domingo, 16 de novembro de 2025

Falta civismo e sobra cinismo.

Rodolfo Juarez

Não faz tempo que os brasileiros faziam questão de celebrar suas conquistas, festejar os conquistadores e se mostrar disposto a se alinhar a uma definição que levava a tudo isso ao civismo.

 As pessoas definiam o civismo como uma prática de valores e atitudes no cotidiano que demonstram respeito ao interesse público, às instituições e normas da sociedade, e o amor à pátria. Um termo que se entrelaça com a cidadania, designando o engajamento ativo do cidadão na vida pública para o bem comum.

O civismo chegou a abranger tanto manifestações simbólicas quanto ações práticas e até, identificar aspectos que estavam no centro forte do civismo brasileiro, com o cumprimento da legislação e das normas sociais como um aspecto fundamental do civismo, essencial para a harmonia e o bem-estar coletivo.

Nesta linha havia procedimentos que se refletiam no cuidado com o bem público e o patrimônio, com a proteção do patrimônio histórico, cultural, ambiental e os espaços públicos, como ruas, praças e instituições.

Esse cuidado se estendia à valorização dos símbolos nacionais como a bandeira, o hino nacional e as tradições históricas nacionais e locais. Havia dedicação aos interesses públicos e a participação estruturada na vida coletiva e nos processos democráticos, elementos-chave para o respeito, a interesse e a vontade de celebrar cada momento que pudesse contribuir para o desenvolvimento humano.

Os mais saudosos não perdem a oportunidade de destacar que havia a promoção de uma educação cívica com possibilidades de desenvolver a reflexão, a urbanidade e a probidade que, com forte componente ético era vista como essencial para formar cidadãos conscientes.

Outros qualificativos sociais, como empatia e urbanidade estavam sempre presentes nas relações interpessoais e o respeito pelos limites dos outros, fatores indispensáveis para uma convivência pacífica e civilizada.

Dessa forma o cidadão brasileiro tinha vontade em exercer o direito e dever cívico de participar das eleições, das comemorações nacionais como 7 de setembro, 15 de novembro e 19 de novembro e das comemorações locais, como 13 de setembro, dia da data magna do Estado do Amapá.

É dessa formação cívica que nascia, para o cotidiano, atitudes como respeitar às normas e a segurança coletiva, cuidar do espaço público e do meio ambiente, proteger o interesse público e combater a corrupção.

Se pode dizer que a população brasileira caminhava para além dos atos formais, através de uma virtude que se manifestava na conduta diária do cidadão responsável e engajado com o bem comum e os valores democráticos do país.

O que aconteceu com tudo isso? O que aconteceu com o civismo?

Amanhã, 19de novembro por exemplo, se comemoraria o Dia da Bandeira Nacional, hoje se estaria esperando a população para demonstrar respeito e orgulho de um dos seus maiores símbolos. Mas nada disso vai acontecer!

Aqui acola, como “ossos do ofício” não como civismo, vai se ter declarações do que representa a Bandeira Nacional.

A sociedade brasileira precisa mudar o rumo de seus interesses e o civismo pode ser o começo de muita coisa, inclusive resgate do amor e do respeito perdido pelo Brasil, seu povo e sua História. 

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Os 136 anos da Proclamação da República

Rodolfo Juarez

Amanhã, dia 15 de novembro os brasileiros celebram a Proclamação da República do Brasil. O acontecimento completa 136 anos, uma vez que que aconteceu no dia 15 de novembro de 1889.

A Proclamação da República foi o evento que marcou o fim da monarquia no Brasil e o início do regime republicano. Liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, o movimento foi realizado por militares e civis insatisfeitos com o governo do imperador Dom Pedro II, devido a fatores como o fortalecimento do exército e a questão abolicionista, que levou fazendeiros a se voltarem contra a monarquia. 

O Marechal Deodoro da Fonseca liderou o golpe militar que depôs o gabinete do governo imperial no Rio de Janeiro. A mudança de regime foi anunciada e a família real foi exilada para a Europa.

Os principais fatores que contribuíram para a crise da monarquia, entre outros, podem ser destacados; 1) a insatisfação militar que não estavam satisfeitos e queriam maior participação no governo; 2) a questão religiosa devido o desentendimento entre o governo e a Igreja Católica que ganhara importância nas decisões governamentais e, assim enfraqueceram o imperador; e 3) a abolição da escravidão em 1888 sem indenização aos fazendeiros o que causou o rompimento dos grandes proprietários.

Com a Proclamação da República o sistema de governo permitiu que os brasileiros passassem a ter mais participação nas decisões, com a eleição de presidentes pelo povo que escolheu o Marechal Deodoro da Fonseca para ser o primeiro presidente do Brasil, liderando um governo provisório. Prudente de Morais foi o primeiro presidente civil do Brasil e o terceiro da listra que começa com Deodoro da Fonseca (que renunciou) e Floriano Peixoto.

A história da república brasileira pode ser dividida em cinco períodos diferenciados pro suas características políticas e sociais distintas:

1) Primeira República (1889-1930), também nominada de República Velha, teve início com a Proclamação da República e foi marcada por grande instabilidade. A economia era predominantemente cafeeira.

2) Era Vargas (1930-1945): Iniciada com a Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha, foi um período de centralização do poder nas mãos de Getúlio Vargas. Foi marcada por transformações sociais e econômicas.

3) República Populista (1945-1964), também chamada de período democrático liberal. Essa fase foi caracterizada pela redemocratização, com a eleição de presidentes civis como Eurico Gaspar Dutra, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Foi um período de grande efervescência política e avanços econômicos, mas também de crescentes tensões sociais e políticas que culminaram no golpe militar.

4) Ditadura Militar (1964-1985), em 1964 houve o golpe militar que depôs o presidente João Gulart que havia assumido depois da renúncia de Jânio Quadros. Esse período foi marcado pela supressão de direitos políticos, censura, uso de atos institucionais (como o AI-5) e perseguição a opositores, embora a economia tenha passado por um período de crescimento.

5) Nova República (1985-atual), com o fim do regime militar e a eleição indireta de Tancredo Neves, que faleceu e não assumiu o cargo de presidente o que foi feito por José Sarney, o vice. A promulgação da Constituição de 1988, a Constituição Cidadã, trouxe novos momentos para a República que, nesse momento tenta se reinventar em meios aos desentendimentos entre os poderes, reclamações de procedimentos antidemocráticos e autoritários e um elevado índice de corrupção.  

domingo, 9 de novembro de 2025

Começou a COP30 em Belém do Pará

Rodolfo Juarez

Começou ontem, segunda-feira, dia 10 de novembro de 2025, em Belém do Pará, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, tendo como objetivo principal acelerar a ação climática global e a implementação dos compromissos estabelecidos no Acordo de Paris, com foco:

01 - Na limitação no aumento da temperatura global em 1,5°C acima dos níveis anotados no período pré-industriais;

02 - No fortalecimento e reforço os planos climáticos nacionais (NDCs) e na redução das emissões de gases de efeito estufa;

03 - mobilização para o financiamento climático, com discussões sobre como atingir a meta de mobilizar 1,3 trilhão de Dólares para projetos e políticas climáticas, especialmente para países em desenvolvimento;

04 – Desenvolvimento da transição energética, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e expandindo o uso de fontes renováveis;

05 - Aumento da capacidade de adaptação e fortalecimento do processo de avaliação das  mudanças climáticas, solidificando a arquitetura do projeto; e

06 - Dar destaque à Amazônia e aos povos originários, na oportunidade da realização da conferência em Belém, no Pará, para simbolizar a importância da floresta no equilíbrio climático global.

Lembremo-nos que a  superfície do planeta Terra é composta por aproximadamente 70% de água e 30% de terra firme e que, dos 70% do total de água do Planeta, 97% dessa água está  nos oceanos e mares e, apenas, 3% da água do Planeta é doce e, menos de 1%, está disponível em rios, lagos e águas subterrâneas para consumo imediato.

Dos 30% da superfície do planeta Terra as florestas cobrem, apenas, cerca de um terço da área terrestre do planeta, o que equivale a aproximadamente 10% da superfície total da Terra.

A COP 30 corresponde à 30.ª Conferência do Clima organizada pela ONU - Organização das Nações Unidas e que traz como um dos seus principais assuntos de referência o Acordo de Paris, aprovado no dia 12 de dezembro de 2015 e que teve a cerimônia de assinatura no dia 22 de abril de 2016 e entrou em vigor no dia 4 de novembro de 2016.

Os Estados Unidos retiram-se formalmente do acordo em janeiro de 2025 e, em seguida, ainda em 2025, a Argentina anunciou a sua saída. Iêmen, Irã e Líbia não assinaram o acordo.

Apesar de muitos países participarem, o mundo está longe de cumprir as metas visam alcançar os objetivos do Acordo de Paris, uma vez que a temperatura global continua crescendo ano a ano já tendo ultrapassado o limite de 1,50ºC no ano passado. Estima-se que a saída de países como importantes como os EUA e a Argentina pode gerar uma desestabilização política no acordo.

A expectativa do governo brasileiro é de que a COP30, Conferência das Partes da Convenção-Quadro da Nações Unidas sobre Mudanças do Clima demonstre que

a política climática global ainda é capaz de gerar resultados num mundo marcado por escassez de recursos, descrédito institucional e polarização

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Os incrédulos podem vir para a COP30, em Belém - tudo está pronto!

Rodolfo Juarez

A pergunta insistentemente feira por pessoas de outros estados brasileiros, inclusive algumas que nunca estiveram em Belém ou qualquer outro estado do Norte do Brasil era: “Belém vai estar pronta para receber a COP30 em novembro?”

Pois bem, autoridades brasileiras, inclusive as paraenses, afirmaram esta semana que Belém conseguiu atingir as metas planejadas e está pronta para a COP30, que começa oficialmente na próxima segunda-feira, dia 10 de novembro, mas que, desde ontem, dia 6, sedia a Cúpula dos Líderes, organizada pela Presidência brasileira, que não tem caráter deliberativo mas tem a proposta de avaliar o comprometimento político das potências globais com os desafios atuais.

O embaixador Maurício Lyrio, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente, esclareceu que o objetivo inicial é fornecer um “norte” político para a COP e acrescentou que um documento final será gerado apenas na conferência principal, apesar da presença de 143 delegações, incluindo nomes como Emmanuel Macron (França), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e Ursula von der Leyen (Comissão Europeia), foram registradas ausências notáveis com a dos Estados Unidos, por exemplo, que não enviarão representantes políticos significativos, e o presidente Donald Trump não compareceu.

Pode-se dizer que a cidade finalizou os preparativos prometidos e as autoridades, incluindo o Ministro do Turismo, garantem que a capital paraense está pronta para receber o evento global. 

Os principais realizações executadas, segundo as autoridades paraenses, foram as seguintes:

Infraestrutura e Obras 

As obras de infraestrutura foi concluída, especialmente no Parque da Cidade, o local principal da conferência, onde as obras dos pavilhões estão terminadas. Investimentos federais e estaduais anunciam que as obras foram finalizadas ao custo de mais de R$ 5 bilhões aplicados na modernização urbana.

Aeroporto e Porto 

O Aeroporto Internacional de Belém recebeu R$ 450 milhões em melhorias e ampliação. O Terminal Portuário de Outeiro foi reformado em tempo recorde para receber embarcações de apoio.

