Rodolfo Juarez
No dia
18 de abril escrevemos o artigo “Não acendam o estopim” em uma referência à
forma como estavam sendo encaminhadas as negociações com os professores do
Estado e observando, bem ao lado, a movimentação grevista dos professores do
município de Macapá.
A
principal observação era feita com relação ao movimento dos professores, mas
também para considerar que a questão dos professores – tanto do município (pela
Prefeitura) como do estado (pelo Governo do Estado) -, naquele momento era
decisiva para o comportamento das outras categorias de empregados públicos.
Na
semana passada fora contabilizado 10 sindicatos em greve e uma proposta, da
parte deles, de procedimentos comuns nas tratativas com relação à recuperação
salarial e às condições de trabalho.
Isso
poderia ter sido evitado, mas como nem resolvido completamente foi a pedida dos
professores dando margem para que se insurgissem contra a demora, por exemplo,
do pagamento da regência de classe prometida.
Criada
o corredor de greve elas se estenderam ao Judiciário, e, agora, à Companhia de
Água e Esgoto do Amapá.
O
estopim destacado no artigo do dia 18 de abril (e que está no Facebook) é
figurado, mas bem real na demonstração da necessidade de muito cuidado e
atenção total, sem enrolação, nas tratativas com as lideranças sindicais.
A
questão dos funcionários da Caesa filiados ao Sindicato dos Urbanitários é
analisada, por parte daqueles funcionários, como se fosse um desafio, quando a
direção da Empresa abdicou da sua capacidade de negociação, sem iniciá-la, para
levar a questão de interesse dos empregados e da empresa para a mesa de
negociação do Governo do Estado, no Programa Agenda do Servidor.
Claro
que os trabalhadores da Caesa não gostaram e era previsível essa posição devido
à falta de diálogo entre a Presidência da Companhia e os trabalhadores, agora
irritados por não conheceram o “novo campo de jogo”.
É
difícil entender a decisão da presidente da Companhia de Águas, pois, da forma
como foi providenciada a mudança, as expectativas com relação ao “desafio” não
era das melhores.
Os
trabalhadores da Caesa começaram o movimento e, no final de semana se
posicionaram para a sociedade, depois de uma reunião no sindicato da categoria.
Vale
lembrar que a Caesa é uma empresa pública com os seus problemas sendo
administrados pelos respectivos conselhos e que, até eles, sentiram-se inúteis
por não lhes terem negado a discussão e a capacidade – que detêm -, para
negociar com os trabalhadores.
A
grande mensagem do controlador da empresa, o Governo do Estado, vinha usando
como trunfo motivador era a escolha feita para presidir a empresa uma
funcionária de carreira.
Mas
essa funcionária presidente está abdicando de sua principal referência, a
autoridade, para deixa-la anônima em uma mesa de negociação onde os
trabalhadores não têm intimidade para debater e encaminhar as decisões.
Pegou
mal a atitude da presidente e os trabalhadores reagiram!
A
população está apreensiva, pois já não tem confiança na energia fornecida pela
CEA e agora vê a perspectiva de ter que enfrentar dificuldades devido à greve
na Companhia de Água.
Ninguém
merece!
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