AMBIENTE
DE INCERTEZAS
Rodolfo
Juarez
Um dos
fatores que mais prejudica uma administração é a incerteza. Exatamente o que
está experimentando o primeiro escalão do Governo do Estado e, em consequência,
toda a linha vertical da hierarquia.
Tenho
conversado com muitos profissionais de proa da Administração Estadual e tenho
percebido um cuidado exagerado para dar uma definição do momento e
principalmente do futuro, todos muito preocupados em não considerar o passado
como se isso fosse possível para se projetar o futuro.
Percebe-se
que além da falta de confiança nas decisões e principalmente na eficácia das
medidas, o próprio governador do Estado também “pisa em ovos” evitando
contrariar os seus auxiliares ou aliados por mais que saiba que, algumas vezes
precisa dizer “não” e não dar a resposta esperada pelo auxiliar ou aliado.
As
indecisões são muitas tanto para orientar uma medida e, principalmente para
alterá-la. Essa decisão de alterar uma orientação dada exige do gestor muito
equilíbrio e confiança no que está determinando.
A
exoneração do secretário de estado dos Transportes Odival Monterrozzo é um fato
absolutamente normal e dentro do padrão administrativo, o que não é normal é
mantê-lo na gestão da unidade, na qualidade de adjunto, como se estivesse dando
“um cala-boca” para o seu ex-importante auxiliar.
Tecnicamente
não são eficazes as mudanças abruptas e de surpresas. Muito embora não tenha
conhecimento dos antecedentes imediatos à exoneração, presume-se, pelas
circunstâncias apresentadas e pelo constrangimento do auxiliar que saiu que o
assunto não foi tratado com a clareza necessária.
O
secretário de transporte, em qualquer governo, ocupa uma posição estratégica
dispondo de informações privilegiadas e, no caso do Amapá, por causa da
construção da BR-156, relações importantes estabelecidas com os organismos
nacionais que exigem estratégia especial para executar a substituição deixar
transparecer que “precisou” do cargo para acalmar ou fazer sorrir um aliado,
até considerando o seu perfil fortemente politizado.
A
unidade vai ter sérios abalos e inevitáveis alterações, com o novo secretário
propondo um programa executivo de obras e de planejamento que tenha a “sua
cara” e não a cara do secretário que saiu.
Essa
medida, principalmente da forma como foi tomada, contaminou a cabeça dos
auxiliares que ficam entreolhando-se para procurando saber quem será o próximo.
É
verdade que o serviço que vinha sendo executado pelo secretário Monterrozzo não
vinha agradando muitos dos colegas de gestão, mas, principalmente, alguns
aliados que ainda não desceram do palanque eleitoral de 2014.
Tomara
que a medida melhore o desempenho do setor e que as obras estruturantes que
estão sendo tocadas sob a orientação da Secretaria de Transporte sejam equacionadas
e tenha os prazos prometidos respeitados.
Agora
isso tudo vai depender muito da aplicação do engenheiro Jorge Amanajás, aliás
bem mais do que as outras componentes próprias de uma gestão eficiente para
aquele setor da administração pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário