quinta-feira, 28 de julho de 2011

JOGO DE CENA

Rodolfo Juarez
Alguns dos nossos leitores estão achando que ainda é muito sedo para que sejam destacadas as eleições municipais de 2012 no noticiário e nas análises, considerando que, muitos dos que lançam os seus nomes, querem apenas avaliar a repercussão ou mesmo “valorizar o passe”.
Não resta dúvida que não é só um que se vale deste expediente. Há muito tempo, alguns tem se valido dessa artimanha para alcançar os objetivos que jamais confessa.
Mais uma vez esses “candidatos virtuais” estarão, desesperadamente, procurando uma das janelas que se abrirão durante o período de escolha dos candidatos a prefeito, por ocasião das convenções partidárias e mesmo antes delas.
Tem alguns que já se acostumaram com esse comportamento que não há o que os faça ficar acomodado, respeitando a boa-fé do eleitor e mesmo a paciência daqueles que sempre estão fustigando para participar da chapa, dando como desculpa a “abdicação” de uma vontade e até do que considera um direito.
Tudo é um jogo de cena!
Mesmo assim eles vêm, ao longo do tempo se dando bem com esse comportamento que nada tem a ver com a ética política ou com o decoro de um agente público, que se disfarça de pré-candidato para ganhar vantagens futuras em administrações de modo a garantir a colocação de seus apaninguados.
Se forem feitas as contas, já passa de dez os pretendentes ao cargo de prefeito do Município de Macapá. Alguns até pertencentes ao mesmo partido, como se pudessem disputar, como filiados à mesma instituição partidária o mesmo cargo que é oferecido na eleição.
O caso é que o eleitor, cada vez mais politizado, já está sabendo fazer a leitura adequada e, mesmo errando, tem acertado cada vez mais e mostrando quem manda “no pedaço”.
Tomara que os eleitores continuem atentos e os partidos também tenham a responsabilidade com o seu próprio programa e evite que seus filiados saiam por ai pregando a desobediência ao que ordena o Estatuto do Partido.
Ninguém duvida mais da importância dos partidos. Ninguém desconhece que o caminho do Poder é percorrido sempre nos limites dos partidos políticos e, a cada dia, falecem as teses de que os nomes e as propostas dos candidatos são mais importantes de que o nome e as propostas dos partidos.
Há também que ser considerado a nova interpretação que os eleitores estão dando para o momento político. As chances de “levar no bico” o eleitor estão diminuindo cada vez mais. Os contadores de estórias estão se perdendo no tempo, enquanto que o profissionalismo das campanhas ganha espaço.
Ilusões estão mais difíceis de serem “vendidas” e, enquanto o tempo passa, as regras se aprimoram, as direções partidárias ganham importância e significado, o filtro democrático pelo voto ganha qualidade.
É natural que aqui e ali o “controle de qualidade” dos candidatos seja esquecido, as propostas sirvam para esconder a verdadeira intenção, mas essa não é mais a regra.
A responsabilidade já não é mais só dos candidatos e dos eleitores é também dos partidos.

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