terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O PODER CEGA

Rodolfo Juarez
Macapá?! Calma Macapá. Eu tenho certeza que você ainda vai sair bem dessa enrascada. Sei que as suas necessidades um dia ainda serão supridas e as suas vontades atendidas, para o bem de todos: de você mesma, dos seus habitantes e até mesmo dos seus dirigentes.
As pessoas não são de todas más.
Você vai ter oportunidade de ver o lado bom delas, que hoje te maltratam, te enfeiam e, até, dão a impressão que estão brigando contigo.
Azar deles! Sabes muito bem que as tuas virtudes brotarão entre os problemas, sejam eles quais forem, pois já destes provas do teu carisma e não negas beleza para ninguém, inclusive nós, teus admiradores, que estamos todos os dias querendo que sejas bem tratada.
És tão carismática que ainda está para nascer aquele que vem até aqui, te ver de perto, observar os teus detalhes, que não saia apaixonado por ti. É ou não é uma grande virtude?
E não precisas, sequer, apresentar-te com os adornos que tens direito, com os traços que trazes de muito tempo. É só deixar que a brisa forte do rio, quase um vendaval, toque o rosto de cada um de nós, mostrando o teu perfume e a tua alma, sempre disposta a agradar, a agregar, a proteger os teus habitantes, para que teus filhos privilegiados fiquem muito satisfeitos
Parece até que não tens defeito!
E se algum for notado, será encoberto pela alegria do teu povo, que carrega uma grande vontade – quer te ver cada vez mais bonita, mais graciosa, mais hospitaleira e capaz de satisfazer os mais exigentes.
Esses que não estão conseguindo entender o que tu estás querendo, um dia vão encontrar o caminho. Não é possível que só eles e apenas eles, possam continuar de coração duro e olhos fechados para não perceber o quanto tu os perdoa pelas oportunidades que estão perdendo.
Sim, são eles que perdem a oportunidade de satisfazer-se, regalar-se com o que tu lhes oferece. São bobos e, por isso, não compreendem o que está acontecendo contigo e com os teus habitantes.
É isso mesmo. Eles nem percebem que o poder cega!
Mas mesmo cegos haverão de notar o mal que estão fazendo. Não há uma hipótese sequer, capaz de deixar aqueles que te maltratam impunes.
Calma! Calma!
Todos nós sabemos que tu não estás querendo qualquer retaliação sobre quem quer que seja. És da paz.
Eu sei que tu não preferes o bolo, não pensas em museu, não queres festa, não queres discurso. O que tu queres antes de tudo isso é sentir que estão te preparando para receber a chuva e tomar o banho que se aproxima e que pode deixar muito dos teus moradores reclamando, sofrendo com as casas no fundo e se arriscando a contrair doenças feias.
Sabemos que não era para ser assim! Nisso tens toda razão.
Desculpe o mau jeito. Mas um dia, repito, eles saberão o tamanho do mal que fazem contigo e nem o choro escondido ou público, vão compensar esse tempo perdido. Sei, entretanto, que vás ficar feliz por ter recuperado alguns daqueles que, sem querer saber porque, nunca te quiseram bem.
Eles estão tendo uma oportunidade única e estão deixando passar.
O maior castigo vai ser o arrependimento por não ter feito nada daquilo que mais precisavas quando tiveram a oportunidade de fazer.
A dor do arrependimento é forte e única: ataca a consciência e estraçalha a alma.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

