Rodolfo Juarez
No
encerramento do Fórum das Cidades realizado na semana passada, em Macapá, que
reuniu autoridades do Governo do Estado, dos outros poderes estaduais e os
prefeitos municipais, foi anunciada a intenção de criar a Secretaria de Estado
do Desenvolvimento das Cidades.
O anuncio foi
aplaudido pelos presentes e, na sequência a informação de que um projeto de Lei
seria enviado à Assembleia Legislativa para ser analisado e votado, garantido
todo o esforço do Governo para que fosse aprovado.
Claro que se
trata de um assunto muito importante, tanto que virou marca da campanha
desenvolvida pela coligação que tinha Waldez Góes como candidato ao cargo de
governador na expressão objeto: “cuidar das pessoas e das cidades”.
Muito embora
se reconheça que para cuidar das cidades não precisa, necessariamente que se
tenha uma secretaria. O que se precisa e que se tenha uma decisão política de
fazer e pessoal preparado para, neste caso, elaborar o projeto completo que
poderia levar a Administração a esse objetivo.
Para
estruturar uma nova secretaria – e principalmente uma com essa proposta e
envergadura -, é preciso que se conte com todos os capitais, principalmente o
humano e o financeiro. Aquele para dispor do conhecimento e, este, para poder
colocar em prática os projetos elaborados no sentido de melhorar as cidades.
Poderia também
ser interpretado como uma janela entre o Governo do Estado e a União, através
do Ministério das Cidades, exatamente no momento em que o Ministério das
Cidades sofreu o maior corte jamais visto em um ministério – 55% do orçamento
original, com o fito de possibilitar o equilíbrio fiscal que está levando o
Brasil para um buraco negro.
Então, se no
Governo Central se está fazendo corte para buscar o equilíbrio das contas
públicas, aqui deverá ser seguido a mesma cartilha, pois, doutra forma, se
estaria na contramão das providências nacionais.
E a estrutura
do Governo do Estado do Amapá está obesa, com muita gordura para ser retirada,
em uma verdadeira lipoaspiração para poder deixar o Amapá em forma para a
corrida em favor do seu povo.
No memento o
Governo do Estado conta com 61 órgãos de gestão, distribuídos em 5 secretarias
extraordinárias, 9 órgãos estratégicos de execução, 20 secretarias de estado,
21 autarquias e órgãos vinculados, 2 fundações e 4 sociedades de economia
mista, sem contar com a Governadoria. Cada um desses órgãos com uma estrutura
paquidérmica que precisa ser revista e modernizada.
Além do
pessoal concursado, grade parte dos servidores públicos é de vinculados
temporários, assumindo contratos administrativos para atender casuísmos do
passado e oportunismo do presente.
Então é
preciso enxugar a máquina do Governo do Estado que está um verdadeiro
paquiderme e esperando que funcione com relações interpessoais travadas pelas
bandeiras políticas e pela insensibilidade daqueles que pouco tem a ver com o
Estado.
O Estado
precisa ser redesenhado para esse momento de crise. Precisa ter a sua estrutura
reavaliada com olhos na sua capacidade de pagamento para que não continuemos
tomando vendo de proa e tendo que bordejar, enfrentando fortes maresias como
aquelas que agora estão no caminho do timoneiro.
O caso do
Amapá é sério e não será aumentando gastos que se resolveriam quaisquer dos
problemas e sim economizando para que os serviços voltem a ser eficientes e a
população atendida.
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