segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Quando a gestão precisa de rumo

Rodolfo Juarez
Os responsáveis pelo setor de planejamento do Governo do Estado do Amapá estão, aparentemente, indecisos com o que está acontecendo com a receita prevista e o comprometimento orçamentário das despesas planejadas.
Em queda desde o começo do ano, tanto as transferências correntes como a receita própria, precisam de intervenção de forma imediata para que não se alcance estágios indesejados como, por exemplo, atraso no pagamento de obrigações inadiáveis e de folha de servidores como já está acontecendo no Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
O impacto aqui, por condições idênticas ao que ocorre no estado sulista é muito maior, considerando que a representação do setor público na economia daqui é muito maior do que na economia de lá.
As preocupações precisam ser transformadas em atitude para que não se entre em um caminho sem volta e as dificuldades aumentem para a população.
O exemplo recente do comportamento das autoridades da União, que durante as eleições não reconheciam as dificuldades que estavam à porta da Nação, está resultando em crises jamais imaginadas pelo mais pessimista dos adversários.
Encarar a realidade e proceder a cortes na estrutura inchada do Governo parece tão evidente que até mesmo os aliados já estão concordando com aqueles cortes.
É preciso ser corajoso para enfrenar esse tipo problema. Ser seguro para entender o que está por vir e principalmente ter responsabilidade para não colocar em dificuldades, mais do que já está a população do Estado.
Não basta pousar de que tem coração bom. O administrador precisa tomar decisões e, muitas destas decisões não agradam a todos e, de certa forma, quando não tenham justificativas claras, confundem os aliados e servem de argumento para as oposições, sempre dispostas ao combate.
Apesar de o período administrativo estar acabando, ainda há tempo para agir, mesmo que tenha que contrariar alguns aliados e focar outros objetivos.
No momento não pode confiar apenas nos aliados, no partido político, ou no grupo de amigos e amigas. A gestão precisa encontrar o rumo dentro das dificuldades, oportunidade no tempo que ainda pode evitar problemas maiores.
A situação de momento é crítica. Nenhum setor está conseguindo segurar os solavancos dos tempos atuais, sejam eles políticos, econômicos ou financeiros.
Antes de tudo deve ser construído um sistema de amortecimento para a desconfiança, pois, nesse momento, esse sentimento tem um campo fértil para crescer. O Governo precisa contar com o apoio incondicional da maioria da população para continuar seguindo a gestão de acordo com os objetivos traçados inicialmente.
Esse ambiente, no momento, parece contaminado pela desconfiança inicial e assiste aos desconfiados vários argumentos que podem ser considerados poderosos e com dificuldades para serem modificados.
Nesse momento o Amapá precisa de um plano emergencial e real para ser seguido, em todos os seus detalhes, no sentido de superar os déficits que estão sendo acumulados, tanto na arrecadação prevista como nos resultados anunciados.
Ficar injetando informações que não podem ser confirmadas, nesse momento é aderir ao chamado risco total, pois, as áreas de manobras, todas elas, estão obstruídas e muitas delas se constituindo em verdadeiras arapucas onde depois de entrar não dá para sair.

Mesmo assim a saída existe. É preciso, entretanto, ser audacioso, verdadeiro, corajoso e competente para encontrar, nas tormentas, a saída segura ou, pelo menos, a saída para um ambiente mais calmo.

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