NOVENTA DIAS DE TRÉGUA

Rodolfo Juarez
No próximo sábado a cidade de Macapá completa 254 anos. Motivo mais que suficiente para que toda a população do Estado e, principalmente da Capital, trabalhe no sentido de contribuir para transformar o dia 4 de fevereiro de 2012 em um marco de reencontros e de novos procedimentos para resolver a questão de Macapá.
O orçamento do Estado e do Município de Macapá, somados, ultrapassam quatro bilhões de reais e não é possível que, com todo esse dinheiro, haja justificativas para as dificuldades que a Cidade enfrenta, com os dirigentes alegando falta de condições orçamentárias ou financeiras.
Não é razoável que os atuais dirigentes do Estado ignorem o sofrimento da população, pelo simples fato de não estarem alinhados, politicamente, com os dirigentes do Município de Macapá.
A cidade de Macapá já vem, desde algum tempo, sendo alvo desse castigo injusto, patrocinado pelos dirigentes estaduais.
Punir os dirigentes da Cidade de Macapá significa punir, diretamente, os seus habitantes e deixar essa cidade cada vez mais distante do progresso que outros centros urbanos amazônicos, algumas com menor população e menor orçamento, experimentam nos últimos 10 anos.
Que tal garantir 90 dias de trégua!
Seria pedir demais? Seria tão difícil para o governador e para o prefeito apresentarem um plano de trégua para o período, com a motivação do aniversário?
Todos sabem que se trata de uma decisão intransferível dos dois dirigentes, mesmo que essa decisão seja animada por mediadores ou prejudicada por bajuladores.
Mas, certamente, a população agradeceria e os resultados, se não viessem logo, indicariam a retomada para o desenvolvimento tão sonhado pela população.
A invenção de problemas novos não está sendo aceito pela população macapaense que, entretanto tem, historicamente, um comportamento que se baseia na confiança e no crédito que sempre tem dado àqueles que se mostram dispostos a trabalhar pelo Estado, pelos municípios e pelo povo.
De que adianta insistir em ser vingativo? Em mostrar que este pode mais que aquele e continuar animando a discórdia?
Os resultados são desagradáveis para todos: para o Governo, que não vê os resultados no seu trabalho; para a Prefeitura, que ser vê limitada pela pressão de tudo o que precisa ser feito; e para a população, que vê as outras cidades ganhares condições, avançarem na qualidade de vida e deixar, cada vez mais, a nossa querida aniversariante para trás, com seu povo se esforçando para continuar hospitaleira e atraente.
Macapá não merece esse tratamento.
Macapá precisa ser respeitada pelos que assumiram o compromisso de fazê-la tão atual quanto todas as outras cidades da região.
As dificuldades naturais já seriam suficientes para exigir esforço na atenção. Agora imaginem com essas dificuldades fabricadas, pelo egoísmo do homem e pela para prejudicar o próprio homem, este teimoso e paciente habitante de Macapá.
Mesmo que a população se esforce para compreender tanta maldade com Macapá, a maioria ainda espera a mudança de comportamento dos dirigentes, confiando no bom senso de todos. Estes não podem ter mais essa decepção.
Macapá precisa ser cuidada por todos, inclusive pelo Governo e a Prefeitura. Precisa continuara a mostrar-se aberta para todos e ser legitimada como um centro urbano que tem o respeito dos dirigentes como tem o amor da população.

domingo, 29 de janeiro de 2012

OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Rodolfo Juarez
Hoje é domingo, o quinto domingo do ano, em um mês que fechará com 22 dias úteis mais 4 sábados e 5 domingos. Uma oportunidade rara para quem precisava de tempo para se organizar no começo do ano.
Mas, ao que parece, muita gente perdeu a oportunidade para construir essa organização e se ocupou com questões que pouco significam para a continuidade e o mais grave disso tudo, é que entre esses estão algumas pessoas que ocupam cargos importantes e que vão ser exigidos até o último dia de dezembro.
O mês de janeiro é propício para que sejam feitos todos os testes daquilo que está planejado para o ano todo. O tempo sempre favorece e até mesmo, aqueles que não têm exigências públicas para considerar, sempre chegam nesse período, com a programação fechada e todos os testes feitos.
A impressão que deixa é de que esse tempo não foi aproveitado por todos aqueles que têm necessidade de responder há muitas questões que acabam ficando sem respostas, pelo gestor não ter sido suficientemente zeloso e deixar o problema de lado e agora, quanto já devia está com todas as fórmulas de ataque prontas para serem aplicadas, percebe que nada foi feito e nada foi providenciado.
Não dá para entender, em tempo de fácil comunicação e de concretização de idéias, seja tão difícil fechar propostas sustentadas por uma diretriz genérica e que seja de amplo domínio dos executores de fácil compreensão dos favorecidos.
Mas nem o Portal da Transparência reflete a realidade do Estado.
As questões continuam muito escondidas, as informações não estão disponíveis e as projeções daqueles que precisam se comunicar com a coletividade, por questão de ofício, não conta com parâmetros ou dados que possam garantir o que pode se esperar no final do ano de uma gestão.
Uma questão, entretanto, precisa ser considerada – todos os orçamentos dos entres do Estado do Amapá, cresceram em relação àqueles que foram aprovados para serem executados no ano passado.
Os orçamentos públicos precisam ser popularizados.
O tempo de manipulá-lo para favorecer a poucos em detrimento da maioria, já está com os dias contados e não vai demorar para aqueles que continuam escondendo as propostas sejam responsabilizados por outras forças sociais que estão atentas e dispostas a entrar em ação.
O setor público já conta com mais quatro bilhões e duzentos milhões de reais para ser aplicados no Amapá, apenas em receitas estimada para o Estado (R$ 3,6 bilhões) e o Município de Macapá (R$ 500 milhões) superam quatro bilhões. São mais de 350 milhões por mês, muito dinheiro para que os resultados não apareçam.
O grande desafio do Governo do Estado e do Município de Macapá é contar com técnicos em número suficiente que permita executar o orçamento atendendo a todos os postulados da Administração Pública – legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Alguns desses princípios são até desconsiderados pelos administradores, que acabam não se importando com a eficiência, principalmente e fazendo tudo em afronta à impessoalidade, tão recomendada e que sempre é ultrajada diretamente pelos auxiliares diretos dos executivos ou pelos próprios responsáveis pelo executivos que, sem medidas ou referência, fazem pouco caso dos procedimentos que precisa colocar em pratica.
Nem mesmo um mês tão favorável, onde precisava apenas deixar-se levar pelos fortes ventos da riqueza, para chegar ao final do ano, satisfazendo a todos, trabalhando com eficácia da aplicação do dinheiro público e com o saudável exercício da publicidade mostrando a transparência das ações desses agentes.

