domingo, 16 de agosto de 2015

Reinventar a forma de governar

É PRECISO REINVENTAR A FORMA DE GOVERNAR
Rodolfo Juarez
A queda na arrecadação estadual exige adequações no orçamento que vão além de um simples contingenciamento. A eficácia desse procedimento não repercute o interesse público, pois, se de um lado segura os gastos públicos, de outro engessa a atividade dos agentes públicos que ficam sem condições e exercer suas atribuições.
Com o orçamento contingenciado todo o plano da unidade que dependa de recursos para o seu desenvolvimento, fica comprometido ou sem condições de ser executado.
A falta é de tudo: combustível, pessoal, material de expediente, material de limpeza e manutenção, para o cafezinho, o material descartáveis, além de um ambiente adequado àqueles que não estão dispostos a enfrentar a crise como ela precisa ser enfrentada: com determinação e inventividade.
Nota-se uma falha geral no processo de planejamento que engatinha, titubeante, como se não conseguisse descobrir o tamanho da encrenca.
Recomendar que todos atentem para contenção de despesas é muito pouco para tornar efetiva qualquer proposta. Alertar para a queda na arrecadação é informar o óbvio, pois, nem todos os setores estão influindo para que a receita se recupere e a arrecadação confirme o que foi calculado quando da elaboração do orçamento do Estado.
O governo, com poucas exceções, está praticamente parado, inerte, sem intervir para melhorar a performance da administração. Ninguém está satisfeito com os resultados que estão sendo obtidos, muito embora todos entendam o que está acontecendo.
O tamanho da Administração Estadual suga todas as receitas e obriga a cada setor caminhar lentamente, como um grande animal disforme que tem fome e não tem onde buscar fonte de energia.
É preciso reinventar o Governo. Redimensioná-lo para poder desempenhar o seu papel antes de tudo se tornar ainda mais difícil.
Não nos parece que o governador - e sua equipe de gestão econômica e gerencial - tenham força para modificar alguma coisa, mas é importante lembrar que, como está o custo social é muito alto.
Assim não dá para melhorar o atendimento na saúde, os resultados na educação de responsabilidade do Estado, melhorar a segurança pública e ainda atender as questões sociais, culturais, esportivas e econômicas que pipocam todas as horas, demonstrando que precisam de intervenção.
A honra de ser governador do Estado pode se transformar em um pesadelo com sacrifício de pessoas que pouco ou nada têm a ver com a situação atual. Mas é preciso interpretar a administração. É preciso inventar novas maneiras de gerenciar para poder enfrentar os problemas novos que estão por ai para ser vencidos pela Administração.
Uma questão, entretanto, não pode fugir do controle, a emoção. E neste caso seria a emoção por uma situação de percurso e que pegou todos desprevenidos, alguns pela falta de atenção e outros pelo completo desconhecimento de cenário.
O governador precisaria de uma equipe forte para ajuda-lo na tarefa de governar, de aliados focados nos interesses do Amapá, para poder indicar os caminhos a serem percorridos por todos, de um corpo funcional comprometido e motivado para ter a capacidade de se responsabilizar pela mudança de rumo.
Quando mais houver isolamento da equipe de comando, mais se agigantarão os problemas e mais dificuldades se acumularão para todos.

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