sábado, 13 de junho de 2015

O estopim era isso

Rodolfo Juarez
No dia 18 de abril escrevemos o artigo “Não acendam o estopim” em uma referência à forma como estavam sendo encaminhadas as negociações com os professores do Estado e observando, bem ao lado, a movimentação grevista dos professores do município de Macapá.
A principal observação era feita com relação ao movimento dos professores, mas também para considerar que a questão dos professores – tanto do município (pela Prefeitura) como do estado (pelo Governo do Estado) -, naquele momento era decisiva para o comportamento das outras categorias de empregados públicos.
Na semana passada fora contabilizado 10 sindicatos em greve e uma proposta, da parte deles, de procedimentos comuns nas tratativas com relação à recuperação salarial e às condições de trabalho.
Isso poderia ter sido evitado, mas como nem resolvido completamente foi a pedida dos professores dando margem para que se insurgissem contra a demora, por exemplo, do pagamento da regência de classe prometida.
Criada o corredor de greve elas se estenderam ao Judiciário, e, agora, à Companhia de Água e Esgoto do Amapá.
O estopim destacado no artigo do dia 18 de abril (e que está no Facebook) é figurado, mas bem real na demonstração da necessidade de muito cuidado e atenção total, sem enrolação, nas tratativas com as lideranças sindicais.
A questão dos funcionários da Caesa filiados ao Sindicato dos Urbanitários é analisada, por parte daqueles funcionários, como se fosse um desafio, quando a direção da Empresa abdicou da sua capacidade de negociação, sem iniciá-la, para levar a questão de interesse dos empregados e da empresa para a mesa de negociação do Governo do Estado, no Programa Agenda do Servidor.
Claro que os trabalhadores da Caesa não gostaram e era previsível essa posição devido à falta de diálogo entre a Presidência da Companhia e os trabalhadores, agora irritados por não conheceram o “novo campo de jogo”.
É difícil entender a decisão da presidente da Companhia de Águas, pois, da forma como foi providenciada a mudança, as expectativas com relação ao “desafio” não era das melhores.
Os trabalhadores da Caesa começaram o movimento e, no final de semana se posicionaram para a sociedade, depois de uma reunião no sindicato da categoria.
Vale lembrar que a Caesa é uma empresa pública com os seus problemas sendo administrados pelos respectivos conselhos e que, até eles, sentiram-se inúteis por não lhes terem negado a discussão e a capacidade – que detêm -, para negociar com os trabalhadores.
A grande mensagem do controlador da empresa, o Governo do Estado, vinha usando como trunfo motivador era a escolha feita para presidir a empresa uma funcionária de carreira.
Mas essa funcionária presidente está abdicando de sua principal referência, a autoridade, para deixa-la anônima em uma mesa de negociação onde os trabalhadores não têm intimidade para debater e encaminhar as decisões.
Pegou mal a atitude da presidente e os trabalhadores reagiram!
A população está apreensiva, pois já não tem confiança na energia fornecida pela CEA e agora vê a perspectiva de ter que enfrentar dificuldades devido à greve na Companhia de Água.

Ninguém merece!

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