sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

OS EXEMPLOS

Rodolfo Juarez
O desabamento de três prédios antigos no Rio de Janeiro, ocorrido no começo da noite do dia 25, trás para a pauta de discussões, a vida útil das estruturas de concreto que servem de sustentação principal para os prédios.
Os organismos oficiais responsáveis pela fiscalização das profissões, para o caso o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, precisam dispor de condições mais afetivas e atribuições mais objetivas para poder contribuir com a segurança da população e deixar de conter apenas a proposta oficial de ser fiscal da profissão de engenheiro, pro exemplo.
As exigências sociais já são outras, algumas completamente diferentes e que precisam ser incluídas naquelas que satisfizeram a profissão no começo no século passado.
Novas tecnologias e muitas formas executivas foram inseridas nos escritórios e nos canteiros e já dão informações suficientes para as inspeções que precisam ser feitas em prédios antigos ou que apresentem qualquer tipo de falência, principalmente a estrutural.
Trocar a pintura, uma janela, um sistema de coleta de água servida ou esgoto, de distribuição de energia ou gás são ações necessárias em período de tempo razoável, em torno de 10 anos.
Como o aço está dentro do concreto é bem mais difícil inspecionar a olho nu, mas já estão disponíveis no mercado, entre outros, testes de raio “X”, próprios para buscar os dados que indicam uma intervenção, que pode ir desde uma simples correção até a demolição total da obra.
Os exemplos são mostrados todos os dias e os resultados são, na maioria dos casos, favoráveis à vida, muito embora a propriedade seja abalada e, em consequência o proprietário, esteja sempre contra os custos com a recuperação do prédio e, principalmente, a demolição da obra.
Mas todos os prédios que ultrapassam 50 anos precisam ser inspecionados e, se houver necessidade, demolidos e isso vale para todas as obras de engenharia, deixando que a vida daqueles que usam o prédio ou a construção, siga o seu tempo e a vida em segurança. Um prédio de mais de 50 anos, em regra, já é foi um espólio daquele que o construiu.
Aqui em Macapá algumas obras já ultrapassaram o tempo de uma inspeção técnica e, até agora, não se tem noticia de que essas inspeções estão programadas. Cita-se como exemplo as pontes sobre o Canal da Mendonça Júnior que dão seguimento às ruas Cândido Mendes, São José, Tiradentes e Eliezer Levi.
Nem mesmo quando das intervenções feitas no Canal, que modificou a estrutura de fundo da obra, houve o cuidado de serem testadas as condições das estruturas daquelas pontes.
Agora mesmo, depois da queda dos três prédios no Rio de Janeiro, o Crea/RJ anunciou que as obras que estavam sendo realizadas em um dos andares do prédio de vinte pisos, não tinha licença naquele Crea e, por isso, seriam obras irregulares, ou seja, não estariam com registros naquele órgão de fiscalização da profissão e poderiam ser os motivos da queda dos prédios.
Tomara que essa desculpa não seja usada por aqui quando houver necessidade de fazer uma justificativa de desastre.
As estruturas, todas elas, têm vida útil calculada ou possível de serem calculadas e, em nenhuma hipótese, pode ser levado para a lista das ocorrências improváveis.
Mas não são apenas aquelas pontes citadas. Outras obras de engenharia, com estrutura em concreto armado, precisam ser inspecionadas. Esse é um processo natural, justificado pela necessidade de prevenção e de renovar a responsabilidade pela autorização técnica para usufruir da obra.

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