sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

A Engenharia e o engenheiro no Estado do Amapá

Rodolfo Juarez
Esta semana marcou a passagem do Dia do Engenheiro. Eventos sociais foram realizados para marcar o dia 11 de dezembro que aqui no Amapá, não faz muito tempo, era motivo de muitas festas pelas conquistas alcançadas durante o ano e pela satisfação de ser um profissional influente e que apresentava resultados para a sociedade e recompensando a confiança que recebia e o trabalho que tinha a satisfação de desenvolver.
O engenheiro, de um modo geral, se caracteriza pela maneira cartesiana como trata suas atribuições devido a sua formação sustentada por uma ciência exata e que premia a competência na busca do resultado.
As competências e resultados, diretamente vinculados ao engenheiro, foram perdendo, aos poucos, a sua importância para os que passaram elaborar os chamados planos de poder, cheios de artifícios e nem sempre voltados para atender primordialmente o interesse público.
Ao que parece a exigência dos profissionais da engenharia não se enquadraram nas diretrizes dos planos de poder dos políticos que ganhavam a primazia de poder definir tudo, entendendo que não precisavam obedecer às funções conforme as suas regras. Muitos dos que aceitaram a imposição se decepcionaram com a nova relação e com a forma de gerenciar os recursos públicos.
A questão avançou devorando todos aqueles que pretendiam exercer na plenitude a sua profissão, mesmo mal pagos e tendo que, para sobreviver, se submeter ao comando de pessoas não habilitadas para cuidar das questões públicas que precisam do engenheiro para resolvê-las com eficiência.
A Engenharia passou a receber tratamento discriminatório por parte dos administradores públicos, como aqueles que “atrapalham” quando não concordam com a medição de uma obra ou que propõe punição para o empreiteiro “amigo do governante” por não cumprir o contrato na forma e termos que assinou.
A formação do engenheiro exige que ele seja obediente aos parâmetros técnicos exibidos nos manuais, desde os mais simples até os que carregam complexidade, conforme a exigência da obra ou serviço.
O abandono do engenheiro pelas administrações públicas, principalmente no Estado do Amapá, apresenta resultados profundamente chocantes com prejuízos financeiros e sociais de significação que remontam a casa do absurdo.
Obras paradas por todas as partes do Estado e com as mais diversas finalidades retratam a irresponsabilidade de dirigentes que não cuidam, de forma alguma, dos recursos que o Estado coloca nas mãos desses dirigentes. É um bota fora de dinheiro que impede a população usufruir dos benefícios que a obra ou o serviço trariam para todos na cidade ou no campo.
Os esqueletos de edificações e o mau trato das rodovias são os atestados dessa falta de controle e do próprio profissional engenheiro.
Parece que os engenheiros perderam a confiança dos que detêm o poder considerando a forma como são tratados. São mal pagos e subordinados a profissionais de áreas do conhecimento que estão muito distante da Engenharia.
O exemplo está na Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado do Amapá para a qual foi nomeado um profissional estranho à engenharia e logo no órgão do Governo do Estado que simboliza a Engenharia e o engenheiro. Mas esse desprestígio se alonga pelas veias da administração pública que faz questão de ficar longe dos engenheiros.
Um dia o engenheiro amapaense haverá de se impor pelo conhecimento, pela sua importância social e principalmente, pela sua maneira de interpretar o interesse público que sabe, não pode ser repartido com o interesse privado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário