sexta-feira, 19 de junho de 2015

O governante precisa ser líder

Rodolfo Juarez
São notórias as dificuldades que Governo vem tendo para debater com os seus servidores, implicando em adiamentos injustificados de discussões importantes, esgotamento da paciência das lideranças sindicais e oportunismo de alguns no trato de questões tão relevantes.
Isso mesmo: relevantes: aliás, muito relevantes.
Faz tempo que o “capital” humano passou a ser mais importante e decisivo do que o “capital” dinheiro, ou o “capital” da estratégia, ou mesmo o “capital” da boa “visão gerencial”.
As grandes corporações – e o estado do Amapá é uma delas - precisam ser diferenciadas, garantir a motivação dos seus colaboradores que, na gestão pública são os servidores e funcionários públicos, elementos indispensáveis para fazer funcionar a “maquina” estatal.
É na crise que se evidenciam os talentos!
O Amapá, seja nas entranhas do Governo ou fora dela, dispõe de talentos que precisam ser exercitados, colocados à prova e não subestimados ou temidos.
A população está em polvorosa com o atual estado de coisas. A falta de perspectiva e a repetição de velhas fórmulas funcionam como sendo um freio muito forte a conter todas as iniciativas que apresentam riscos.
E qual atividade humana que não apresenta riscos?
A própria administração pública é uma atividade cheia de riscos. Por isso os controles que são instados e colocados para funcionar no sentido de conter os excessos e evitar que as questões prejudiciais se instalem na administração.
Agora isso não pode inibir a criatividade, a capacidade de inovar, mesmo que seja uma atitude simples, mas se for inovadora, precisa ser apoiada, desenvolvida e colocada em prática, avisando a todos de sua eficácia.
Os problemas são sempre colocados como desculpas e não como uma retroalimentação do processo para que não se repitam, ou seja, minimizados a níveis que podem ser controlados sem causar os prejuízos que são alegados com grande frequência.
A receita estatual, toda ela, não está dando para repetir as realizações de outros períodos, então é importante que se recolham as armas, garantam o conhecimento e passem a ser efetivos em ações proativas.
Ignorar a realidade e, principalmente, que não está em condições de modificar essa realidade com os instrumentos que dispõe, além de ser muito arriscado, em todos os sentidos, é um tremendo equívoco.
O Amapá precisa “nadar”, avançar para o seu futuro, resolvendo o seu presente e deixando de reclamar do passado para o qual todos contribuíram: governantes, população e imprensa. Cada qual com a sua fatia de contribuição.
É hora também de declarar a culpa, reconhecer que errou e entender que o setor público da sociedade não é um cabide de emprego ou lugar para agasalhar pessoas despreparadas, inclusive para enfrentar o momento.
Não dá mais para imaginar um estado virtual, aquele vivido pelos dirigentes públicos que, a cada final de mês recebem salário suficiente para comer, beber, se divertir e gozar, enquanto uma grande parte da população não sabe nem como vai fazer, logo amanhã, para comer.
A situação do Estado é grave e as consequências poderão ser desastrosas para dirigentes que nada ou pouco tem a ver com a situação, inclusive os eleitos, principal vitrine da sociedade que confiou na capacidade de cada um que escolheu para gerenciar os interesses do Estado e, essencialmente, os seus próprios interesses.

Encontrar uma desculpa para cada problema e fugir das decisões, por mais impactante que seja, é a pior demonstração de fraqueza de um governante que precisa ser líder.

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