Rodolfo Juarez
Passei
estes últimos dias procurando uma conceituação para aquilo que o Governo do
Estado chamou de crise e utilizou para justificar muitos dos problemas que
foram se acumulando, represando soluções que, antes, pareciam fáceis de serem
encontradas e tiveram receita listada durante a campanha eleitoral de 2015.
Queria
saber como, em tempo de crise, se achata salário e aumenta o total da folha
bruta de pagamentos em 9,51% e ainda deixa os servidores públicos insatisfeitos
com o que recebem e com as condições que lhes são dadas para trabalhar.
Para
atender esses indicadores estava com dificuldades para conceituar esta “crise”
específica.
Quando
já começava a concluir as observações e, finalmente, conceituar a tal “crise”
desembarca na mesa de trabalho duas notícias importantes: uma pela vontade de
deixar tudo às claras – os novos números que definem as verbas de gabinete,
diárias estaduais, nacionais e internacionais e a cota parlamentar dos
deputados em 2016; e outra, referente a um projeto de lei que chegou aos
gabinetes dos vereadores de Santana, par ser votado em pleno recesso, e que
trata da modificação da atividade econômica da Companhia Docas de Santana.
Em um
dos parágrafos da “Mensagem ao Projeto de Lei Ordinária 001/2016”, assinada
pelo prefeito municipal de Santana Robson Santana Rocha Freires, fica destacado
o seguinte: “Antes de mais nada, é necessário refletir sobre alguns aspectos da
vida nacional onde está inserido o Porto. O Porto é o termômetro que mede a
temperatura da economia do país.”.
Não
entendi o que o prefeito quis dizer com esse palavreado logo no começo da
Mensagem, muito embora tenha informação de que os parâmetros que implicam nas
dificuldades nacionais são outros e que o município de Santana apresenta outras
exigências, completamente diferentes daquelas que poderiam se enquadra na
análise apresentada no citado parágrafo.
Analisando
o Projeto de Lei Ordinária encaminhado pelo chefe do Executivo Santanense é que
se percebe o que o prefeito está pretendendo.
E o que
ele está pretendendo afinal?
Não
consegui chegar ao exato ponto que pretende chegar o prefeito, mas, lendo o
projeto de lei, logo no artigo primeiro está explicito a ponte que pretende
construir para chegar ao objetivo. Diz o artigo primeiro da proposta: “Fica
modificada a atividade econômica da Companhia Docas de Santana – CDSA, Empresa
Pública para Sociedade de Economia Mista”.
Então
está ai a ponte: transforma a Companhia Docas de Santana em Sociedade de
Economia Mista.
Com
relação à atividade econômica, expressa e explicita no artigo primeiro do
projeto de lei, nos parece que há uma generalização exagerada uma vez que
atividade econômica refere-se ao labor da pessoa humana e não da pessoa
jurídica.
A
conceituação consolidada de atividade econômica: é o “conjunto de ações desenvolvidas pelos seres humanos no sentido de criar
condições materiais para sua sobrevivência, ou seja: é toda ação dos seres
humanos destinada a produzir, distribuir ou consumir riquezas, e dessa forma
satisfazer determinadas necessidades com objetivo final de criar condições para
a perpetuação da espécie humana e de sua sociedade”.
Outra questão a Sociedade de Economia Mista têm viés privado,
com o capital da empresa não podendo ser menor do que 51% das ações votantes.
O convênio 009/2003, firmado entre a União, através do
Ministério dos Transportes e o Município de Santana, com interveniência da
Companhia Docas de Santana, no inciso I, da Cláusula Décima Terceira, é
taxativo quando define: “São também condições do presente Convênio: I – a
Autoridade Portuária permanecerá sendo uma função pública não passível de
privatização”. A CDSA é a Autoridade Portuária.
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