quarta-feira, 13 de julho de 2011

AS LUZES DO TUNEL

Rodolfo Juarez
Tem algumas coisas que já começam a preocupar a todos e que, não faz muito tempo, estava na conta daqueles assuntos que seriam resolvidos com o “passar dos dias”: primeiros os 30, depois os 100. Agora os prazos já estão sendo estipulados em meses. Luzes em diversos pontos do “túnel” começam a ser acesas.
Afinal de contas, de quanto tempo precisa um gestor para definir os seus propósitos modificados?
- Qual é a verdadeira noção de responsabilidade que um gestor precisa ter?
São questões complexas mais que precisam ser resolvidas conforme a velocidade das necessidades da população. Não dá para ficar esperando novos testes.
Estes testes já foram feitos pelos gestores anteriores e estão disponíveis na história da governança.
Como testes - se é que é possível admitir testes quando se avança pelo caminho crítico -, estão consumindo um tempo que não faz parte do “cronograma de adaptação” do governante ao cargo e por isso, se transformam em tempo perdido. E quando os “testes” já foram feitos, o prejuízo é muito maior.
Provavelmente é resultado do que se pode classificar como propósitos modificados.
Ora, se para a campanha eleitoral foi discutido um programa de convencimento de eleitor com o título de “programa de governo”, quando não se executa esse plano é natural que se disponha de novo prazo para readequação das metas, modificações nos procedimentos e estabelecimento das estratégias.
Mas quando foi escolhida a equipe executiva, constituída pelos formadores do primeiro escalão do governo: secretários de estado, assessores diretos, especialistas e auxiliares, todos eles tinham a motivação de participar de um projeto que fora elaborado, em muitos casos por esses secretários, auxiliares e assessores, com direta participação das decisões, sempre tomadas a partir de debate amplo e aceitação coletiva.
De repente esse mesmo secretário, auxiliar e assessor vê-se subalterno e submetido às decisões ditadas por aquele que mais mostrava compreensão da democracia e respeito às decisões e que, agora, pouco liga ou nada mostra com relação à recente passado – o da campanha eleitoral.
Nesse momento a noção de responsabilidade fica distante. O gestor começa a navegar nos sonhos de sucesso pessoal às vezes sustentado nos sonhos da desgraça alheia para, em regra, elaborar o seu “projeto de poder”.
É impressionante como, nessa parte do comportamento, os gestores são iguais. As raras diferenças são muito mais pelas condições do cenário do que pela formação individual do gestor.
Esse comportamento, tão comum e tão indesejado, se fortalece conforme as dificuldades, na forma inversa da gravidade dos problemas: quando mais grave, menos atenção; quando menos grave, mais estardalhaço.
Não está sendo diferente como governador Camilo!
Contrariando o que muitos pensavam, está muito distante o desempenho do atual governador do desempenho apresentado pelo pai, o ex-governador João Capiberibe, quando prestava contas do seu desempenho com os resultados dos seus primeiros seis meses como governador.
A impressão que fica é que nem o pai, o ex-governador, esperava o desempenho que teve o filho nesse começo de governo.
Podia ter sido muito melhor!

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