sexta-feira, 1 de julho de 2011

ESTACA ZERO

Rodolfo Juarez
Estou preocupado com o que está acontecendo no Amapá: um governo que não acerta, um território que não é explorado e um povo que está em dificuldades.
Tomara que isso passe logo. Parece que a população tem ainda fôlego para conviver com essas dificuldades que estão atingindo a todos e prejudicando a cada um. Os problemas do Governo estão contaminando a sociedade e as questões simples se transformando em complexas etapas de uma lista de dificuldades.
Ninguém tem mais certeza de nada, muito embora ainda se perceba que apenas a minoria perdeu as esperanças.
Mas muita coisa precisa mudar. E logo!
Não dá mais para aplicar panos quentes em questões tão importantes. A queda do secretário de Estado da Saúde é, seguramente, um dos maiores problemas que a gestão do Estado enfrenta.
Uma saída que pegou de surpresa a maioria da população, pela forma como o secretário foi embora. As justificativas apresentadas por Evandro Gama, o ex-secretário de Estado da Saúde, serviriam muito mais para sua manutenção no cargo do que a exoneração.
Digo mesmo, se fosse eu, com todas as “conquistas” apresentadas pelo ex-secretário, jamais permitiriam perder o auxiliar e faria de tudo para que ele continuasse exercendo o cargo.
Tem gente que diz que não é bem assim...
Prefere acreditar que no Governo tudo é diferente, tudo corresponde a um código e que quando se diz “sim” é porque é “não” e nem o “talvez” aparece para amenizar as coisas.
O fato é que, desde terça-feira o governador Camilo não conta mais com um dos auxiliares mais importantes. Evandro Gama saiu!
Dizer que foi a imprensa ou “forças estranhas” responsáveis pela saída do secretário não tranqüiliza a população como, da mesma forma, colocar em dúvida a governabilidade é apostar muito alto nas possíveis dificuldades de relacionamento do governo do Estado com a população e os outros poderes.
Até agora o governador e seus auxiliares ainda caminham naquela faixa de sombra, onde persistem a tranquilidade, a temperatura amena e os ventos frescos. Não há nem sinal de “chuva” que possa molhar alguém.
Apesar do Governo ainda não ter conseguido olhar o horizonte de frente e sempre anunciar as dificuldades de um passado recente que está na retaguarda, tem navegado em águas calmas, onde prevalecem as melhores condições para levar esse “barco”, grande e bonito, cheio de gente que ainda confia que tudo pode dar certo.
Mas a desconfiança aumenta quando de repente, não mais que de repente, caem colunas importantes e que fazem parte da sustentação do Governo do Estado, como aconteceu com os secretários de Educação, um pouco antes, e agora, o secretário de Saúde.
Volta quase tudo à estaca zero.
O que não voltam são as oportunidades que foram perdidas e junto com elas, algumas das importantes esperanças da população que se mostra, cada vez mais, desiludida.
Não há como compreender o que pode estar acontecendo. Não há como definir o que pode acontecer a seguir.
A instabilidade se acomoda entre os nervos do governo, provocando descargas que afetam partes importantes e sublimes da Administração que, para se sustentar, precisa de novos ares e novos pares.

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