quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Mudando o conceito

Rodolfo Juarez
Os tempos de crise são propícios para o exercício da criatividade, da inventividade, da inovação.
Ora, como estamos experimentando, mais uma vez, esse tempo no Estado do Amapá, então, teoricamente, as condições estariam apropriadas para esse exercício e até os testes dos modelos que poderiam facilitar a recuperação da confiança e da eficácia administrativa local.
Não tem no Amapá um empreendimento maior do que o Governo do Estado. Todos os outros, públicos, meio públicos ou não públicos, não chegam perto do que representa o Governo do Estado.
Basta essa constatação para que se dê muita atenção ao que está acontecendo – ou já aconteceu – exigindo de cada um, atenção sobre tudo o que faz e não faz essa instituição, responsável principal pela qualidade de vida da população.
Ninguém pode se considerar alheio ao que definem os agentes públicos estaduais. É preciso atenção desde a formatação dos planos e projetos, definição das atividades ou prioridades dadas pelos que assumem a responsabilidade dos resultados.
Historiando a administração do governo anterior e analisando os primeiros meses do governo atual, os resultados não são bons, especialmente considerando os serviços prestados e os investimentos feitos.
Há falhas!
Onde estão essas falhas?
Isso se constitui em um grande problema. Ninguém consegue descobri, por dentro do Governo, onde estão essas falhas.
A avaliação externa, construída pelos analistas do cotidiano, ao que parece, não têm sido suficientes para influenciar nas tomadas de decisão dos agentes públicos que assumiram a responsabilidade de gerir os interesses do Estado. Há uma espécie de aceitação, sem cobrança, dos resultados alcançados.
Não falo das cobranças políticas ou politiqueiras, essas acabam funcionando até como justificativa para os erros cometidos, como se fosse aceitável errar tanto.
Falo isso sim, daqueles que mesmo percebendo os erros, preferem calar, imaginando que assim, no seu canto, estão fazendo o que melhor podem oferecer para o povo que está precisando de quase tudo.
As organizações da sociedade civil estão desativadas ou sufocadas por um histórico de espera permanente de que as questões de interesse do Estado melhorem.
Os cargos políticos devem ser preenchidos pelos melhores que se apresentam para a população, esses até entendo que estão sendo resultado da democracia que defendemos, do país que vivemos e do estado que queremos que seja ativo, participativo, eficiente e impessoal.
Entre as organizações civis, as organizações empresariais, ao contrário do que a sociedade espera, estão se alinhando às proposta políticas e, com isso, prejudicando a sua principal finalidade que é a luta pela melhoria da qualidade de vida da população.
Uma organização empresarial só pode contribuir com a sociedade estando fora da linha de ação do Governo para se assumir a sua posição, questionar as decisões dos setores públicos, propor modificações, sem ter que se preocupar se vai ou agradar o governador ou o secretário.
O Governo do Estado dispõe de 5 bilhões de reais para gastar em 12 meses, a cada ano. E gasta. Mal, mas gasta.
Que bom seria se esse dinheiro todo fosse aplicado mais democraticamente, realizando serviços e investimento que atendesse a mais pessoas, dando o sentido da amplitude das propostas.
Mas faz tempo que isso não acontece!
As crises internas e a pressão externa têm sido predominante nas administrações dos órgãos que foram imaginados no sentido de tornar robusto o Estado. As relações de faz de conta que alguns órgãos do estado têm uns com os outros, prejudicam a eficiência dos resultados e deixa, cada vez mais, a população distante dos seus objetivos e as organizações em dificuldades.

Mudar o conceito é muito mais importante do que mudar as pessoas.

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