terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A nota zero e o silêncio dos gestores

Rodolfo Juarez
Terminou ou mês de novembro e nenhum dos problemas da população está suficientemente equacionado para garantir, no final do ano, tranqüilidade para as famílias que, ansiosamente, esperam o começo do ano que vem.
Ninguém, nem mesmo os mais otimistas, garantem melhores perspectivas para os governos e para as administrações que se debateram durante todo o ano de 2015 e não conseguiram nada a não ser dar desculpas e fazer justificativas.
O Estado do Amapá fecha o ano com nota zero no quesito transparência na administração pública estadual, muito embora haja um esforço muito grande da parte do senador João Capiberibe no sentido de divulgar a Lei da Transparência e a Lei de Acesso a Informação, como instrumento fundamental para o combate à corrupção.
No entendimento geral se sabe que a corrupção é inversamente proporcional à transparência. Isso é, quanto maior o nível de transparência de uma administração, menor é o nível de corrupção e, quanto menor o nível de transparência, maior nível de corrupção nessa mesma administração.
A nota zero que a Controladoria Geral da União (CGU) deu para a Administração do Estado do Amapá, apesar de não ser um dado definitivo, é um forte indicativo de que o espaço para a corrupção está garantido e em alto grau.
Depois da avaliação do nível de transparência no Amapá feito pela CGU, a estranhar está o posicionamento daqueles que deveriam contestar o dado, principalmente a Controladoria Geral do Estado que não se manifestou publicamente ou fez apenas uma tímida manifestação, sem assumir qualquer compromisso, não com os analistas da CGU, mas com o povo do Amapá que reclama, e muito, da falta da transparência nas ações desenvolvidas pelo Governo do Estado.
Nem mesmo o senador do PSB, João Capiberibe, se manifestou com a veemência necessária sobre a nota zero que foi atribuída ao Amapá, nem a nível nacional, como em nível local.
Alguém tem que dizer, pelo menos, que se trata de uma questão do exato momento em que foram colhidos os dados pelos técnicos da CGU. Mas é preciso informar à população os motivos dessa indesejada avaliação.
Em qualquer teste que se faça a nota zero é muito doida. Para aqueles mais responsáveis é um desastre em qualquer circunstancia, entretanto, para os administradores públicos amapaenses, parece que a nota não incomodou e nem motivou cada um deles a um propósito: mudar o cenário em curto prazo.
Falando em prazo, a própria Controladoria Geral da União está exigindo que, em seis meses, a administração pública estadual tome providências para que o nível de transparência nessa administração se recupere e se integre na normalidade, valorizando os tributos que são pagos pelos contribuintes para sustentação da chamada “máquina pública”.
É assim que está terminando o penúltimo mês do ano, com o esse problema dominando as discussões administrativas, com os servidores do Estado trabalhando com muitas dificuldades, seja para atender às necessidades administrativas básicas, seja para observar a valorização dos seus conhecimentos.
Além disso, os pagamentos atrasados de fornecedores de material e serviços já não são admitidos pelos próprios aliados ou agentes importantes da administração que começam a reclamar dos seus gestores e pedir desculpas para os fornecedores.
A gestão atual pode ainda ser mais questionada quando, no final do exercício perceber que não houve queda na arrecadação total prevista no orçamento e que as quedas na arrecadação dos tributos do Estado foram compensadas, com sobra, pelo aumento nas transferências constitucionais, principalmente na conta do FPE.
A nota zero atribuída à transparência na administração do Estado, até agora, ainda é comentada no âmbito popular e ninguém, ninguém mesmo, compreende o silencio daqueles que têm a atribuição e incumbência para mudar o cenário.

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