sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Ambiente de incertezas no Governo

AMBIENTE DE INCERTEZAS
Rodolfo Juarez
Um dos fatores que mais prejudica uma administração é a incerteza. Exatamente o que está experimentando o primeiro escalão do Governo do Estado e, em consequência, toda a linha vertical da hierarquia.
Tenho conversado com muitos profissionais de proa da Administração Estadual e tenho percebido um cuidado exagerado para dar uma definição do momento e principalmente do futuro, todos muito preocupados em não considerar o passado como se isso fosse possível para se projetar o futuro.
Percebe-se que além da falta de confiança nas decisões e principalmente na eficácia das medidas, o próprio governador do Estado também “pisa em ovos” evitando contrariar os seus auxiliares ou aliados por mais que saiba que, algumas vezes precisa dizer “não” e não dar a resposta esperada pelo auxiliar ou aliado.
As indecisões são muitas tanto para orientar uma medida e, principalmente para alterá-la. Essa decisão de alterar uma orientação dada exige do gestor muito equilíbrio e confiança no que está determinando.
A exoneração do secretário de estado dos Transportes Odival Monterrozzo é um fato absolutamente normal e dentro do padrão administrativo, o que não é normal é mantê-lo na gestão da unidade, na qualidade de adjunto, como se estivesse dando “um cala-boca” para o seu ex-importante auxiliar.
Tecnicamente não são eficazes as mudanças abruptas e de surpresas. Muito embora não tenha conhecimento dos antecedentes imediatos à exoneração, presume-se, pelas circunstâncias apresentadas e pelo constrangimento do auxiliar que saiu que o assunto não foi tratado com a clareza necessária.
O secretário de transporte, em qualquer governo, ocupa uma posição estratégica dispondo de informações privilegiadas e, no caso do Amapá, por causa da construção da BR-156, relações importantes estabelecidas com os organismos nacionais que exigem estratégia especial para executar a substituição deixar transparecer que “precisou” do cargo para acalmar ou fazer sorrir um aliado, até considerando o seu perfil fortemente politizado.
A unidade vai ter sérios abalos e inevitáveis alterações, com o novo secretário propondo um programa executivo de obras e de planejamento que tenha a “sua cara” e não a cara do secretário que saiu.
Essa medida, principalmente da forma como foi tomada, contaminou a cabeça dos auxiliares que ficam entreolhando-se para procurando saber quem será o próximo.
É verdade que o serviço que vinha sendo executado pelo secretário Monterrozzo não vinha agradando muitos dos colegas de gestão, mas, principalmente, alguns aliados que ainda não desceram do palanque eleitoral de 2014.
Tomara que a medida melhore o desempenho do setor e que as obras estruturantes que estão sendo tocadas sob a orientação da Secretaria de Transporte sejam equacionadas e tenha os prazos prometidos respeitados.

Agora isso tudo vai depender muito da aplicação do engenheiro Jorge Amanajás, aliás bem mais do que as outras componentes próprias de uma gestão eficiente para aquele setor da administração pública.

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