quinta-feira, 11 de junho de 2015

A relação política atual

Rodolfo Juarez
A relação política entre pessoas, entre as pessoas e instituições e entre instituições é uma imposição social que precisa ser bem compreendida e trabalhada para não se transformar em entraves sociais e fator de risco para a eficiência das propostas por mais equilibradas que se apresentem no início.
O exercício dessa relação político quando feito de forma acertada resulta em soma de esforços manifestada em resultados múltiplos; quando feito de forma errada representa a maior autodestruição de projetos e de sonhos.
Na atualidade o uso errado da relação política tem favorecido apenas alguns oportunistas e afastado aqueles que são envolvidos e depois alijados pelo processo, modificando completamente o que fora o objeto inicial do trabalho conjunto.
Tem muito a ver com os conchavos pré-eleitorais, feitos longe do eleitor, que fica conhecendo apenas o embrulho, sem saber o que está por baixo do “papel”, alguns muito coloridos, e que envolvem um grande acordo.
A relação é feito sem qualquer obediência a um ideário e com pouquíssimas amarras ao interesse comum o que, na primeira oportunidade é mandado às favas para que prevaleçam, em toda plenitude, os propósitos inconfessáveis, mesmo que isso signifique negar tudo o que foi prometido para a população.
Nesse momento os acordantes originários e os acordantes oportunistas agem em conjunto no sentido de manietar aquele que a população escolheu, não pelos parceiros, mas pelo programa apresentado ou pela certeza que tem no que faria caso não houvesse as interferências daqueles oportunistas.
As aberrações começam quando são indicados para cargos políticos importantes pessoas que não têm elementos que possam credenciá-las para o cargo, mas nesse momento a relação política é maior que a relação de responsabilidade e confiança entre o mandatário e seu novo “auxiliar”.
Não raro as “escolhas” do chefes de governo são de pessoas que não são de confiança alguma dele e sim de confiança do aliado. A questão é que o aliado não quer saber dos efetivos resultados para a sociedade e sim para os resultados de seu interesse ou de seu grupo, em uma traição escancarada quando comparado com o que faz parte da proposta originalmente apresentada.
Em seguida vem a apresentação pessoal, algumas poucas palavras, alguns apertos de mão, e fica a esperança, agora entre o que deveria confiar e quem deveria ser “de confiança”, selando um futuro incerto, mas com a maior possibilidade de não dar certo.
A regra é que nesses casos os problemas aumentam e quando estiver para estourar, o descompromissado avisa que não dá mais, pois, o tempo que esteve como “homem de confiança” foi suficiente para suprir os seus interesses, muito embora não tenha atingidos nenhum dos interesses do povo.
A relação política interesseira está configurada!
Resta agora esperar pelos erros que serão sempre do “mandante chefe” e nunca do “homem de confiança desconhecido” que deixa tudo por fazer e um ambiente de discórdia entre aqueles que deveriam formar a equipe.
E a eficiência administrativa?
Que se lixe! Diria o tal “homem de confiança”.
O mesmo comportamento é do “parceiro” oportunista.
Enquanto isso a população se vê frustrada, desconfortável com ela mesma, não credo na realidade e já pensando que reavaliar aquele que foi tão ruim quanto e que antes atingira níveis expressivos de rejeição.

Que é preciso confiar, não resta dúvida; mas que é indispensável compartilhar, não se discute, entretanto é preciso que se encontre com a realidade onde está um povo sofrido, esperançoso e acreditando que, um dia, o resultado de uma administração pode ser outro, nem que para isso alguém tenha que dar um “murro forte na mesa”. 

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