SETENTA ANOS
Rodolfo Juarez
Os 70
anos de criação do Amapá como unidade da Federação Brasileira, que ocorreu na
sexta-feira, por desmembramento de parte do território do Estado do Pará e com
o objetivo de aumentar a velocidade de ocupação da área do “outro lado” do rio
Amazonas e possibilitar o desenvolvimento desta parte do Brasil.
A
capital do Território Federal, recém criado e em proposta original, foi a
cidade de Amapá, no norte da Unidade, seguindo a tendência experimentadas em
todas as regiões brasileiras, com o povoamento se dando do litoral para o
interior.
As
razões econômicas, tendo como principal avaliador Janary Nunes, escolhido pelo
presidente da República para ser o primeiro governador da nova Unidade
Federativa, acabou optando por Macapá, na margem esquerda do rio, considerando
a proximidade com Belém, o principal polo de atração para negócios da região.
O dia 5
de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Cidadã, que transformou
o Território Federal do Amapá, em Estado do Amapá, encerrou 45 anos da tutela
da União e iniciou um período de transição, que duraria até o dia 31 de
dezembro de 1990, pois no dia 1º de janeiro de 1991, o Estado do Amapá recebia
o seu primeiro governador eleito e mais os 24 deputados constituintes que
elaborariam a Constituição do Estado do Amapá.
Durante
o período de Território Federal - 45 anos -, o Amapá alternou bons e maus
momentos sociais, entretanto, sempre se mostrou um bom executor dos planos que
a União incumbia a unidade federativa, apesar de alguns dos governadores
nomeados não entenderem muito bem o seu papel.
O
período de transição, compreendido entre 5 de outubro de 1988 e 31 de dezembro
de 1990, pode ser dividido em duas partes. A primeira que durou até abril de
1990, em um compasso de espera, devido não haver definição com relação ao
governador da fase transitória.
A
segunda parte, exercida pelo governador protempore, foi de muita movimentação,
afinal além de ter que garantir a eleição para o primeiro governador do Estado,
também tinha o papel de acelerar a preparação para que o Estado do Amapá
começasse a funcionar, em sua plenitude no dia 1º de janeiro de 1991.
A fase
de Estado iniciada com a posse do primeiro governador eleito, Annibal
Barcellos, no dia 1º de janeiro de 1991 e que prossegue até hoje, tem sido
cheia de esperanças, muitos problemas e algumas realizações.
Mesmo
assim, até aqueles que não acreditavam que o Amapá daria mais certo como Estado
do que como Território, primeiro deixaram de reclamar do presente, propondo os
conceitos do passado, provavelmente afetado pelo medo (natural!) da mudança.
Os que
acreditavam acabavam sendo traídos pelo entusiasmo e chegaram a errar demais
nas suas avaliações, sempre otimistas demais e, por isso, frustrantes e fornecedoras
de “combustível” para os que “torciam contra”.
Alguns
episódios podem ser citados e que bem demonstram a forma como cada um via o
Amapá como Estado e como Território.
Um
desses episódios, à guisa de exemplo, está relacionado com o posicionamento criado
quando da avaliação da construção do Teatro das Bacabeiras, tido pelos
contrários ao Estado, como um “elefante branco” que jamais seria utilizado
pelos amapaenses. O seu tamanho e a sua imponência era o alvo preferido das
críticas.
O tempo
mostrou a importância do teatro é indiscutível, tanto para a finalidade
principal, a cultura, como para as finalidades alternativas, aquelas
decorrentes da administração e da política.
O
orçamento do Estado previsto para o ano que vem supera os 5 bilhões de reais,
para atender uma população que cresce a índices acima do dobro do crescimento
médio nacional. Além disso, o Estado tem se mostrado pujante, vencendo
problemas administrativos e enfrentando questões políticas partidárias, que são
apontadas como mais um problema, muito embora seja lá, no “ninho” de problemas
que a população tem que buscar a solução.
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