratégia não dá certo, a não ser para poucos daqueles que estão “encostados” na administração estadual e que durante quatro ou oito anos, têm garantido o “leite das crianças”.
Mas é só isso!
É preciso adotar outro entendimento para a administração pública desse Estado, onde se tenha a possibilidade de medir a eficiência, um dos princípios da Administração Pública e que é medidor técnico de que o gestor está acertando ou errando.
Afinal são mais de 5 bilhões de reais o orçamento anual do Estado, uma quantidade de dinheiro que deveria atender às necessidade desta população de pouco mais de 700 mil habitantes, mas não é assim.
O pagador de tributos não está satisfeito por não conseguir ver transformado este seu esforço em serviços e condições que pudessem melhorar a qualidade de vida.
Vivemos histórias repetidas de dinheiro do erário mal aplicado e situações repetidas que induzem à falta de esperança por viver em ambientes urbanos que poderiam ser melhores, dispondo de coleta de esgoto, fornecimento de água e de todos os outros serviços públicos, como a saúde a educação e a segurança, em processo de crescimento objetivando a melhoria do atendimento.
Não agir foi o modelo instalado, e aceitar, passivamente, tudo o que está acontecendo, muito embora, os atuais governistas falem, abertamente, que são candidatos a continuar no comando do Estado.
O eleitor, por óbvio, é o quem vai decidir!

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