quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O Estado do Amapá despenca no ranking da competitividade

Rodolfo Juarez
Os profissionais administradores estão habituados a ouvir que a competitividade entre empresas privadas está cada vez maior, e que é preciso ainda mais empenho para permanecer no mercado. Por isso, a melhor defesa é o planejamento, seja ele de curto, médio ou longo prazo, permitindo que os gestores tenham mais capacidade de controle em se adaptar às transformações do mercado.
Por outro lado, muita gente esquece que as cidades, estados e países também funcionam como grandes empresas, tendo necessidades muito parecidas como as tais. Os especialistas garantem as cidades devem desempenhar um novo papel, voltado para a competitividade, visto que a competição entre localidades é algo inevitável para sua sobrevivência no mundo globalizado.
Assim, essas grandes "empresas públicas" precisam ser tratadas como um produto, utilizando, inclusive, ferramentas de marketing, para que possam aumentar sua capacidade de atração.
A partir dessa reflexão, pode-se dizer que as cidades precisam criar suas imagens, destacar aquilo que o município tem a oferecer, para que possam ser atraentes para a vinda de novos moradores, novas empresas, novos investimentos, com a cautela de não criar uma realidade deformada e facilmente desmascarada.
Em 2017 apenas 8 Estados e o Distrito Federal melhoram o desempenho no ranking da competitividade. No cenário desafiador poucos estados conseguiram manter as contas sob controle e ainda promover melhoria no atendimento ao cidadão, na infraestrutura e no ambiente de negócios.
Um estudo idealizado e produzido pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Tendência Consultorias, é o mais completo do gênero no País e avalia, anualmente, desde dois mil e onze, a performance dos 26 Estados e do Distrito Federal em dez pilares: capital humano, educação, eficiência da máquina pública, infraestrutura, inovação, potencial de mercado, segurança pública, solidez fiscal, sustentabilidade ambiental e sustentabilidade social.
Os pilares são compostos por 66 indicadores apurados por instituições de referência, como o IBGE, o Ipea (Instituto de Planejamento de Economia Aplicada, ligado ao Ministério do Planejamento) e a Secretaria do Tesouro Nacional.
O ranking da competitividade dos 26 Estados e o Distrito Federal foi publicado no começo deste ano referente ao resultado obtido em 2017 que mostra o Estado do Amapá na posição número 26, a frente apenas do Estado de Sergipe.
O detalhe é que o Amapá, em 2017, caiu, no ranking da competitividade, da posição 16 para a posição 26, registrando a maior queda entre todas as Unidades da Federação.
Quando analisados cada um dos 10 eixos que definem o ranking de competitividade dos estados, o Amapá aparece apenas no eixo Sustentabilidade Ambiental, na posição 10. Nos demais eixos, que revelam apenas os dez primeiros, o Amapá ficou fora.
Esta apuração revela a necessidade do Estado do Amapá, através de todos os seus órgãos, especialmente o Governo do Estado, estabelecer metas para serem alcançadas, neste processo de recuperação.
Não adianta olhar para o retrovisor, justificar os resultados obtidos, é preciso que sejam estabelecidas ações recuperadoras, uma vez que o Amapá tem potencial para melhor a sua posição neste ranking.
O desafio coloca em teste a competência do governo, os objetivos reais da administração, e deixa muito claro que a estratégia usada até agora está completamente fora dos caminhos que podem levar os indicadores econômicos do estado à melhoria no desempenho de suas premissas.

Como está apenas o desafio é muito bom, pois, a atualidade, na medida do resultado conhecido, é péssima para todos.

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