terça-feira, 20 de junho de 2017

Sem líderes e sem confiança

Rodolfo Juarez
Tenho a impressão que a maioria dos brasileiros já enterrou, em cova funda, aqueles que reconheciam como lideranças políticas nacionais.
Estão vendo, cada vez mais distantes os líderes artificiais e de ocasião, criados e cevados á base da propina e da roubalheira.
Os brasileiros estão, nesse momento, se sentindo órfão de lideranças e ao mesmo tempo, percebendo a maneira apátrida que utilizaram para, primeiro enganar o eleitor, mas querendo sempre levar vantagem, pouco se importando como as atitudes que tomavam, mesmo sabendo que estavam fora da lei e que implicava no sacrifício daqueles que os elegiam e apoiavam as suas escolhas.
Até para ser empresário precisava se alinhar às exigências dessas pessoas que, em maioria, a cada quatro anos, vinham para as “suas bases” pedir, outra vez, votos para continuar “trabalhando” nos seus projetos de enriquecimento pessoal, familiar e de empresas e corporações.
Sabia que agindo dessa forma podia contar com o dinheiro para financiar as ricas campanhas eleitorais, carregadas de mentiras cuidadosamente embaladas nos programas de campanhas eleitorais, incluindo ai, os apresentados ao eleitor pelo rádio e pela televisão, nos programas ditos gratuitos.
Os grandes empresários passaram a não ter escrúpulos.
Massacravam aqueles empresários que não se alinhavam ao que chamavam nova ordem e que insistiam em continuar dentro da linha de honestidade, obediente às leis e respeitando os seus colaboradores e clientes.
Com compra dos políticos que lhes interessavam, os grandes e inescrupulosos empresários passaram a agir fora das leis que os atrapalhavam e a mandar fazer leis que os beneficiavam.
A desonestidade era tamanha e o “poder de mando” era tanto que credores foram integrados à empresas para que passassem a dever para eles mesmos, como aconteceu na JBS que trouxe o credor BNDES para ser sócio e passar a dever para ele mesmo. Um verdadeiro golpe de facínoras.
Para não deixar nenhuma possibilidade de errar na mira de suas desonestidades, os donos e os dirigentes de grandes empresas, cercavam todas as variáveis, analisando todos os candidatos que tinham chances, compravam e pagavam mais por aqueles que poderiam controlar no desempenho de suas ações públicas.
A busca do erro zero passou a ser o principal objetivo.
Enquanto isso os órgãos de controle da administração pública ou eram boicotados pelo estrangulamento orçamentário ou controlados pela ação combinada de parlamentares e de executivos, enviando para aqueles órgãos o que diziam ser “pessoas de confiança”, noutras palavras, aliados na desonestidade.
As CPIs aprovadas e instaladas eram manipuladas pelos agentes externos, basicamente as grandes corporações. As operações policias alcançavam apenas aqueles que estavam “atrapalhando” o desempenho dos verdadeiros larápios do erário, até que veio a Lava Jato no tempo certo e no alvo certo, e tudo começou a mudar.
Nesse momento os brasileiros percebem que não contam com líderes de verdade, que sejam confiáveis, por isso candidatos de todas as linhagens se apresentam para ocupar as vagas deixadas.

Os exageros aparecem por enquanto apenas em nível nacional, no local onde moram os eleitores as artimanhas se avolumam e a eleição de 2018 pode ser, ao contrário de alguns que pregam a ditadura sem saber o que é isso, o momento para o eleitor dar nova direção para o Brasil, elegendo políticos comprometidos com essa mudança e não sobreviventes dos escândalos que abalaram a confiança do povo brasileiro. 

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