O ACORDO E SEUS
PENDURICALHOS
Rodolfo Juarez
Aos poucos vão sendo divulgados os
documentos que comprovam os compromissos assumidos pelo governo brasileiro
depois das desagradáveis manifestações contra os médicos cubanos que acabaram
de desembarcar no Brasil.
Tinha que haver outros motivos, além
daqueles que foram fartamente anunciados. Agora se vê que, além dos interesses
de compensar a população com um atendimento contínuo e profissional na área
médica, haveria também, um grande interesse em compensar boas palavras e apoio
na esfera estritamente política e de relacionamento ideológico.
As revelações de que o acordo que o
Brasil firmou com a Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, para desenvolver
ações de acesso da população brasileira havia ocorrido no dia 26 de abril, dois
meses antes do lançamento do programa Mais Médicos, feito no dia 8 de julho,
afirmando que a prioridade seria de médicos brasileiros e destacando que
“estrangeiros serão convocados para eventuais vagas que sobrarem”, constrangeu
à autoridades do Governo que, até agora, não conseguiram explicar as
evidências.
O contexto se complica quando se analisa
a situação em que o ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio
Patriota, dizia de forma voluntária, que o Brasil estudava a entrada de 6 mil
médicos cubanos para locais com falta de profissionais da área da saúde.
Como “analisa” se já está firmado o
acordo para que isso ocorra?
O acordo firmando com a Organização
Pan-Americana da Saúde, em 26 de abril de 2013, tem um valor total de R$ 510
milhões, com comissão de 5%, a título de administração, para a Opas, mais R$
12,2 milhões, para pagar as passagens dos médicos e ainda Diárias, sabe-se lá
para quem, previstas em um total de R$ 1,3 milhão.
Nas explicações dos dirigentes do
Ministério da Saúde o termo de cooperação (nome dado para o Acordo) com a Opas,
em abril, o documento seria como um “guarda-chuva” para ações de reforço à
atenção básica.
Na visão dos gestores do MS, os dois
primeiros termos de ajuste ao contrato original (?), explica o Ministério da
Saúde, tiveram caráter mais teórico. O terceiro, sobre os médicos cubanos, teve
impacto mais prático.
O acordo tem validade de cinco anos,
podendo ser prorrogado por mais cinco, e foi nele que se buscou a base para ser
firmado, em agosto, o convênio com Cuba.
Aquele acordo não prevê o pagamento
direto da bolsa de R$ 10 mil aos médicos cubanos, diferentemente do que
acontece com os profissionais de outras nacionalidades selecionados para o
programa Mais Médicos.
O governo brasileiro anuncia que o
Brasil vai receber, até o final de 2013, 4 mil médicos, dos quais 400 já estão
pro aqui, sendo alvo olhares que não vêm médicos e sim, cubanos mandados pelo
regime Castrista.
E não seria difícil questionar quem pagaria
a alimentação dos médicos e os seus alojamentos.
Pois bem, as despesas decorrentes da
alimentação dos médicos cubanos e dos alojamentos foram assumidas pelos
prefeitos que aderiram ao programa, em nome das prefeituras que administram.
Claro que é mais um complicador, mas esse foi o compromisso
assumido e que precisa ser cumprido. Com relação ao salário dos profissionais
médicos, eles receberão como empregados do Governo Cubano, em Cuba, em torno de
R$ 2.800,00.
E o restante? Bem, o restante fica para o
Governo de lá!
Nenhum comentário:
Postar um comentário