Rodolfo Juarez
A
população, a cada momento, está ouvindo - ou vendo e ouvindo -, os agentes
públicos nacionais, regionais e locais dizerem que, apesar de tudo, as
instituições públicas estão funcionando.
A questão
é o “apesar de tudo”.
Não
basta apenas funcionar as instituições públicas, elas precisam guardar os
fundamentos que as levaram a compor a gestão pública, principalmente na sua
estrutura básica onde a complementariedade é o objetivo da efetiva organização
do Estado.
Quando
esse equilíbrio é quebrado, nesse momento a vontade dos eventuais gestores se
sobrepõe à finalidade permanente das instituições, nascendo ai o desacerto das
gestões e a ilusão de que, cada um de per si, pode resolver os problemas de
todos.
Os
nomes que vão às placas dos interessados ou que falam pelos interessados, são
os mais diversos e disfarçados de solução, com destaques para oportunistas,
baderneiros e bandidos que se travestem de protestantes e avançam, cegamente,
sobre símbolos comuns e patrimônios públicos e privados, dando vazão à sua
mediocridade e falta de condições para agir conforme a regra que todos devem
obedecer.
A
República se sustenta em três Poderes: o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário, que se valem de órgãos de controle para que esses mesmos três
poderes ajam no sentido de interpretar corretamente os interesses da população.
Quando
os agentes que gerem qualquer um desses três poderes, por qualquer razão,
começa a interpretar a situação sem considerar o outro, evidentemente que estão
patrocinando o caos. A questão é saber o “tamanho” do caos.
Nesse
momento o povo brasileiro está observando a República com os poderes
desequilibrados ou, pelo menos, desarmonizados, onde o liame principal, nocivo
sob todos os aspectos, é a corrupção.
A
administração pública brasileira está em dificuldades.
Seus
principais agentes estão completamente enrolados o que, de certa forma, explica
as dificuldades que o Estado tem para cuidar dos interesses da população, seja
na oferta de serviços ou na construção de estrutura do país para o seu
desenvolvimento. O resultado é o empobrecimento da população e a piora da
qualidade de vida daqueles que mais precisam.
A
combinação nefasta entre agentes públicos, de qualquer dos poderes, com os empresários
oportunistas e que pouco se interessam pelo povo brasileiro, proporcionou tanto
prejuízo para os contribuintes que agora vêm os seus escolhidos como bandidos e
xinga-os, sem piedade, em ambientes públicos.
Mas
isso não basta!
O
eleitor precisa avaliar melhor os candidatos para poder escolher melhor os
mandatários para o Executivo, e os representantes para o Legislativo. Lembrando
que o Judiciário é o detentor da autoridade que faz valer as regras, estas
definidas pelos agentes do Executivo e do Legislativo.
E você
pode perguntar: e o Ministério Público?
Pois é.
O Ministério Público é descrita na Constituição Federal como uma instituição
permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa
da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis.
O
Ministério Público está exercendo o seu papel constitucional? Não. Dão a
impressão que não estão conformados apenas com o que lhes é atribuído.
Demonstram que querem mais. Querem ser executivo e governar.
A
imprensa no contexto geral exerce um papel fundamental, muito embora se
ressinta de uma regra e, por isso, acaba sendo instrumento utilizado pelo
“poder” que estiver mais em evidência, facilitando e, por isso, contribuindo
para ações não democráticas e incursões de acordo com o ânimo do “ídolo” do
momento.
Mesmo
com todo esse embaraço e essa monumental confusão, no Brasil a palavra ainda
continua com o eleitor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário