quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A PARTE DELES

Rodolfo Juarez
As chuvas chegaram e estão castigando a Capital, as outras sedes municipais e as estradas que ligam essas sedes e outras localidades com vocação produtiva.
Desde a semana passada que as viagens se tornaram uma grande aventura quando têm que ser feitas em estradas não asfaltadas ou que são apenas caminhos abertos, sem qualquer tratamento e, por isso, sem condições de atender às necessidades daqueles que precisam dessas rodovias.
São muitos e de todas as ordens os problemas. Estrada ruim acaba com os veículos que, todas as vezes que terminam uma viagem precisam ser recolhidos às oficinas para reparo. Mesmo assim tem ocasiões que o veículo não dá conta nem de voltar.
A Secretaria de Transportes do Governo do Estado vai ter muito trabalho para atender todas as chamadas de socorro que são feitas para o setor socorristas que daquela Unidade do Governo.
A população, apesar de mostrar-se cansada com a situação que se repete a cada período chuvoso, precisa insistir para continuar trabalhando. Mas as condições de deslocamento, seja em transporte público, seja em transporte particular, são muito precárias e um desafio para quem tem que usar a estrada.
Já faz algum tempo que os organismos do Governo do Estado, como a Secretaria de Estado de Transporte, não se preparam para o período, muito embora todos saibam que ele se repete. Mesmo assim as dificuldades para todos continuam: para a Secretaria que não consegue resolver nada; para os donos dos veículos que vêm seu patrimônio, ou ficar pela estrada ou chegar aos pedaços na Capital; e para a população, que, apesar de indignada, vê-se de mãos atadas e sem condições de cooperar.
Não é fácil a situação para ninguém nesse momento. E esperar que o tempo levante, isso lá pelo mês de junho, é tempo demais para aqueles que não podem parar e que dependem do transporte para continuar a luta do dia-a-dia na esperança de que as coisas possa melhorar.
Não vai ser para esse ano, certamente. Mas o amapaense tem sido paciente e, apesar de muito mais desconfiado, aguarda melhoria no sistema e que cada um faça a sua parte para que a população possa ser atendida conforme prometido.
O que pode fazer agora faz. É por isso que ainda há uma fresta por onde entra a esperança, trazida pelas chuvas, que nesse momento prejudicam, mas que todos sabem que, sem essa mesma chuva, os resultados do verão não seriam importantes como são.
Mas é importante que todos cuidem do óbvio, da galinha dos ovos de ouro, da esperança de cada um e que, quem sabe ano que vem, esse sacrifício possa ter, pelo menos diminuído, dando oportunidade para que a esperança renasça, pois como está não dá mais para pensar a partir de ações dos setores que teriam que evitar o que está acontecendo no momento.
Os olhos voltados para dentro da cidade, mesmo sem fazer nada, mas ocupados em ver as crises que são habilmente alimentadas no sentido de justificar a inação e, de certa forma, a irresponsabilidade com essas estradas que cortam o Estado de ponta a ponta, permitindo que o homem do campo sinta a sua importância e mantenha acesa a confiança para que possa continuar tendo forças para caminhar e coragem para acreditar naqueles que não estão fazendo a parte que lhes cabe.

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