Rodolfo Juarez
Os
responsáveis pelo setor de planejamento do Governo do Estado do Amapá estão,
aparentemente, indecisos com o que está acontecendo com a receita prevista e o
comprometimento orçamentário das despesas planejadas.
Em queda desde
o começo do ano, tanto as transferências correntes como a receita própria,
precisam de intervenção de forma imediata para que não se alcance estágios
indesejados como, por exemplo, atraso no pagamento de obrigações inadiáveis e
de folha de servidores como já está acontecendo no Governo do Estado do Rio
Grande do Sul.
O impacto
aqui, por condições idênticas ao que ocorre no estado sulista é muito maior,
considerando que a representação do setor público na economia daqui é muito
maior do que na economia de lá.
As
preocupações precisam ser transformadas em atitude para que não se entre em um
caminho sem volta e as dificuldades aumentem para a população.
O exemplo
recente do comportamento das autoridades da União, que durante as eleições não
reconheciam as dificuldades que estavam à porta da Nação, está resultando em
crises jamais imaginadas pelo mais pessimista dos adversários.
Encarar a
realidade e proceder a cortes na estrutura inchada do Governo parece tão
evidente que até mesmo os aliados já estão concordando com aqueles cortes.
É preciso ser
corajoso para enfrenar esse tipo problema. Ser seguro para entender o que está
por vir e principalmente ter responsabilidade para não colocar em dificuldades,
mais do que já está a população do Estado.
Não basta
pousar de que tem coração bom. O administrador precisa tomar decisões e, muitas
destas decisões não agradam a todos e, de certa forma, quando não tenham
justificativas claras, confundem os aliados e servem de argumento para as
oposições, sempre dispostas ao combate.
Apesar de o
período administrativo estar acabando, ainda há tempo para agir, mesmo que
tenha que contrariar alguns aliados e focar outros objetivos.
No momento não
pode confiar apenas nos aliados, no partido político, ou no grupo de amigos e
amigas. A gestão precisa encontrar o rumo dentro das dificuldades, oportunidade
no tempo que ainda pode evitar problemas maiores.
A situação de
momento é crítica. Nenhum setor está conseguindo segurar os solavancos dos
tempos atuais, sejam eles políticos, econômicos ou financeiros.
Antes de tudo
deve ser construído um sistema de amortecimento para a desconfiança, pois,
nesse momento, esse sentimento tem um campo fértil para crescer. O Governo
precisa contar com o apoio incondicional da maioria da população para continuar
seguindo a gestão de acordo com os objetivos traçados inicialmente.
Esse ambiente,
no momento, parece contaminado pela desconfiança inicial e assiste aos desconfiados
vários argumentos que podem ser considerados poderosos e com dificuldades para
serem modificados.
Nesse momento
o Amapá precisa de um plano emergencial e real para ser seguido, em todos os
seus detalhes, no sentido de superar os déficits que estão sendo acumulados,
tanto na arrecadação prevista como nos resultados anunciados.
Ficar
injetando informações que não podem ser confirmadas, nesse momento é aderir ao
chamado risco total, pois, as áreas de manobras, todas elas, estão obstruídas e
muitas delas se constituindo em verdadeiras arapucas onde depois de entrar não
dá para sair.
Mesmo assim a saída
existe. É preciso, entretanto, ser audacioso, verdadeiro, corajoso e competente
para encontrar, nas tormentas, a saída segura ou, pelo menos, a saída para um
ambiente mais calmo.
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