Hospedagem 

Para lidar com a demanda de cerca de 60 mil pessoas esperadas, navios transatlânticos chegaram para reforçar a rede hoteleira, que demonstrou dificuldades em agosto.

Mobilidade e Segurança

Um plano de mobilidade integrada foi organizado e um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi emitido, transferindo o comando da segurança pública para militares, em coordenação com as forças locais, para garantir a ordem durante o evento.

Atmosfera 

A cidade está decorada com murais e vive um clima de expectativa, com pontos turísticos restaurados e prontos para receber visitantes dos mais de 140 países. As autoridades afirmam que o evento deixará um legado duradouro em termos de infraestrutura e visibilidade para a cidade e para a Amazônia.

Capital do Brasil

Belém será a capital do Brasil entre 11 e 21 de novembro de 2025, período em que a cidade sedia a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças do Clima, a COP 30.

A lei que prevê a mudança foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União (DOU) na terça-feira, 04/11. A transferência da capital federal de Brasília para Belém fica vigente apenas durante os dias do evento.

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

A esrutura da COP30 e as pretesões dos representantes amapaense na Conferência

 

A estrutura da COP30 e as pretensões dos representantes amapaenses.

Rodolfo Juarez

Esta semana marca a abertura da COP30, em Belém do Pará, com a realização da Cúpula de Líderes. Quinta-feira, dia 06/11, e sexta-feira, dia 07/11, são dois dias reservados para Conferência definir prioridades sobre florestas, energia e financiamento climático.

A programação prevê para o primeiro dia a chegada dos líderes e a recepção pelo governo brasileiro. Nesse primeiro dia, além da abertura com sessão solene da Plenária Geral, que acontecerá pela parte da manhã, logo depois do almoço será realizada a primeira sessão temática com o tema Clima e Natureza: Floresta e Oceanos.

No segundo dia, sexta-feira, duas sessões temáticas estão previstas: uma pela parte da manhã tratando da transição energética e outra, à tarde, quando serão debatidos os avanços e retrocesso do Acordo de Paris: NDCs e Financiamentos.

A Cúpula dos Líderes tem o objetivo de funcionar como uma espécie de “prévia política” da Conferência do Clima da ONU, que ocorrerá entre 10 e 21 de novembro. Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a cúpula marcará o momento em que os chefes de Estado darão o “termo de referência” para orientar as negociações da COP.

 Na quarta-feira, um dia antes do Começo da Cúpula dos Líderes o presidente do Brasil prevê reuniões bilaterais com outros líderes estrangeiros antes de abrir oficialmente a cúpula. Segundo o Itamaraty, os encontros bilaterais só serão divulgados no dia do evento por questões de segurança diplomática.

O Acordo de Paris certamente entrará em debate em todas as cúpulas, pois trata-se de um acordo firmada pelas maiores economias do mundo e poucos aderiram ao cumprimento de suas cláusulas. É  um tratado internacional, juridicamente vinculativo, que visa limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2°C, buscando esforços para mantê-lo em 1,5°C, e fortalecer a capacidade de lidar com os impactos das mudanças climáticas. Para isso, os países signatários devem apresentar planos nacionais para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. 

Ora, "juridicamente vinculativo" significa que um ato, acordo, contrato, norma ou decisão possui força obrigatória sob a lei. Isso estabelece um vínculo jurídico que gera direitos e obrigações, e as partes envolvidas são legalmente compelidas a cumprir os termos ou determinações estabelecidos.

O Governo do Amapá planeja ter uma participação ativa e estratégica na COP30, com o objetivo de atrair investimentos sustentáveis, promover a bioeconomia e destacar o estado como um modelo de conservação ambiental. 

Entre as principais estratégias e ações estão incluídas a apresentação do Plano de Sociobioeconomia: O governo concluiu oficinas de trabalho para elaborar um plano de sociobioeconomia, que está pronto para ser apresentado durante a conferência em Belém. O objetivo é mostrar oportunidades de negócios verdes em áreas como madeira certificada, óleos essenciais, cosméticos, fármacos e fruticultura.

Também propõe atrair investimentos mostrando que o Estado possui cerca de 97% de sua floresta nativa preservada e planeja usar a COP30 como vitrine para atrair investidores interessados em projetos sustentáveis que gerem emprego e renda para a população local.

Se vai dar certo ou se o Amapá será ouvido, o tempo dirá, mas já sabe antecipadamente que depende, e muito, da Cúpula onde seus representantes terão oportunidade de apresentar os seus planos e as suas propostas.

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

As tensões que o Brasil enfrenta contribuem para um clima de instabilidade

Rodolfo Juarez

Por operação policial poderíamos entender como um conjunto de atos coordenados, executados de forma planejada e em caráter sigiloso, desencadeados a partir de um levantamento prévio de informações, com um objetivo definido e específico, conexos a uma investigação em curso.

A discussão desta semana ficou por conta dos acontecimentos havidos no Rio de Janeiro quando em uma dessas operações policiais resultou com mais de 100 mortos e outros tantos feridos.

Uma pergunta se repetiu em muitos cantos e recantos do País questionando se o Brasil corre risco iminente de entrar em uma guerra civil.

Ainda dá para responder que Brasil não corre risco iminente de guerra civil, mas enfrenta desafios significativos como a polarização política e tensões sociais que podem ser confundidas com a possibilidade de um conflito armado generalizado. A análise de especialistas, considerando a realidade brasileira, aponta que uma guerra civil, com exércitos em combate, é bastante improvável.

São prevalentes os fatores que indicam um risco baixo para uma guerra civil, entre eles o controle das Forças Armadas, uma vez que o exército brasileiro mantém o monopólio da força no país, diferentemente de cenários onde grupos armados rebeldes possuem poder de combate significativo. Isso impede a formação de campos de batalha convencionais.