OS ESQUECIDOS DO RIO

Rodolfo Juarez
Tem sido assim, ao longo dos anos e para muitos dos amapaenses e não amapaenses, o mês de janeiro.
Um mês que alguns gostariam de esquecer, mas por causa de acontecimentos fortes e indesejados, acabam se perpetuando para a vida toda.
Foi assim que o dia 6 de janeiro ficou marcado.
Muitas famílias não conseguem esquecer. Esse dia trás a marca sofrida da tragédia do Barco Motor Novo Amapá, quando mais de 300 pessoas morreram no começo da noite, há 31 anos, em 1981.
Depois o dia 26 de janeiro, marcado por outro acidente fluvial, quando sete pessoas morreram, desafiando a compreensão humana, não só pelas circunstâncias, mas também pela situação como aconteceu. Outra vez uma viagem para Laranjal do Jari. Outra vez uma embarcação de madeira afunda e leva vidas importantes embora, para nunca mais.
Este ano, 2012, dois acidentes, desta feita um no mar e outro na terra; um resultado no afundamento de um navio de luxo, que fazia um cruzeiro, na costa da Itália, afundou e botou ponto final em diversas vidas e, agora mesmo, também de noite, três prédios caem no Rio de Janeiro, eles eram vizinhos e ocupavam endereços nobres no “coração” da cidade que vai sediar as Olimpíadas de 2016.
O mês é o mesmo os anos são diferentes, como diferentes são os socorros que foram prestados na Itália, no Rio de Janeiro e no Amapá.
Uma diferença brutal e uma indiferença que desafia a paciência do cidadão que mora por aqui, fazendo possível a manutenção das fronteiras dessas terras brasileiras.
E, pior, se acontecer, outra vez a necessidade de um socorro urgente para um barco que tenha problemas em uma viagem pelo Rio Jari, o sistema que o Estado dispõe para prestar os primeiros ou segundos socorros, simplesmente vai ser do mesmo nível daquele oferecido em 1981 para os sobreviventes do Novo Amapá.
Não dá mesmo para acreditar no cenário atual. Não dá para imaginar tanta insensibilidade dos homens que vêm governando o Estado de costas para o Grande Rio e seus afluentes, deixando que essa população “se vire” como puder, sem que tenha, pelo menos, a garantia de que, quando em perigo, o Estado cumpra o seu papel e mostre os seus aparelhos de socorro.
Os que fazem dos rios daqui, uma estrada molhada para o deslocamento das pessoas e das riquezas, já perderam as esperanças e já, na medida do possível, limitado pelas possibilidades de cada um, constroem as suas alternativas, abrindo mão do direito certo que têm para proteção de suas vidas e das vidas de suas famílias, e procurar na natureza as forças e as condições para sobreviver aos acidentes.
Mas, mesmo indignados, ninguém nega a necessidade da proteção e se valem da mesma esperança de que, um dia, o Estado se prepare para atender esses esquecidos, tão importantes para o desenvolvimento e a segurança da população, como aqueles que andam nas estradas de asfalto ou de chão, transportando riquezas e fazendo o desenvolvimento do Amapá.
Mas janeiro não perdoa. E tem cobrado com a vida de inocentes as condições para que os governantes se mexam, procurem encontrar alternativas para que, o deslocamento das pessoas tenha um mínimo de proteção e que elas possam continuar o seu trabalho permanente de fortalecer a conquista das fronteiras brasileiras.
As tragédias do Cajari (Novo Amapá), do Jari (Cidade de Óbidos VI), da Itália (Navio Cosa Concórdia) e da Cinelândia, no Rio de Janeiro (desabamento de 3 prédios no centro do Rio), precisam ser analisadas e consideradas as atuações dos agentes públicos em cada uma delas e, daí, avaliar a capacidade de ação e a eficácia dos resultados apresentados.
Bastas os agentes públicos locais serem coerentes e dar a mesma importância, que as autoridades italianas ou cariocas demonstraram ter com a vida das pessoas que têm a segurança de cada uma delas sob a sua responsabilidade.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

OS EXEMPLOS

Rodolfo Juarez
O desabamento de três prédios antigos no Rio de Janeiro, ocorrido no começo da noite do dia 25, trás para a pauta de discussões, a vida útil das estruturas de concreto que servem de sustentação principal para os prédios.
Os organismos oficiais responsáveis pela fiscalização das profissões, para o caso o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, precisam dispor de condições mais afetivas e atribuições mais objetivas para poder contribuir com a segurança da população e deixar de conter apenas a proposta oficial de ser fiscal da profissão de engenheiro, pro exemplo.
As exigências sociais já são outras, algumas completamente diferentes e que precisam ser incluídas naquelas que satisfizeram a profissão no começo no século passado.
Novas tecnologias e muitas formas executivas foram inseridas nos escritórios e nos canteiros e já dão informações suficientes para as inspeções que precisam ser feitas em prédios antigos ou que apresentem qualquer tipo de falência, principalmente a estrutural.
Trocar a pintura, uma janela, um sistema de coleta de água servida ou esgoto, de distribuição de energia ou gás são ações necessárias em período de tempo razoável, em torno de 10 anos.
Como o aço está dentro do concreto é bem mais difícil inspecionar a olho nu, mas já estão disponíveis no mercado, entre outros, testes de raio “X”, próprios para buscar os dados que indicam uma intervenção, que pode ir desde uma simples correção até a demolição total da obra.
Os exemplos são mostrados todos os dias e os resultados são, na maioria dos casos, favoráveis à vida, muito embora a propriedade seja abalada e, em consequência o proprietário, esteja sempre contra os custos com a recuperação do prédio e, principalmente, a demolição da obra.
Mas todos os prédios que ultrapassam 50 anos precisam ser inspecionados e, se houver necessidade, demolidos e isso vale para todas as obras de engenharia, deixando que a vida daqueles que usam o prédio ou a construção, siga o seu tempo e a vida em segurança. Um prédio de mais de 50 anos, em regra, já é foi um espólio daquele que o construiu.
Aqui em Macapá algumas obras já ultrapassaram o tempo de uma inspeção técnica e, até agora, não se tem noticia de que essas inspeções estão programadas. Cita-se como exemplo as pontes sobre o Canal da Mendonça Júnior que dão seguimento às ruas Cândido Mendes, São José, Tiradentes e Eliezer Levi.
Nem mesmo quando das intervenções feitas no Canal, que modificou a estrutura de fundo da obra, houve o cuidado de serem testadas as condições das estruturas daquelas pontes.
Agora mesmo, depois da queda dos três prédios no Rio de Janeiro, o Crea/RJ anunciou que as obras que estavam sendo realizadas em um dos andares do prédio de vinte pisos, não tinha licença naquele Crea e, por isso, seriam obras irregulares, ou seja, não estariam com registros naquele órgão de fiscalização da profissão e poderiam ser os motivos da queda dos prédios.
Tomara que essa desculpa não seja usada por aqui quando houver necessidade de fazer uma justificativa de desastre.
As estruturas, todas elas, têm vida útil calculada ou possível de serem calculadas e, em nenhuma hipótese, pode ser levado para a lista das ocorrências improváveis.
Mas não são apenas aquelas pontes citadas. Outras obras de engenharia, com estrutura em concreto armado, precisam ser inspecionadas. Esse é um processo natural, justificado pela necessidade de prevenção e de renovar a responsabilidade pela autorização técnica para usufruir da obra.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A PARTE DELES

