Rodolfo
Juarez
Esta
semana marcou a passagem do Dia do Engenheiro. Eventos sociais foram realizados
para marcar o dia 11 de dezembro que aqui no Amapá, não faz muito tempo, era
motivo de muitas festas pelas conquistas alcançadas durante o ano e pela
satisfação de ser um profissional influente e que apresentava resultados para a
sociedade e recompensando a confiança que recebia e o trabalho que tinha a
satisfação de desenvolver.
O
engenheiro, de um modo geral, se caracteriza pela maneira cartesiana como trata
suas atribuições devido a sua formação sustentada por uma ciência exata e que
premia a competência na busca do resultado.
As
competências e resultados, diretamente vinculados ao engenheiro, foram perdendo,
aos poucos, a sua importância para os que passaram elaborar os chamados planos
de poder, cheios de artifícios e nem sempre voltados para atender
primordialmente o interesse público.
Ao que
parece a exigência dos profissionais da engenharia não se enquadraram nas
diretrizes dos planos de poder dos políticos que ganhavam a primazia de poder
definir tudo, entendendo que não precisavam obedecer às funções conforme as
suas regras. Muitos dos que aceitaram a imposição se decepcionaram com a nova
relação e com a forma de gerenciar os recursos públicos.
A
questão avançou devorando todos aqueles que pretendiam exercer na plenitude a
sua profissão, mesmo mal pagos e tendo que, para sobreviver, se submeter ao
comando de pessoas não habilitadas para cuidar das questões públicas que
precisam do engenheiro para resolvê-las com eficiência.
A
Engenharia passou a receber tratamento discriminatório por parte dos
administradores públicos, como aqueles que “atrapalham” quando não concordam
com a medição de uma obra ou que propõe punição para o empreiteiro “amigo do
governante” por não cumprir o contrato na forma e termos que assinou.
A
formação do engenheiro exige que ele seja obediente aos parâmetros técnicos
exibidos nos manuais, desde os mais simples até os que carregam complexidade,
conforme a exigência da obra ou serviço.
O
abandono do engenheiro pelas administrações públicas, principalmente no Estado
do Amapá, apresenta resultados profundamente chocantes com prejuízos
financeiros e sociais de significação que remontam a casa do absurdo.
Obras
paradas por todas as partes do Estado e com as mais diversas finalidades
retratam a irresponsabilidade de dirigentes que não cuidam, de forma alguma,
dos recursos que o Estado coloca nas mãos desses dirigentes. É um bota fora de dinheiro
que impede a população usufruir dos benefícios que a obra ou o serviço trariam
para todos na cidade ou no campo.
Os
esqueletos de edificações e o mau trato das rodovias são os atestados dessa
falta de controle e do próprio profissional engenheiro.
Parece
que os engenheiros perderam a confiança dos que detêm o poder considerando a
forma como são tratados. São mal pagos e subordinados a profissionais de áreas
do conhecimento que estão muito distante da Engenharia.
O
exemplo está na Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado do Amapá para
a qual foi nomeado um profissional estranho à engenharia e logo no órgão do
Governo do Estado que simboliza a Engenharia e o engenheiro. Mas esse
desprestígio se alonga pelas veias da administração pública que faz questão de
ficar longe dos engenheiros.
Um dia
o engenheiro amapaense haverá de se impor pelo conhecimento, pela sua
importância social e principalmente, pela sua maneira de interpretar o
interesse público que sabe, não pode ser repartido com o interesse privado.
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