domingo, 31 de julho de 2011

ASSALTO AO COFRE

Rodolfo Juarez
Quando alguém se preocupa com o que está acontecendo no Estado do Amapá é porque tem seus motivos, mas, inegavelmente todos estão atentos para não deixar que o desânimo tome conta de todos.
Até agora a realidade não conseguiu despertar algumas pessoas que estão com a responsabilidade de orientar e, até, participar das eventuais correções que precisam ser feitas.
Quando o eleitor, em outubro de 2010 foi às urnas para escolher o governador e o vive-governador do Estado, também escolheu senadores, deputados federais, deputados estaduais e o presidente da República.
Aos governadores e ao presidente se lhes era cobrada atribuição basicamente executiva; para os senadores, deputados federais e deputados estaduais, obrigações legislativas e fiscalizadoras, seja de forma direta, seja através dos seus órgãos auxiliares.
Dava vida assim aos palácios do presidente e dos governadores, bem como às casas legislativas como o Senado, a Câmara Federal e as Assembléias Legislativas.
O tempo passou e algumas decepções apareceram logo na “primeira cena” da administração pública: seja pela acentuada utilização do retrovisor ou pela divisão exagerada do governo. Tanto em um caso como em outro, os resultados seriam afetados devido à mudança de foco daqueles gestores.
Não foi diferente nesta segunda década do século XXI com os governadores e governadoras de Estado e a presidente da República querendo legislar abundantemente e os senadores e senadoras, deputados e deputadas, querendo ser executivos ou, pelo menos, indicar alguém para ocupar qualquer lugar, em qualquer nível ou esfera de governo, desde que tivesse um bom orçamento.
Passados esses sete meses do primeiro ano das respectivas legislaturas, o que se vê são resultados inimagináveis se considerados o que foi pregado durante a campanha eleitoral de 2010.
Quando não são as desculpas esfarrapadas dos executivos, são os escândalos, do apaninguados indicados por aqueles que foram eleitos apenas para legislar, atualizando a parte defasada e que já prejudicam os interesses da sociedade.
Por aqui, no Amapá, foram vídeos levados à polícia, processos licitatórios levados ao Tribunal de Contas do Estado, cartas entregando o cargo com alegações comprometedoras e distribuindo responsabilidades para políticos, empresários e àqueles que noticiavam os fatos.
Lá pela Capital do País, depois da saída do mais importante ministro da República e o mais influente filiado do PT, Antônio Palocci, houve o desbaratamento da maior rede de corrupção já instalada em um Ministério da República, registrado no Ministério dos Transportes.
Os “pontos de vazamento” tanto aqui como lá, são artificialmente minimizados, sem deixar a população perceber o tamanho do rombo nas contas públicas e o tamanho dos erros, daqueles que foram eleitos para tomar conta do cofre onde o povo manda guardar os recursos derivados dos tributos que paga.
Esperam os responsáveis que tudo se resolva com a “amnésia coletiva” que imaginam ser o resultado de uma bateria de desculpas esfarrapadas, dadas publicamente e que se amontoam sob a forma de mentira, colocando nesse monte os que estiveram participando diretamente da falcatrua e aqueles que se esforçam pra fazer a população e, especialmente o eleitor, esquecer tudo como se isso fosse possível.

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