Outro fator é a estrutura institucional que, pesar dos desafios, as instituições democráticas brasileiras ainda funcionam. Embora a polarização política seja intensa, a violência não escalou para um nível que configure um conflito armado aberto, bem como não se registra evidências de que potências estrangeiras estejam dispostas a apoiar financeiramente ou com armamento um lado ou outro em um conflito interno no Brasil. 

Embora a guerra civil seja improvável, o Brasil enfrenta tensões que contribuem para um clima de instabilidade, como:

Polarização política: A divisão acentuada entre diferentes espectros políticos é um desafio persistente, com pesquisas indicando que a população mostra sinais de cansaço com o debate político raso.

Risco de autoritarismo: Análises mais antigas já alertavam para um possível declínio na qualidade das instituições democráticas, mas sem evoluir para um conflito armado.

Crise de credibilidade: Declarações falsas sobre a iminência de uma guerra circulam na internet, alimentando a desinformação. Em 2024, áudios de militares de alta patente discutindo a possibilidade de uma guerra civil para evitar a posse do presidente eleito em 2022 vieram a público, indicando uma crise institucional.

Tensão econômica: Fatores como desaceleração econômica, inflação e alta nos juros, somados às preocupações com as contas públicas, contribuem para um cenário de incerteza em 2025.

Tensão social e desigualdade: Apesar da queda recente no índice de desigualdade de renda em 2024, as disparidades sociais persistem, e os mais ricos ainda concentram grande parte da riqueza nacional. A ONU também alertou, em outubro de 2025, para a necessidade de o Brasil romper com o ciclo de extrema brutalidade em operações policiais.

 

domingo, 26 de outubro de 2025

A saúde pública no Estado do Amapá continua assim:"trocando pneu com carro andando".

Rodolfo Juarez

O Governador do Amapá, Clécio Luis, já propunha em seu Plano de Governo, isso durante a campanha eleitoral de 2022, documento que integra, obrigatoriamente, o rol de documentos que devem ser apresentados quando do pedido registro da candidatura para concorrer àquele cargo naquele ano, já deixava claro e entendia que o setor saúde pública do estado merecia uma atenção especial, necessitando de imediatos socorros e medidas urgentes para que o setor não colapsasse.

Depois de vencer as eleições no primeiro turno de votação teve oportunidade de analisar, profundamente, a situação e concluir que a situação era mais grave e mais urgente de que havia sido imaginado durante a elaboração do Plano de Governo, juntado quando do registro da candidatura.

Decidiu então, ouvido os auxiliares que havia escolhido para participar da transição de governo, que o mais eficaz seria instalar, desde o primeiro dia como chefe do Governo do Amapá, o seu gabinete de trabalho no ambiente mais complicado que receberia do governo que saia – a saúde pública.

E assim fez!

Reformas estruturais, funcionais, de método de atendimento, de modo de relacionamento, de aspecto e tudo o que era possível fazer no modo “trocando pneu com o carro andando” buscando dar uma resposta rápida ao que elegeu para receber prioridade urgentíssima e emergencial, apresentando como fator demonstração a desocupação dos corredores do Hospital de Emergência Oswaldo Cruz, o HE.

Foram 30 messes de ininterruptas obras, com melhorias significativas no controle de entrada, nas avaliações estratificadas, na qualificação do pessoal, na modernização dos equipamentos, mas, tudo isso, não foi suficiente para acabar com a ocupação dos corredores do HE, como se fosse uma estação de espera por uma vaga em um dos leitos de uma clínica especializada.

Nesse tempo mudou o modo de gestão para setores específicos, aumentou o número de leitos no HE e no HCAL, garantiu o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, transferindo a gestão de alguns módulos da saúde para empresas sem fins lucrativos, assinando contratos de prestação de serviços com as OSs.

No começo de outubro deste ano de 2025, entretanto, se instalou um vendaval na gestão da saúde com os prestadores de sérvios, os mais diversos, resolvessem, quase que simultaneamente, cobrar dívidas decorrentes de contratos com o atual governo como de governos anteriores, desde Camilo Capiberibe, passando pelos dois mandatos de Waldez Góes.

Sociedade Beneficente São Camilo São Luis, Uninefro Amapá, e tantos outros comunicaram que iriam paralisar o atendimento na semana seguinte ao comunicado. O caos se instalou, desespero total dos pacientes e familiares, oposição dançando sobre as dificuldades e querendo respostas.

O fato é que as dificuldades no setor continuam como antes. Agora com a espera pela ampliação do atendimento emergencial com a construção do novo pronto socorro, o efetivo funcionamento do Hospital Universitário.

Por enquanto, o velho e disponível Hospital de Clinicas Alberto Lima, o HCAL é aquele que vem atendendo, com os funcionários do estado e equipes contratadas e uma programa que chamam de Zera Fila, a qual parece interminável e cada vez maior. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

O Acordo de Paris, sob intensa pressão, modifica as metas

Rodolfo Juarez

O Acordo de Paris está sob intensa pressão. Essa informação é sustentada pelos relatórios recentes, 2025, da Organização das Nações Unidas (ONU), muito embora o Acordo tenha apresentado progressos em áreas como energia renovável, o mundo continua muito distante da meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

A avaliação atual revela uma grande lacuna entre os compromissos dos países e as ações necessárias. 

São muitos os desafios a serem vencidos, uma vez que as constatações atuais, apesar do Acordo de Paris exigir que os países submetam Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e cada vez mais ambiciosas a cada cinco anos, a maioria dos compromissos atuais ainda é insuficiente.

Há atrasos na submissão de novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), uma vez que, em meados de 2025, a maioria dos países signatários ainda não havia atualizado suas metas climáticas para a próxima década, como esperado para o final do ano. Isso coloca em risco o ciclo de ambição quinquenal do acordo.

Os relatórios mais recentes do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indicam que as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) continuam crescendo, em vez de diminuírem.

