Rodolfo Juarez
Já está passado da hora de levar para
discussão um plano de desenvolvimento urbano para Macapá. Alguns pontos desse
plano precisam ser debatidos à exaustão com planejadores que já tiveram os seus
planos testados e já tiveram a retroalimentação dos mesmos.
Sistemas como o de expansão urbana e
viário, precisam ser organizados considerando a sua interdependência.
No sistema viário foram colocados carros
demais para vias de menos; o mesmo está acontecendo com relação à expansão,
pois estão sendo colocadas habitações de mais em bairros de menos, ou seja,
está havendo concentração de pessoas e logicamente de usos de serviços e
estrutura da cidade.
Alguns conjuntos residenciais estão
projetados para mais de 20 mil habitantes, todos eles precisando se deslocar
para o trabalho e para o lazer e de lá voltar para casa. Até agora os acessos,
desde o centro ou desde onde estejam os locais de trabalho e escola, não foram
estudados e, com isso, é desconhecido o impacto que isso trará para a situação
atual da cidade.
Não se trata de acessibilidade, na forma
como é discutida, se trata de acessibilidade de massa. Muitas pessoas estarão
concentradas em um único bairro, do qual precisam acessar outros.
Manter as mesmas vias para atender
necessidades novas é arriscar demais a funcionalidade da cidade e desafiar a
qualidade de vida da população.
Os exemplos de outros centros poderiam
ser perfeitamente considerados por aqui. Providência como essa poderia evitar
os problemas que são comuns em outras cidades, mas que já dão sinais de
frequência indesejada em Macapá.
Se forem consideradas as retenções
havidas nos horários de pico para quem quer chegar ao centro, vindo da zona
norte; ou quer voltar para a zona norte saindo do centro, já se tem exemplos
claros de como pode piorar a situação atual.
Discutir agora já refletiria um atraso
para definição das medidas preventivas, mesmo assim, ainda estaria sendo
debatido em tempo que permitiriam as providências para que as dificuldades pontuais
de agora, não se transformem em dificuldades permanentes depois.
A população de Macapá cresce, nesta
década, a uma taxa bem próximo de 4% ao ano, o que projeta um número de
pessoas, somados os naturais com os migrantes, de quase 20 mil habitantes, o
que corresponde a necessidade anual de aproximadamente 5 mil novas moradias.
Por isso, prestar atenção nesses números
é se antecipar aos fatos, uma vez que ainda daria para discutir o assunto de
forma ampla e elaborar os projetos de acordo com a técnica e conforme a
necessidade.
Passando esse tempo, a necessidade toma
conta das ações, pois, afinal de contas, a moradia é um direito de todos e, por
isso, que as baixadas estão invadidas, mesmo todos sabendo os problemas que
essa situação causa.
Agir ade forma antecipada é uma
necessidade, fundamental para que as autoridades cumpram o seu papel público.
Depois, não haverá justificativa capaz de convencer a população sujeitas às
dificuldades de deslocamento e de moradia, no dia a dia da cidade.
Ainda há tempo!
Os administradores do município de
Macapá estão demorando demais a sair da toca e começar a agir. Nem todas as
ações custam dinheiro. Boa parte delas exige, apenas criatividade, ação e
responsabilidade social e urbana.
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