Rodolfo Juarez
As chuvas chegaram e estão castigando a Capital, as outras sedes municipais e as estradas que ligam essas sedes e outras localidades com vocação produtiva.
Desde a semana passada que as viagens se tornaram uma grande aventura quando têm que ser feitas em estradas não asfaltadas ou que são apenas caminhos abertos, sem qualquer tratamento e, por isso, sem condições de atender às necessidades daqueles que precisam dessas rodovias.
São muitos e de todas as ordens os problemas. Estrada ruim acaba com os veículos que, todas as vezes que terminam uma viagem precisam ser recolhidos às oficinas para reparo. Mesmo assim tem ocasiões que o veículo não dá conta nem de voltar.
A Secretaria de Transportes do Governo do Estado vai ter muito trabalho para atender todas as chamadas de socorro que são feitas para o setor socorristas que daquela Unidade do Governo.
A população, apesar de mostrar-se cansada com a situação que se repete a cada período chuvoso, precisa insistir para continuar trabalhando. Mas as condições de deslocamento, seja em transporte público, seja em transporte particular, são muito precárias e um desafio para quem tem que usar a estrada.
Já faz algum tempo que os organismos do Governo do Estado, como a Secretaria de Estado de Transporte, não se preparam para o período, muito embora todos saibam que ele se repete. Mesmo assim as dificuldades para todos continuam: para a Secretaria que não consegue resolver nada; para os donos dos veículos que vêm seu patrimônio, ou ficar pela estrada ou chegar aos pedaços na Capital; e para a população, que, apesar de indignada, vê-se de mãos atadas e sem condições de cooperar.
Não é fácil a situação para ninguém nesse momento. E esperar que o tempo levante, isso lá pelo mês de junho, é tempo demais para aqueles que não podem parar e que dependem do transporte para continuar a luta do dia-a-dia na esperança de que as coisas possa melhorar.
Não vai ser para esse ano, certamente. Mas o amapaense tem sido paciente e, apesar de muito mais desconfiado, aguarda melhoria no sistema e que cada um faça a sua parte para que a população possa ser atendida conforme prometido.
O que pode fazer agora faz. É por isso que ainda há uma fresta por onde entra a esperança, trazida pelas chuvas, que nesse momento prejudicam, mas que todos sabem que, sem essa mesma chuva, os resultados do verão não seriam importantes como são.
Mas é importante que todos cuidem do óbvio, da galinha dos ovos de ouro, da esperança de cada um e que, quem sabe ano que vem, esse sacrifício possa ter, pelo menos diminuído, dando oportunidade para que a esperança renasça, pois como está não dá mais para pensar a partir de ações dos setores que teriam que evitar o que está acontecendo no momento.
Os olhos voltados para dentro da cidade, mesmo sem fazer nada, mas ocupados em ver as crises que são habilmente alimentadas no sentido de justificar a inação e, de certa forma, a irresponsabilidade com essas estradas que cortam o Estado de ponta a ponta, permitindo que o homem do campo sinta a sua importância e mantenha acesa a confiança para que possa continuar tendo forças para caminhar e coragem para acreditar naqueles que não estão fazendo a parte que lhes cabe.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

