Rodolfo Juarez
Com as dificuldades que o governo
federal enfrenta, com a queda da confiança, da credibilidade e da receita
pública, há uma irradiação dessas dificuldades para os estados, o Distrito
Federal e os municípios.
Nem para
empurrar com a barriga dá, pois, desta vez, não há a expectativa de que haverá
excesso de receita no final do ano, isso devido: ou a uma avaliação mal feita
da receita futura ou uma ação proposital para facilitar a negociação do final do
ano, onde o décimo terceiro, os restos a pagar e os descuidos administrativos
são cobrados em dinheiro.
Desta feita
uma certeza já se tem: não haverá excedente para ser distribuído entre os
órgãos do Estado e, ao contrário, a expectativa é de que nem a receita esperada
no final do ano venha a ser confirmada.
Isto é
especialmente grave quando se tem a informação de que o país está em recessão
técnica, devido ao crescimento negativo apurado nos dois últimos trimestres.
Com isso a
certeza de que não haverá excedente e os problemas aumentarão com a aproximação
do final do ano. A população pode esperar uma virada de ano de muitas
dificuldades e reclamações por parte dos funcionários públicos, com reflexo em
todos os pontos da sociedade.
Alguns órgãos
já entraram em regime de contenção rigorosa de gastos, pois, já estão sabendo
que não haverá gordura na receita pública e, por isso, os gastos devem ser
cortados em todos os códigos de despesas, desde pessoal até material de
expediente, sendo esperada a criatividade individual, de grupo e gerencial,
para não prejudicar o regular funcionamento das repartições nos poderes.
O Tribunal de
Justiça, por exemplo, já entrou em regime de rigorosa contenção de despesas,
por menor que seja, para poder viabilizar o funcionamento do órgão sem que haja
prejuízo para o jurisdicionado. Todos foram convocados para conhecer a situação
e participar do exercício de economia.
Na escala de
necessidades, como relação ao tamanho, o Tribunal de Justiça é o que tem maior
volume de recursos depois do Governo do Estado. A Assembleia é o terceiro, o
Ministério Público o quarto e o Tribunal de Contas o quinto.
A fonte é a
mesma: o tributo pago pelos contribuintes que doam 5 meses de sua força de
trabalho para atender às necessidades do Estado Brasileiro.
Tenho
percebido que os funcionários do Governo do Estado não foram treinados para
esse momento e alguns continuam agindo como se tudo estivesse normal.
É importante
reconhecer que não está.
Que precisa
entender o que está acontecendo e, mesmo nesse momento, ainda são muitas as
pressões por aumento de salários dos funcionários e mordomias dos que ocupam
cargos de confiança.
É preciso
perceber que a fonte secou e, para manter inclusive as condições para pagamento
de salário, é preciso compreender que a folha de pagamento precisará ter o seu
total diminuído, para adaptar ao que é possível conforme o que o Estado
arrecada.
Todos os
funcionários efetivos do Estado ainda não viveram um momento como o que se
desenha para o final do ano, alguns que trabalham há mais tempo, desde o
período de transição democrática, têm essa experiência que, entretanto, tinham
a confiança de ser suprida imediatamente, por serem federais as verbas. Agora
não, os riscos são maiores.
A falta de
explicações para todos é profundamente prejudicial para todos que, sem
treinamento, acabam esperando demais e podem descobrir tarde que o momento é de
crise.
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