quinta-feira, 19 de setembro de 2013

UM DESBRAVADOR
Rodolfo Juarez
A família e a profissão são responsáveis pela aproximação que temos de algumas pessoas que acabam marcando a nossa própria vida e nossa maneira de ver o mundo, às vezes funciona com se fosse uma imensa gaiola cheia de aberturas e espelhos onde se tem oportunidade de ver o mundo exterior e a nós mesmos, criando ambientes para reflexões, cheias de exemplos, para que valorizemos a família e a profissão.
Quem tiver uma oportunidade dessas não a desperdice, não a deixe passar como se de menos importância fosse.  Na maioria das vezes não temos segunda chance e não há como recriar as oportunidades.
As aparências são responsáveis por enganos irreparáveis, mas também, por conquistas amistosas e duradouras que cooperam com o modo de viver de cada um de nós, tomando o cuidado para não deixar-se abater pelos enganos e nem se empolgar demais, pelas conquistas.
A profissão de engenheiro civil acabou me dando uma oportunidade para conhecer um profissional dedicado e sem temor para enfrentar desafios, fossem ele na sede do município de Mazagão ou na sede do município de Oiapoque e isso em um tempo que não havia ligação rodoviária para qualquer daqueles dois locais.
Mesmo assim jamais, como engenheiro, ele se deixava assustar ou lhe impunha qualquer limite, desde que em nome da profissão que tinha orgulho de exercer.
A aplicação na execução dos planos e projetos pelo engenheiro chamou a atenção para outros setores, que se transformariam em paixão, como a administração e a política. Nas duas, todas as vezes que teve oportunidade, sempre se destacou e esteve à frente de grandes projetos.
Enquanto ocupado com uma tarefa, lá estava ele, nas horas vagas, trabalhando em outra, inquieto por natureza, sabia que podia dar mais pelo Amapá, sendo engenheiro, administrador ou líder partidário – nunca quis ser líder político.
Carlos Eliomar Chagas Aragão veio trabalhar no Amapá em 1978, com 25 anos, recém-formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Estado do Pará. Fazia parte de um grupo de profissionais selecionados pelo governo amapaense para executar os serviços de engenharia que precisavam ser realizados de forma urgente.
Foi o que mais se mostrou disposto a não escolher local e, por isso, foi o engenheiro responsável por obras em Mazagão, Oiapoque e Amapá, tanto que chegou e assinou o seu primeiro contrato com o Governo.
Nas sedes de cada um daqueles municípios estava em construção o minicampos (depois hotel de transito), casa do prefeito, casa do juiz, do delegado, além de importantes obras como, estradas de penetração e de interligação e, no caso de Oiapoque, a construção do muro de arrimo da cidade.
Pois bem, o engenheiro Carlos Aragão deu conta de todas as incumbências que lhes foram passadas.
Mesmo com tantas ocupações foi atraído pela polícia e começou acompanhando a maratona desenvolvida, durante as campanhas, por Antônio Pontes, quatro vezes deputado federal pelo Amapá. Esses mandatos o deputado reconhecia que boa parte deles devia ao seu companheiro, como o destacava, Carlos Aragão.
Percebeu que podia continuara colaborando efetivamente com a política se dirigisse um partido. Foi nessa corrente de pensamento que fundou trouxe para o Amapá o PSD, responsável pela eleição de tantos que, mesmo não lhe dando o devido valor, tinham o respeito do presidente Aragão.
Essas participações políticas atraíram o engenheiro Carlos Aragão para dentro da Administração Pública local, mantendo o seu perfil e sempre disposto a cooperar com aqueles que o designavam.
Exercia os cargos com dedicação impar!
Agora as cortinas baixaram. O grande desbravador, que recebeu o título de cidadão amapaense em junho deste ano, nos deixou no dia 16 de setembro, depois de ver o Amapá comemorar 70 anos de criação, certamente satisfeito com o que pode fazer, mas deixando seus amigos sentidos pelo presente, mas gratificados pela história que teve oportunidade de escrever coma agente modificador do Amapá.

Obrigado Carlos Aragão por ter feito o que fez e por ter me dado a oportunidade de ser, com você, participante da conformação do Amapá. 

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