A tendência de aquecimento atual coloca o planeta em uma trajetória de aumento de temperatura de cerca de 2,7°C até o final do século, superando em muito a meta de 1,5°C.

O financiamento para nações em desenvolvimento continua sendo um grande ponto de discórdia. Na COP29 de 2024, a meta de ajuda financeira alcançada foi considerada "insignificante" por muitos países em desenvolvimento, que estão entre os mais vulneráveis aos impactos climáticos. A necessidade anual de financiamento para nações em desenvolvimento está estimada em US$ 1,3 trilhão até 2035.

A saída e o retorno de grandes economias ao acordo, como a dos Estados Unidos em 2025 (programada para 2026), causam incerteza e podem impactar a cooperação global.

Mas nem tudo foi muito difícil e se pode vislumbrar pontos de progresso e esperança como o avanço em energia renováveis uma vez que houve crescimento significativo na capacidade de energia limpa, como a solar e a eólica, o que é um ponto positivo, embora ainda precise ser acelerado.

A COP29 de 2024 avançou na aprovação de regras para o Artigo 6 do Acordo de Paris, que trata da regulamentação do mercado global de créditos de carbono.

Como anfitrião da COP30 em 2025, o Brasil tem uma oportunidade de liderar pelo exemplo. O país se comprometeu a apresentar metas mais ambiciosas para 2035, com o objetivo de reduzir as emissões em até 67% em relação aos níveis de 2005.

No entanto, a implementação efetiva dessas políticas e o controle do desmatamento na Amazônia continuam sendo desafios cruciais. 

A próxima Conferência do Clima (COP30) no Brasil será um momento crítico para avaliar os progressos. O relatório de 2025 da ONU reforça a urgência de aumentar a ambição e a ação concreta. A pressão sobre os governos é grande para que transformem compromissos em ações reais, foquem na transição para energias renováveis e na eliminação dos subsídios a combustíveis fósseis.  

domingo, 19 de outubro de 2025

De andador e cadeira de rodas , mas, "vivinho da silva".

Rodolfo Juarez

Daqui a dois dias completo um mês em que fui submetido a uma operação invasiva pela equipe do Dr. Dniel Consoni (CRM-3360/AP), ortopedista e traumatologista do Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal). A cirurgia foi de artroplastia total do quadril devido à fratura do colo do fêmur esquerdo.

Uma cirurgia é considerada invasiva quando envolve o corte de tecidos ou a penetração em cavidades do organismo para fins diagnósticos ou de tratamento, expondo órgãos internos. Geralmente, esses procedimentos exigem acesso direto ao local, podendo ser caracterizados por grandes incisões, maior trauma tecidual e recuperação mais lenta, como contrastado com os métodos minimamente invasivos, que utilizam incisões pequenas.

A mobilidade ficou absolutamente reduzida, com extrema dificuldade para realizar o mais simples do deslocamento. Desde o quinto dia pós-cirurgia, estou contando com um andador (equipamento que não conhecia) e uma cadeira de rodas (do meu conhecimento).

Tenho um agravante para esse tratamento: sou paciente renal crônico (PCR), fazendo hemodiafiltração três vezes por semana, quatro horas por vez; e um atenuante, confio na habilidade dos profissionais que estiveram na elaboração do diagnóstico e na realização da cirurgia.

A seguir, resumidamente, datas e acontecimentos.

23.06.2025 – Segunda-feira: Data do escorregão na calçada em frente ao Escritório de Advocacia  que causou um estiramento muscular grau 2 nos músculos da coxa esquerda.

27.06.2025 – Sexta-feira: Data do agravamento da situação clínica do advogado provocado por uma sucessão de cãibras

02.09.2025 – Terça-feira: Com dificuldades para caminhar, em plena atividade no escritório de advocacia, se choca violentamente com um dos vértices da mesa de trabalho e como resultado registra a fratura o colo do fêmur esquerdo.

13.09.2025 – Sábado: Levado de ambulância para o HE (Hospital de Emergência Oswaldo Cruz), em Macapá. Primeiros atendimentos dão a confirmação do prognóstico anterior – fratura do colo do fêmur

15.09.2025 – Segunda-feira: Realizado no HE de exames complementares confirmaram o prognóstico inicial – fratura no colo do fêmur esquerdo.

16.09.2025 – Terça-feira: Transferência para e admissão no Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal) para marcação do dia e hora da cirurgia.

20.09.2025 – Sábado: Realizada a cirurgia de artroplastia total do quadril pela equipe do médico (ortopedia e traumatologia) Dr. Daniel Consoni CRM 3360/AP.

23.09.2025 – Terça-feira: O paciente recebe alta hospitalar (em bom estado geral) às 18:00 horas para vir para residência na Coaracy Nunes, n.º 87, para continuar o processo de recuperação seguindo as orientações médicas. Foi fornecido ao paciente 01 (um) resumo de alta, 03 (três) receituários simples e 01 (um) encaminhamento psicológico, considerando o adoecimento prolongado do paciente.  Os comprovantes estão listados a seguir com os respectivos documentos.

 

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

A alta complexidade e a espera pelo programa "Zera Fila"

 Rodolfo Juarez

As administrações públicas e privadas dos diversos sistemas de saúde e nas diversas gestões, dividem, desde a triagem, os atendimentos médicos em baixa, média e alta complexidade, correspondendo aos diferentes níveis de organização e intensidade dos serviços de saúde a serem prestados em cada caso.

Essa classificação é utilizada na estruturar da rede de atendimento, garantindo que os pacientes recebam os cuidados adequados ao seu problema, desde a atenção primária (baixa complexidade) em postos de saúde, passando por serviços especializados (média complexidade) em ambulatórios e hospitais, até os procedimentos mais avançados e de alta tecnologia (alta complexidade) em centros de referência. Essa divisão, segundo os administradores do setor, permite otimizar recursos, direcionar os pacientes para o local mais adequado ao seu caso, e assegurar um atendimento integral e contínuo.

A baixa complexidade ou atenção primária é o primeiro ponto de contato do paciente com o sistema de saúde, focada na prevenção e promoção da saúde. Engloba serviços como consultas básicas, exames de rotina e orientações de saúde em Unidades Básicas de Saúde (UBS). Geralmente, os procedimentos são mais simples e não exigem equipamentos de alta tecnologia.

A médica complexidade ou atenção secundária envolve atendimento especializado com profissionais como cardiologistas e ortopedistas, abrange o diagnóstico, tratamento e procedimentos como pequenas cirurgias e exames mais elaborados em ambulatórios e hospitais, bem como a demanda por profissionais especializados e o uso de alguns recursos tecnológicos. 

A alta complexidade ou atenção terciária refere-se a procedimentos que exigem alta tecnologia, custo maiores e equipes especializadas, muitas vezes de diferentes especialidades, incluindo cirurgias cardíacas, tratamentos oncológicos, transplantes e internação em UTI, por exemplo. Esses serviços são realizados em hospitais especializados, com o paciente necessitando de acompanhamento após a intervenção.

Essa classificação é importante porque permite a criação de uma rede de saúde hierarquizada, com fluxos de referência e contrarreferência, para que o paciente seja direcionado ao nível de atenção adequado à sua condição, além de ajudar no gerenciamento que precisa ser de forma eficiente, direcionando os serviços e equipamentos mais sofisticados para onde são realmente necessários.

Além disso, o atendimento integral garante que todos os níveis de cuidado estejam integrados, do contato inicial com a atenção primária aos tratamentos mais avançados da alta complexidade de tal forma que assegure que os pacientes tenham acesso a cuidados qualificados e eficientes, promovendo o direito à saúde para toda a população. 

Programas como o “Zera Fila” não pode ser um programa de governo. O “Zera Fila”, do Governo do Amapá, foi anunciado com o objetivo  reduzir a longa espera por cirurgias eletivas, especialmente as que estavam represadas há anos.

Ora, só o fato de ser anunciado como um programa para acelerar o agendamento e a realização de cirurgias já contraria a necessidade e a urgência dos pacientes que estão sofrendo e, na espera do que passou a ser chamado de “mutirão”.

A alta complexidade, onde está a maioria dos pacientes em espera pelo “Zera Fila”, é tão urgente como os demais níveis, entretanto, os pacientes que estão prometidos pelo “Zera Fila” ainda enfrentam um problema adicional – remarcação de procedimentos e a insegurança no cumprimento dos prazos anunciados.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Sete de Setembro: os candidatos a déspota vão ter que esperar outra encarnação

Rodolfo Juarez

Quando nasci, em 19 de maio de 1946, já havia se passado 124 anos do dia em que o príncipe regente, D. Pedro I, às margens do rio Ipiranga, na cidade de São Paulo, deu o "Grito da Independência", no dia 7 de setembro de 1822 marcando a Proclamação da Independência do Brasil de Portugal.

De lá para cá outros 79 anos se seguiram e há 71 anos venho participando diretamente, desde os 9 anos de idade, das comemorações desse acontecimento, como marco histórico fundamental para a nação brasileira, celebrando o dia em que foi proclamada a separação do Brasil de Portugal e a instauração do Brasil como uma nação independente, marcados por desfiles cívicos-militares, celebrações cívicas e momentos de reflexão sobre a história do país, a cidadania e a identidade nacional.

Hoje, como antes, se sabe que D. Pedro de Alcântara, o Príncipe Regente, não chegou sacando da espada, gritando “independência ou morte”, houve antes um longo processo iniciado por D. João VI, pai de D. Pedro de Alcântara, especialmente depois da designação de José Bonifácio de Andrade e Silva, funcionário da Coroa Portuguesa, para assessorar D. Pedro, seu filho.

José Bonifácio de Andrada e Silva foi decisivo na independência do Brasil por sua influência sobre D. Pedro I, a quem aconselhou a ficar no Brasil e romper com Portugal em 1822 o que foi declarado no dia 9 de janeiro de 1822 no episódio conhecido como “o Dia do Fico”. Por sua liderança política e militar, José Bonifácio passou para a História com o codinome de Patriarca da Independência 

Ele foi o arquiteto do projeto de independência, defendendo a manutenção da monarquia constitucional com D. Pedro I no poder com o objetivo de evitar fragmentação do território brasileiro, tendo sido fundamental na organização da defesa do país, inclusive com o apoio do Almirante Cochrane. 

Em 1821, a Corte Portuguesa exigiu o retorno de D. Pedro a Lisboa e foi José Bonifácio, a pedido do príncipe regente do Brasil, quem escreveu uma carta que o influenciou a permanecer no Brasil, o que culminou no episódio do "Dia do Fico" e na decisão pela independência.

Após a independência, José Bonifácio foi nomeado ministro de Negócios Estrangeiros quando organizou as ações militares para combater os focos de resistência à separação de Portugal, contando com a ajuda de importantes figuras como o almirante Thomas Cochrane.

Thomas Cochrane defendeu e consolidou a independência na Bahia, no Maranhão, no Pará e no Piauí, trabalhando para expulsar as forças portuguesas e restabelecer a ordem política e administrativa naquelas províncias do Brasil contra os grupos que ainda eram leais a Portugal. 

Foi José Bonifácio que, em 1823, propôs a construção de uma capital no Planalto Central para a sede do governo, ideia que visava a integração do território, algo que só se tornou realidade mais de um século depois, com a construção de Brasília. 

