Rodolfo Juarez
A
relação política entre pessoas, entre as pessoas e instituições e entre
instituições é uma imposição social que precisa ser bem compreendida e
trabalhada para não se transformar em entraves sociais e fator de risco para a
eficiência das propostas por mais equilibradas que se apresentem no início.
O
exercício dessa relação político quando feito de forma acertada resulta em soma
de esforços manifestada em resultados múltiplos; quando feito de forma errada
representa a maior autodestruição de projetos e de sonhos.
Na
atualidade o uso errado da relação política tem favorecido apenas alguns
oportunistas e afastado aqueles que são envolvidos e depois alijados pelo
processo, modificando completamente o que fora o objeto inicial do trabalho
conjunto.
Tem
muito a ver com os conchavos pré-eleitorais, feitos longe do eleitor, que fica
conhecendo apenas o embrulho, sem saber o que está por baixo do “papel”, alguns
muito coloridos, e que envolvem um grande acordo.
A relação
é feito sem qualquer obediência a um ideário e com pouquíssimas amarras ao
interesse comum o que, na primeira oportunidade é mandado às favas para que
prevaleçam, em toda plenitude, os propósitos inconfessáveis, mesmo que isso
signifique negar tudo o que foi prometido para a população.
Nesse
momento os acordantes originários e os acordantes oportunistas agem em conjunto
no sentido de manietar aquele que a população escolheu, não pelos parceiros,
mas pelo programa apresentado ou pela certeza que tem no que faria caso não
houvesse as interferências daqueles oportunistas.
As
aberrações começam quando são indicados para cargos políticos importantes
pessoas que não têm elementos que possam credenciá-las para o cargo, mas nesse
momento a relação política é maior que a relação de responsabilidade e
confiança entre o mandatário e seu novo “auxiliar”.
Não
raro as “escolhas” do chefes de governo são de pessoas que não são de confiança
alguma dele e sim de confiança do aliado. A questão é que o aliado não quer saber
dos efetivos resultados para a sociedade e sim para os resultados de seu
interesse ou de seu grupo, em uma traição escancarada quando comparado com o
que faz parte da proposta originalmente apresentada.
Em
seguida vem a apresentação pessoal, algumas poucas palavras, alguns apertos de
mão, e fica a esperança, agora entre o que deveria confiar e quem deveria ser
“de confiança”, selando um futuro incerto, mas com a maior possibilidade de não
dar certo.
A regra
é que nesses casos os problemas aumentam e quando estiver para estourar, o
descompromissado avisa que não dá mais, pois, o tempo que esteve como “homem de
confiança” foi suficiente para suprir os seus interesses, muito embora não
tenha atingidos nenhum dos interesses do povo.
A
relação política interesseira está configurada!
Resta
agora esperar pelos erros que serão sempre do “mandante chefe” e nunca do
“homem de confiança desconhecido” que deixa tudo por fazer e um ambiente de
discórdia entre aqueles que deveriam formar a equipe.
E a
eficiência administrativa?
Que se
lixe! Diria o tal “homem de confiança”.
O mesmo
comportamento é do “parceiro” oportunista.
Enquanto
isso a população se vê frustrada, desconfortável com ela mesma, não credo na
realidade e já pensando que reavaliar aquele que foi tão ruim quanto e que
antes atingira níveis expressivos de rejeição.
Que é
preciso confiar, não resta dúvida; mas que é indispensável compartilhar, não se
discute, entretanto é preciso que se encontre com a realidade onde está um povo
sofrido, esperançoso e acreditando que, um dia, o resultado de uma
administração pode ser outro, nem que para isso alguém tenha que dar um “murro
forte na mesa”.
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