sábado, 30 de janeiro de 2016

Novos rumos para o carnaval amapaense

Rodolfo Juarez
Este ano as escolas de samba não vão passar na Ivaldo Veras e o Sambódromo vai ficar mudo, sem a torcida e sem o espetáculo de cores e arte que a população já se acostumou a admirar.
Uma decisão aparentemente oportunista da Liga das Escolas de Samba alinhou-se ao pensamento do Governo e apresentou como principal resultado o cancelamento do desfile das escolas de samba do grupo especial e do grupo de acesso.
Algumas escolas já estavam a meio caminho do desfile, com fantasias desenhadas e em elaboração, e todas já haviam definido o enredo, o samba de enredo e já estavam com os CDs do carnaval 2016.
No mesmo dia da tomada de decisão pelo cancelamento do desfile, a Liga e o Governo do Estado resolveram anunciar a criação de um grupo de trabalho para estudar as condições que possibilitasse, em 2017, a realização do desfile.
Os prováveis membros daquele grupo de trabalho foram lembrados durante a reunião, o que não foi lembrado, entretanto, pelo menos até agora, foi formalização do grupo, nem pela Liga das Escolas de Samba e nem pelo Governo do Estado.
Foi neste ambiente desfavorável que o radialista, empresário, compositor e cantor, Ivo Canutti começou um trabalho para reordenar os interesses do carnaval na visão externa às escolas de samba, visando proporcionar uma entrada triunfal, de todas as escolas, no novo contexto, se valendo do seu programa de rádio.
Está conversando com todos os ex-presidentes da Liga das Escolas de Samba e com profissionais especializados em gestão compartilhada, na busca de um ponto que possa ser convergente aos interesses das escolas, dos brincantes e dos amantes do carnaval amapaense.
Enquanto o Governo ou a Liga não formaliza o grupo de trabalho que se destinaria a estudar o atual momento da administração, das organizações carnavalescas e o gasto do dinheiro público, se constrói um massa crítica, segundo Ivo Canutti, para subsidiar qualquer proposta no sentido de não perder o “bonde da história” que colocou o carnaval amapaense como um dos mais importantes do Norte do Brasil.
Os brincantes e amantes do carnaval estão ansiosos por uma definição favorável ao Carnaval, onde todos os esforços despendidos sejam no sentido de garantir uma “virada” nas razões para um carnaval sustentável.
O cancelamento do desfile deste ano acabou provocando a criatividade, a inovação e a renovação, exatamente depois de várias dificuldades enfrentadas pelas organizações jurídicas que recebiam o dinheiro do contribuinte e não conseguiam prestar contas como exige a regra pública.
Trata-se de um problema indiscutivelmente gigante que envolve diretamente mais de 50 mil pessoas e indiretamente grande parte da população de Macapá.

Os novos rumos precisam ser definidos. O “barco” do carnaval precisa levantar os ferros e continuar a sua viagem pela estrada da alegria, distribuindo risos e felicidade por onde passar, independente das pessoas e das coisas. 

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