 Passados todos esses anos, estudando regimes para conhecer ou convivendo com eles, conhecendo estadistas como  Juscelino Kubitschek, entreguistas como João Gulart, presidentes do período da ditadura militar, presidente da transição e que fez de tudo para permanecer no cargo, até chegar no atual estágio de um presidente que não se preocupa com a base de uma nação feliz – a paz social.

Estamos em um momento de extrema preocupação política com a desobediência conveniente da Constituição Federal vigente, com brasileiro agindo contra o Brasil para enfrentamento de um governo que age contra a população brasileira.

Por outro lado, o Brasil é uma grande nação, muito maior que os sonhos dos candidatos a déspota ou aproveitadores de suas riquezas. Há 203 anos o Brasil é um país com vocação democrática e isto tem que ser honrado e mantido a qualquer custo.

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Dia da Amazônia e Dia da Raça, o simbolismo do 5 de setembro

Rodolfo Juarez

O dia 5 de setembro não se constitui em uma celebração nacional. Aqui no estado do Amapá e no estado do Maranhão, a data de 5 de setembro tem tradição por marcar o início do que se convencionou chamar de Semana da Patria. 

O dia 5 de setembro, no Amapá é o momento dos desfiles escolares, especialmente da escola infantil e de 1.º grau para, no dia 7 de setembro, serem o momento do desfile das forças de segurança. As celebrações da Semana da Pátria se estendem até o dia 13 de setembro, quando se comemora a Data Magna do Estado do Amapá, com desfile que se tornaram memoráveis e que agora, competindo com outras programações oficiais e não oficiais, sua importância tem sido desleixada, principalmente pelas autoridades da educação do Estado.

A associação da primeira data, 5 de setembro, decorre do “desfiles do Dia da Raça”, uma comemoração cívica que visa – ou visava -, enaltecer a identidade cultural brasileira e os imigrantes que contribuíram para a formação do povo. 

No restante do Brasil, o dia 5 de setembro é comemorado como o Dia da Amazônia, uma data para a conscientização sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e os impactos do desmatamento e da poluição. Como o território do Estado do Amapá integra a Amazônia, há uma interligação entre as duas celebrações.

As celebrações do Dia da Raça e do Dia da Amazônia visam reconhecer e valorizar a diversidade de raças e etnias que compõem a formação do povo brasileiro, como negros, brancos, indígenas e asiáticos. O dia também tem como objetivo enaltecer a contribuição dos imigrantes para a formação da "raça brasileira". 

O Dia da Amazônia celebra, também, a importância do bioma com o propósito de conscientizar a população sobre a relevância da floresta Amazônica para o planeta. O Dia da Amazônia serve, também, para que se faça uma reflexão sobre os impactos negativos das ações humanas, no desmatamento e na poluição, procedimentos que afetam a fauna e a flora do bioma.

No estado do Amazonas, por exemplo, o dia 5 de setembro é feriado estadual em homenagem à elevação do Amazonas à categoria de província, em 1850.

A região Amazônica terá, daqui a dois meses, um momento para ser observada por todos. A partir do dia 7 de novembro, em Belém, no estado do Pará, começa e se estende até dia 21 a COP 30, a 30ª Conferência das Partes (Conference of the Parties), a reunião anual da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

O evento reunirá líderes mundiais, cientistas, e representantes da sociedade civil para discutir e definir estratégias globais de combate às mudanças climáticas, com um foco particular na importância da Amazónia para o clima global.

A COP é o órgão decisório da UNFCCC, a convenção estabelecida na Conferência Rio-92, que ocorre anualmente desde 1995 para debater e negociar ações contra as mudanças do clima. A convenção será, pela primeira vez, realizada no Brasil e na Amazônia, um bioma crucial para a regulação do clima mundial.

Além das discussões políticas e diplomáticas na Zona Azul (oficial da ONU), a COP30 terá uma Zona Verde aberta ao público para promover inovações, diálogo e conexão com soluções sustentáveis e a sociedade civil.

O Brasil, como anfitrião, tem o compromisso de fortalecer o multilateralismo e a implementação do Acordo de Paris. A COP está dividida, assim, em duas áreas principais: a Zona Azul, onde ocorrem as negociações oficiais entre países, e a Zona Verde, um espaço para a sociedade civil, empresas e ONGs discutirem e apresentarem soluções. A ideia é aproximar a agenda climática da população e promover o engajamento democrático e a pluralidade de vozes no debate.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Eleições 2026: No Estado do Amapá, as duas vagas para o Senado estão abertas

 Rodolfo Juarez

Faltando 31 dias para a inauguração do ano eleitoral 2026, que começa no dia 4 de outubro de 2025 e vai até o dia 25 de outubro de 2026, os partidos políticos se preparam para apresentar candidatos para os 40 cargos públicos que estarão em disputa no dia 4 de outubro de 2025 no Amapá, sendo que apenas duas das chapas para governador e vice, as que obtiverem o maior número de votos, terão que voltar, no dia 25 do mesmo mês para a disputa final.

As vagas estão assim distribuídas; 1 vaga para governador e 1 vaga para vice-governador; e vagas para senador, duas vagas para 1.º suplente de senador e 2 vagas para 2.º suplente de senador; 8 vagas para deputado federal e 24 vagas para deputado estadual.

Hoje vamos analisar as 2 vagas para o Senado da República.

Os eleitores amapaenses elegeram os primeiros senadores, e foram logo 3, no ano de 1990 e, depois foi seguindo a regra comum a todos os estados de, alternativamente, serem eleitos, a cada 4 anos, 1 e 2 senadores respectivamente, todos com mandato com 8 anos de duração. A única e necessária exceção ocorreu durante as eleições de 1990 quando foram eleitos 3 nomes de uma vez. Naquela oportunidade o mais votado exerceu o mandato de 8 anos e os dois seguintes, o 2.º colocado e o 3.º colocado, exerceram um mandato de 4 anos. José Sarney foi o mais votado, seguido de Henrique Almeida (2.º colocado) e Jonas Pinheiro (3.º colocado).

