segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Brinco de diamantes.

Rodolfo Juarez
O começo do ano foi atrapalhado para os administradores dos interesses da população do Estado do Amapá. O prefeito municipal de Itaubal cassado pelos vereadores da Câmara do Município; a Assembleia Legislativa querendo colocar mais dois “brincos de diamantes” nas orelhas dos seus deputados estaduais; e o governador apresentando um balanço esquisito de suas atividades à frente do Governo.
Muita confusão para aqueles que precisam dedicar-se à equacionar os problemas, resolvendo-os, encontrando as soluções para cada um deles nos próximos 12 meses.
Em Itaubal a relação entre o prefeito e os vereadores transformaram aqueles dois poderes municipais, Legislativo e Executivo, cada vez mais distantes, deixando espaço para intrigas, acusações, defesas, e pouco, pouquíssimo resultado para aquela população que um dia imaginou um município próspero conduzido, fundamentalmente, pelo entendimento entre os encarregados de promover o desenvolvimento, exatamente entre aqueles que escolheram para os cargos eletivos a pouco mais de um ano.
Os deputados estaduais, provavelmente observando o aumento do duodécimo, para cada mês do ano de 2018, quando comparado com o ano de 2017, em quase um milhão de reais, trataram, por observar que não teriam onde gastar legalmente o dinheiro do erário apressaram-se em colocar um “para de brincos de brilhante” no “holerite” de cada um deles no valor de um pouco mais de 50 mil reais.
O governador, no balanço de começo do ano, falando do ano que findou - e falando mal -, não convenceu quando teve que enfrentar as perguntas consideradas incômodas e que lhes forma feitas, apesar da cara feia dos auxiliares o acompanhavam na “coletiva” e do próprio governador.
O fato é que esse começo atrapalhado anuncia dificuldades para aqueles que precisam estar tranquilos e concentrados nas suas responsabilidades, principalmente se levarmos em conta que o ano é de eleição regional e nacional e o governador do Estado, além dos cuidados que precisa ter um as regras do último ano de mandato, ainda tem que enfrentar, por sua livre opção, uma campanha se quiser renovar o mandato.
Essa confusão já pode ser creditada, pelo menos boa parte dela, para a previsão do aumento de receita que elevou o total do orçamento público do ano de 2018 em mais de 20% (20,33% para ser exato). O novo orçamento superior a 5,8 bilhões de reais aumentou o valor dos orçamentos dos poderes em quase 63 milhões, cabendo aos deputados estaduais um plus orçamentário de quase 11 milhões de reais, exatamente o valor que os deputados têm para gastar a mais de tudo o que já gastaram em 2017.
Analistas de desempenho garantem que o total de recursos colocados à disposição dos deputados precisa de revisão e que isso pode ser o motivo de tantos problemas judiciais enfrentados pelos deputados que, mesmo condenados, escapam da reclusão alegando o princípio da presunção de inocência.
A conivência e a permissão decorrente dos “acertos” entre os agentes do Executivo e do Legislativo pode, também, estar produzindo os resultados que não agradam a população ou a maioria dela.

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