É PRECISO REINVENTAR A FORMA DE GOVERNAR
Rodolfo Juarez
A queda na
arrecadação estadual exige adequações no orçamento que vão além de um simples
contingenciamento. A eficácia desse procedimento não repercute o interesse
público, pois, se de um lado segura os gastos públicos, de outro engessa a
atividade dos agentes públicos que ficam sem condições e exercer suas
atribuições.
Com o
orçamento contingenciado todo o plano da unidade que dependa de recursos para o
seu desenvolvimento, fica comprometido ou sem condições de ser executado.
A falta é de
tudo: combustível, pessoal, material de expediente, material de limpeza e
manutenção, para o cafezinho, o material descartáveis, além de um ambiente
adequado àqueles que não estão dispostos a enfrentar a crise como ela precisa
ser enfrentada: com determinação e inventividade.
Nota-se uma
falha geral no processo de planejamento que engatinha, titubeante, como se não
conseguisse descobrir o tamanho da encrenca.
Recomendar que
todos atentem para contenção de despesas é muito pouco para tornar efetiva
qualquer proposta. Alertar para a queda na arrecadação é informar o óbvio,
pois, nem todos os setores estão influindo para que a receita se recupere e a
arrecadação confirme o que foi calculado quando da elaboração do orçamento do
Estado.
O governo, com
poucas exceções, está praticamente parado, inerte, sem intervir para melhorar a
performance da administração. Ninguém está satisfeito com os resultados que
estão sendo obtidos, muito embora todos entendam o que está acontecendo.
O tamanho da
Administração Estadual suga todas as receitas e obriga a cada setor caminhar
lentamente, como um grande animal disforme que tem fome e não tem onde buscar
fonte de energia.
É preciso
reinventar o Governo. Redimensioná-lo para poder desempenhar o seu papel antes
de tudo se tornar ainda mais difícil.
Não nos parece
que o governador - e sua equipe de gestão econômica e gerencial - tenham força
para modificar alguma coisa, mas é importante lembrar que, como está o custo
social é muito alto.
Assim não dá
para melhorar o atendimento na saúde, os resultados na educação de
responsabilidade do Estado, melhorar a segurança pública e ainda atender as
questões sociais, culturais, esportivas e econômicas que pipocam todas as
horas, demonstrando que precisam de intervenção.
A honra de ser
governador do Estado pode se transformar em um pesadelo com sacrifício de
pessoas que pouco ou nada têm a ver com a situação atual. Mas é preciso
interpretar a administração. É preciso inventar novas maneiras de gerenciar
para poder enfrentar os problemas novos que estão por ai para ser vencidos pela
Administração.
Uma questão,
entretanto, não pode fugir do controle, a emoção. E neste caso seria a emoção
por uma situação de percurso e que pegou todos desprevenidos, alguns pela falta
de atenção e outros pelo completo desconhecimento de cenário.
O governador
precisaria de uma equipe forte para ajuda-lo na tarefa de governar, de aliados
focados nos interesses do Amapá, para poder indicar os caminhos a serem percorridos
por todos, de um corpo funcional comprometido e motivado para ter a capacidade
de se responsabilizar pela mudança de rumo.
Quando mais
houver isolamento da equipe de comando, mais se agigantarão os problemas e mais
dificuldades se acumularão para todos.
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