Rodolfo Juarez
Fiquei
- e ainda estou - impressionado com as repercussões havidas como consequência
do artigo que escrevi, no inicio da semana, tratando da questão da
responsabilidade civil de empresas, entidades, profissionais e pessoas que são
responsáveis por garantir segurança a cada membro da sociedade.
Naquele
artigo me referia ao resultado morte, que abalou uma família inteira, e que
poderia ter sido evitado bastando que tivessem sido observados detalhes que são
de responsabilidades de pessoas, de empresas, de profissionais e de entidades
públicas ou de fiscalização profissional.
Até
hoje fatos são lembrados por muitos e representam sofrimento para todos aqueles
que viram seus familiares ou amigos terem suas vidas encurtadas pela falta de
observação das regras postas e das orientações técnicas necessárias.
Ninguém
esquece do naufrágio do Novo Amapá, do incêndio na Boate Kiss, e também das
importantes perdas como a do último domingo, dia 21, em um ginásio localizado
na orla do Bairro Santa Inês.
São
perdas de vidas, momentos irreparáveis, dores na alma que sangram o coração dos
diretamente atingidos e daqueles que, à distância, procuram identificar nos
pacientes responsabilidades que sabe que eles não têm, a não ser de buscar
ganhar o pão de cada dia para aqueles pelos quais assumiu a responsabilidade da
alimentação diária, da educação e de todas as demais necessidades.
Toda e
qualquer ação que exija conhecimento especial, precisa que tenha os seus
responsáveis ou idealizadores perfeitamente identificados. São eles que têm a
responsabilidade de buscar cercar-se de medidas que garanta segurança para os
trabalhadores e participantes e, assim, o sucesso no empreendimento.
O que
parece banal aos olhos de um curioso é muito importante na percepção de um
profissional habilitado. É por isso que todo e qualquer empreendimento precisa
estar minuciosamente calculado no sentido de aproximar todos os riscos
levantados do nível zero, ou seja, todos os espaços para acidentes devem estar
perfeitamente ocupados com medidas preventivas.
A
estrutura legal nacional é verdadeiramente volumosa, mas não pode, por isso,
ser ignorada por quem quer que seja: empresas, profissionais, entes públicos ou
pessoas. As leis são resultados da observação das ocorrências sociais e
construídas no sentido de dar a mínima garantia a cada um da sociedade.
O caso
comentado no artigo do começo da semana refere-se ao trabalhador que caiu de
uma altura de oito metros e morreu em pleno labor. Estava sem os equipamentos
de segurança exigidos para o exercício daquela atividade e naquelas condições.
No artigo anterior apontamos o profissional que está habilitado, às custas da
própria sociedade, para oferecer as orientações técnicas necessárias aos
trabalhadores e também as entidades que teriam a obrigação de fiscalizar a
operação que estava em desenvolvimento no momento da queda do trabalhador.
Lei
sancionada no ano passado - e em vigor desde outubro de 2017 - define
claramente qual a entidade que deve fiscalizar as etapas da execução de um
projeto que exija conhecimentos de engenharia e de segurança no trabalho, como
a desmontagem de uma estrutura de aço com a que servira de palco no ginásio da
orla do Bairro Santa Inês, em Macapá.
São
claras as ordens legais para que o Conselho Regional de Engenharia e o Conselho
Regional de Arquitetura, cada qual no seu estrito dever de fiscalizar os
interesses da sociedade, no caso fiscalizando se o projeto, e identificando os
profissionais responsáveis pela execução do projeto em todas as fases,
inclusive na desmontagem da estrutura.
Se não
fizer isso, não está cumprindo a finalidade para quais as entidades existem, ou
seja, como taxativamente manda a ordem legal: fiscalizar o exercício das
profissões de engenheiro, no caso do CREA, e do arquiteto, no caso o CAU.
É
preciso haver conscientização no sentido de que essas ações fiscalizadoras são
indispensáveis para que aquelas entidades cumpram o seu papel social e
respondam aos profissionais que pagam as suas anuidades e anotações de
responsabilidade, exatamente para que a ordem legal seja cumprida.
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