PRIMEIRA-DAMA

Rodolfo Juarez
As questões locais precisam ser tratadas e resolvidas como questões locais. Já passou o tempo que o monitor era indispensável ou importante assessório do mandatário - ora atuando como conselheiro, ora atuando como reforço na luta contra os empecilhos.
Dentre das lutas pela autonomia, uma das conquistas foi a de poder, os próprios dirigentes, definir a melhor forma de tratar as questões e a melhora equação para resolver os problemas.
Mas nem todos os dirigentes se mostraram ou se mostram competentes no momento em que foram ou são acionados para assumir a responsabilidade pelas escolhas feitas e pelos resultados obtidos.
Titubeiam na ora da decisão ou não se mostram firmes quando têm que acompanhar o desenrolar do projeto e assumir a responsabilidade pelo resultado alcançado e, principalmente, pelo resultado não alcançado.
Desde muito, isso até nos tempos dos dirigentes nomeados, se tem notado a influência de familiares, como também a participação muito forte das primeiras-damas do Estado e dos Municípios nas decisões importantes dos gestores amapaenses.
Quem não se lembra da influência dessas primeiras-damas do Amapá nas questões diretamente relacionada à administração estadual ou municipal, desde os tempos de territorial federal até esses tempos que marcam os 21 anos de estado federado?
As primeiras damas tiveram diferentes influências sobre os governantes, algumas que entraram para o anedotário e outras que constam da própria história das administrações públicas locais, sempre com particularidades exclusivas e excludentes.
Afinal de contas são essas mulheres que avaliam todos os dias, o comportamento do gestor, seu companheiro, e nem mesmo quando o Amapá foi governado por uma mulher, as notícias cessaram, certamente não com relação à primeira dama, mas com relação ao parceiro da governadora.
As histórias que mais marcam, entretanto, têm em seus enredos ou narrativas as primeiras-damas do Estado ou o Município de Macapá. Algumas das estórias, inclusive, estão cheias de aditivos imaginados pelo povo, tornando-a mais popular e mais agradável para ser encarada.
Algumas dessas histórias, principalmente àquelas que são fieis ao acontecimento verdadeiro, são inacreditáveis ou levam as pessoas a imaginarem que os resultados prejudicaram a administração e a população, não sabendo, entretanto, em que intensidade ou qual a consequência que trouxe.
O que se ouve atualmente, apesar dos resultados ainda não serem conhecidos, são procedimentos muito parecidos, com direta influência das primeiras damas.
Elas são, atualmente, 13 primeiras-damas no Estado do Amapá.
É claro que nem tudo que é atribuída a uma primeira-dama é o que realmente acontece, mas muito do que chega ao conhecimento da população tem muito a ver com o que passa pela decisão da primeira-dama, inclusive com relação à decisões importantes onde se instala a necessidade da “última palavra”.
É por isso que cada uma delas, dentro dos limites sociais impostos e influências gerenciais que lhes são oferecidas, precisa estar atenta a tudo o que acontece para não “tomar a pior decisão”.
As anedotas são renovadas a cada ano e a cada primeira dama, fazendo as pessoas a idealizarem questões que vão desde o impossível, mas que estacionam em pontos favoráveis de todo o processo administrativo.
Cabe ao mandatário, escolhido pelo povo, equilibrar o que pode, ou não pode, ser atribuído à primeira dama para não alimentar fantasias.