Rodolfo Juarez
Estão
os representantes do Executivo estadual, outra vez, discutindo o Plano
Plurianual do Amapá, desta vez para o quadriênio 2016/2019, cometendo os mesmos
erros cometidos na elaboração dos planos anteriores.
Dá a
impressão que o plano que foi aprovado e está vigor de nada serviu. Dando a
entender que se está desenhando um novo estado, desde o zero, sem considerar os
avanços, as permanências e os recuos havidos desde quando as constituições
Federal e Estadual obrigaram aos administradores fazerem esse exercício,
antecipado o que os administradores pretendem fazer - e ver feito -, no Estado.
O
impressionante é que a construção do novo plano em nada se apoia nos documentos
de acompanhamentos obtidos a partir dos planos plurianuais de outros períodos.
É como se a construção desse plano estivesse em sua primeira edição.
Antes
de qualquer coisa o Plano Plurianual é uma pela técnica, com viés social e
considerações políticas, onde as bases continuam sendo as previsões de receita
e a destinação das despesas, agora em programas que podem ultrapassar um
exercício financeiro e, até, ultrapassar vários mandatos dos executivos.
Se é
assim, então precisam ser consideradas todas as limitantes e de pouco adiantam
as vontades que não podem ser encaixadas dentro dos planos e passa a ser um
saco de pretensões inatingíveis, o que não interessa a nenhum dos contribuintes
que espera competência e objetividade na elaboração do Plano.
Colocar
codinomes no Plano Plurianual como “interativo”, “participativo” ou outro
complemento qualquer é abrir as portas da irresponsabilidade, onde as pessoas
são chamadas ao mundo a ilusão e armadas com o espadim do Jiraya.
Apontar
problemas sem ter a forma ou a disposição real de resolvê-lo e ilusionismo puro
e, principalmente nos Planos, não cabem esse tipo de ingrediente a não ser para
servir para entretenimento irresponsável.
Como
peça técnica, o Plano Plurianual precisa de dados reais, obtidos com precisão
cirúrgica na sociedade, em escamotear qualquer ponto, desde aqueles mais
simples, até os mais complexos.
A
divisão em partes é importante não para a apresentação da solução, mas para
captar todas as nuances dos problemas e as ramificações que podem, mas tarde,
prejudicar a aplicação do tratamento adequado ao problema.
O Plano
Plurianual é um exercício da realidade atual projetada para o futuro e que
precisa ser acompanhado, em todos os seus detalhes, não no próprio plano, mas
na implementação dos programas, através dos projetos.
Atualmente,
pela falta de um plano estratégico para o desenvolvimento do Estado, deve ser
considerado o Plano Plurianual com a capacidade de fazer esse papel, buscando o
desenvolvimento conforme a capacidade do povo, a vocação da sociedade e o
comportamento do Governo.
Por
isso, apesar de ser um plano elaborado pelo Governo do Estado, deve tratar das
questões de outros órgãos do Estado, destacando o papel e as necessidades de
cada um dos Poderes no desenvolvimento social.
É
preciso também que o resumo do plano seja de fácil acesso pela comunidade e
pelos que têm a vontade social de cooperar, agindo como fiscalizador social,
contribuindo com aqueles que têm a responsabilidade primária de executá-lo ou,
em cada caso, declarar a sua ineficiência ou o desperdício que implica.
Filosofar
e sonhar não são comportamentos proibidos para ninguém, desde que não se torne
elemento do Plano Plurianual do Amapá para os próximos quatro anos.
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