domingo, 7 de junho de 2015

A direção do Sebrae/AP é culpada

Rodolfo Juarez
Mais da metade dos microempreendedores individuais não fez a declaração fiscal a qual ficaram obrigados por lei desde quando foram chamados, convencidos para aceitar e aceitaram a modificação de sua condição de camelô ou ambulante.
No auge da propaganda da regularização os ambulantes e camelôs passaram a ser atraídos pelo Governo Federal e pelo Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa para que modificassem os seus costumes mediante uma “regularização” para todos aqueles que faturavam até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e ainda com direito a um superávit de até 20%, ou seja, sem alterar o enquadramento, faturar até R$ 72 mil.
A forma como foram chamados apontava só as vantagens como aposentadoria e assistência previdenciária entre outros direitos, isso tudo dentro de uma propaganda que parecia ser o “melhor negócio” para os ambulantes, camelôs e outras atividades empresariais do tipo.
O responsável pelo chamamento foi o Agente Sebrae de cada unidade da Federação e, aqui no Amapá e especialmente em Macapá, as vantagens eram propagandeadas sob todas as formas, inclusive como oferta de financiamentos para aquisição de bens de empresas que iam para o Sebrae expor para aqueles que se sentiam com vontade de participar do projeto.
Esqueceu-se o Serviço de Apoio às Micro e Pequena Empresa de seu papel principal que é proteger os microempresários que aceitavam o desafio, no que concerne à preparação para a atividade negocial.
Os números apresentados foram maravilhosos, desafiadores e ainda minimizados na propaganda, na maioria das vezes não feita para atender os interesses dos microempresários, mas para atender as metas dos Agentes Sebrae de cada unidade da Federação e do Distrito Federal.
A proposta, em linhas gerais, era o pagamento de 5% do salário mínimo para a Previdência Social e mais R$ 1,00 (um real) para o Estado (ICMS), no caso de venda de mercadoria, e R$ 5,00 (cinco reais) para o município (ISS), no caso de venda de serviço, ou seja, uma despesa que não alcança R$ 50,00.
Já depois de decorrido o primeiro ano da transformação dos primeiros MEIs, um primeiro problema foi detectado: a Prefeitura de Macapá, para a concessão de Alvará de Funcionamento aplicou para os microempreendedores o preço normal cobrado pelo Município e mais, só liberava depois da vistoria do Corpo de Bombeiro, que também cobrava.
As intervenções de terceiros, exigindo o cumprimento da Lei, foram decisivas para que houvesse o retrocesso e não fossem cobradas essas obrigações do microempreendedor por ter sido aquele, elemento principal de sua motivação para o enquadramento. Além disso, os MEIs continuaram a ter problema com a bitributação na aquisição de mercadorias e na educação empresarial.
O Sebrae falhou na condução do projeto e, agora, toda a responsabilidade com a declaração para o Fisco (Receita Federal) passa, integralmente às expensas do microempreendedor.
As coisas continuam erradas na consecução desse projeto e a assinatura do acordo entre o Governo do Estado e o Agente Sebrae/AP teve como representante dos interesses dos microempreendedores o Agente Sebrae no Amapá o que não é legítimo e representa o desacerto na composição das responsabilidades.
No momento, mais da metade dos microempreendedores individuais estão inadimplentes e a culpa está sendo posta, exclusivamente, na costa dos microempresários.
Ora, isso não é coerente. Aliás, não está em qualquer lógica. O microempreendedor, além de ser um vítima do Sebrae/AP é levado como números para declarar a eficiência do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa no Amapá, o que convenhamos é um exagero e demonstra a irresponsabilidade como o Sebrae/AP está conduzindo o problema alimentado e criado por ele que, agora, está pretendendo deixar tudo na costa do microempreendedor.

O Sebrae tem que se declarar culpado pelo que está acontecendo com as microempresas.

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