Além de José Sarney (PMDB), Henrique Almeida (PFL) e Jonas Pinheiro (PTB), os eleitores daqui do Estado do Amapá elegerem mas 7 candidatos para exercer o cargo de Senador da República: Gilvan Borges (PMDB), Bala Rocha (PDT), Papaléo Paes (PTB), João Capiberibe (PSB), Randolfe Rodrigues (PSOL e REDE), Davi Alcolumbre (DEM e União Brasil) e Lucas Barreto (PTB).

José Sarney, até agora, foi o mais longevo representante do Amapá no Senado da República, exerceu o mandato por 24 anos. Seguido por Randolfe Rodrigues, está no exercício do segundo mandato consecutivo e com 14 anos e 7 meses no exercício. Davi Alcolumbre, também no exercício do segundo mandato, com 10 anos e 7 meses.

Davi Alcolumbre foi o que teve o maior percentual de votos nas eleições havidas: 47,88% nas eleições de 2022, quando obteve 196.798 votos. Por outro lado, Randolfe Rodrigues foi o candidato que obteve o maior número de votos nominais: 264.798, nas eleições de 2018, quando disputou a eleição pela Rede Sustentabilidade, muito embora tenha obtido a marca de 46,20% dos votos. Na eleição de 2018 foram eleitos dois senadores, o outro foi Lucas Barreto.

Nas eleições de 2026, os dois senadores eleitos em 2018, Randolfe Rodrigues e Lucas Barreto, um pela Rede Sustentabilidade, Randolfe Rodrigues, e o outro pelo PTB, Lucas Barreto, mudaram de partido. O primeiro filiou-se ao PT e o segundo, Lucas Barreto, devido a fusão do PTB com o Patriotas, criando o PRD, foi para o PSD.

Randolfe Rodrigues (PT) e Lucas Barreto (PSD) estão no imaginário do eleitor como candidatíssimos à renovação do mandato. Desta feita terão disputando os mesmos votos o atual Ministro da Integração Regional, Waldez Góes (PDT), e Raissa Furlan (PODEMOS).

Os partidos estão em ebulição neste momento e todos trabalham para definir os nomes dos filiados que vão disputar os votos dos eleitores amapaenses no primeiro domingo de outubro.

Comparando as condições eleitorais dos atuais dois senadores que vão disputar a reeleição, e segundo as pesquisas divulgadas, Lucas Barreto apresenta mais chances do que Randolfe Rodrigues.

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

O lado B da 54.ª Expofeira do Amapá

Rodolfo Juarez

Amanhã começa um das maiores apostas dos apoiadores do governador do estado, Clécio Luis, e dele mesmo, objetivando a consolidação de prestígio na frenética busca por apoio político da população. É o que muitos estão observando...

Depois do sucesso de público e mídia que teria sido apurado na avaliação dos resultados decorrentes da quinquagésima terceira expofeira, realizada no mesmo período do ano passado, a repetição deste ano se impôs e pode confirmar que se trata de um bom caminho para consolidar popularidade e aceitação, uma questão que está preocupando os apoiadores e o próprio governador, devido a barreira que está se antepondo, de forma muito clara, se as pretensões estiverem buscando a repetição do sucesso político-eleitoral havido em 2022.

Sabe-se que as feiras de negócios e entretenimento combinam elementos de festa, celebração e atividade comercial. Além disso, oferecendo um espaço para negócios, com exposição de produtos, networking, vendas, bem como entretenimentos como cultura, lazer e confraternização.

As feiras também promovem o crescimento de negócios e a inovação ao conectar empresas, e dar oportunidades para celebrar conquistas, criar conexões e apresentar novidades de forma memorável.

A perspectiva das feiras de negócio, entretanto, não podem perder de vista o seu propósito comercial, o seu objetivo principal que é a exposição de produtos e serviços para gerar ventas e novos negócios, ou seja, incentivar vida própria para aqueles que ainda estão procurando caminho, buscando sua vocação.

No ambiente de uma feira de negócios, como se está divulgando a 54.ª Expofeira do Amapá, um ambiente para networking e parceria são fundamentais para empresas estabelecerem contato com clientes, fornecedores, distribuidores e influenciadores, fortalecendo as relações comerciais e fechando parcerias.

Também os espaços para inovação e lançamentos devem ser garantidos e criadas condições para que as marcas os utilizem para lançar novos produtos, demonstrar tecnologias e apresentar inovações, muitas vezes com experiências sensoriais e tecnológicas.

As feiras podem incluir momentos de festa e celebração, mas precisam ter um objetivo além do entretenimento e do lazer, considerando que se trata de uma das partes de maior custo do evento, como também deve estar fazendo parte de uma data comemorativa da região, do estado ou da cidade como, por exemplo, o Dia da Ração, o Dia da Independência e o dia da Data Magana do Estado.

A combinação de negócios com elementos de festa e entretenimento precisa ser muito bem ajustado e, se assim for, tem chances de criar experiências marcantes e memoráveis para os participantes, inclusive os organizadores. Momentos de descontração e socialização entre equipes e diferentes participantes, pode fortalecer os laços e contribuir para o sucesso geral da feira.

A experiência acumulada, apesar de ser esta a 54ª Feira do Amapá, ainda não aponta que o sucesso do evento tem repercussão direta no sucesso das pretensões subjetivas (se é que têm) daqueles que idealizaram o modelo do evento.

No momento mais parece uma disputa de prestígio político e, se isso se confirmar, ou seja, se se tratar de um evento para que o eleitor faça comparação entre um momento e outro como, por exemplo, o Macapá Verão 2025 e a 54.ª Expofeira do Amapá, ai pode não atingir o objetivo.