Rodolfo Juarez
No
próximo dia 10 de junho de 2017 o Parque do Forte completa 11 anos de sua
inauguração como o maior espaço de lazer da cidade de Macapá, às margens do rio
Amazonas, no meio do mundo, como o novo cartão postal do Estado do Amapá.
A obra
de construção contou com os riscos e contornos de arquitetos famosos e execução
de uma empresa de engenharia regional, demorando um pouco mais de sete anos
para ser concluído, tempo em que ficou escondida dos curiosos que ouviam
histórias da beleza do local pelos funcionários da empresa construtora e dos
poucos visitantes que tinham autorização para entrar no canteiro de obras.
A
curiosidade da população era tanta e os elogios de quem tinha a primazia de conhecer
as plantas da obra ou parte dela já executada, que a melhor resposta que tinham
para os curiosos era: “pense num lugar bonito”.
A
expressão usada para a resposta foi logo reduzida para “lugar bonito” e a
curiosidade aumentava a cada dia.
No dia
da inauguração, 10 de junho de 2006, uma verdadeira multidão veio para a festa,
atendendo aos apelos, convites e propagandas do então Governador do Estado que
estava às vésperas da convenção do seu partido, indicado que seria para
concorrer à eleição de outubro.
O ato
foi transformado no maior outdoor do mundo que um político já exibiu as
proximidades de uma eleição. Foi o símbolo da campanha, adotado pelo eleitor
que, quatro meses depois, reelegia o governador no primeiro turno, deixando os
concorrentes completamente batidos.
Garantida
a reeleição o governador reeleito “deixou para lá” a obra que havia começado no
governo anterior e que tinha o prazo estrategicamente esticado para, o momento
em que o eleitor decidia em qual candidato votar.
Na ação
de “deixar para lá” o primeiro elemento que foi abandonado depois do primeiro
defeito e para nunca mais ser consertado, foi o chafariz, idealizado para
amenizar o calor nos dias mais quentes do Parque e que contornava toda a arena
a céu aberto que até hoje resiste aos onze anos de idade, com vários defeitos,
alguns provocados pelo mau uso de alguns que tiveram licenças, no mínimo
esquisitas, das autoridades de plantão nas sedes de alguns dos órgãos públicos.
De lá
para cá o mau trato, a falta de zelo e a irresponsabilidade tiveram resultados
distribuídos por todo o parque que, como se fosse sem dono, sofre depredação e
há poucos anos chegou a ser ponto de preferência e referência de assaltantes e
bandidos que tiraram a tranquilidade dos visitantes.
No
momento, onze anos depois, a população e os visitantes ainda conhecem o Parque
do Forte como Lugar Bonito, muito mais pelas condições que a natureza oferece
do que pelo zelo daqueles que têm essa responsabilidade, mas não a exercitam e
ganham o repúdio dos frequentadores.
Calçadas
quebradas, sistema de irrigação sem funcionar, sistema de iluminação mal
cuidado e precário, os elementos complementares abandonados e outros retirados
e de lá desaparecendo e, ainda, o que seria uma edificação que funcionaria como
depósito e banheiros, funciona, atualmente, como criadouro de larvas de
mosquitos diversos, desafiando a capacidade de compreensão e realização das
autoridades.
O
Parque do Forte precisa voltar a ser o Lugar Bonito, capaz de voltar a extrair
a exclamação que emociona: pense num lugar bonito!
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