Rodolfo
Juarez
Depois
de seis anos da instituição da Zona Franca Verde, através de lei federal, foi
assinado o decreto regulamentador para que a atividade se materialize e se
constitua em alternativa de desenvolvimento para as regiões onde essas zonas
serão implantadas.
Além do
Amapá estavam na mesma espera os estados do Amazonas, do Acre e de Rondônia que
agora contam com as condições especiais e tratamento diferenciado para
desenvolver-se, utilizando incentivos fiscais e o capital externo à aqueles
estados em que poderão ser instalados os projetos incentivados.
Trata-se
de um procedimento equiparado àquele realizado quando da aprovação da Área de
Livre Comercio de Macapá e Santana, aliás, com a possibilidade dos mesmos
incentivos: tanto federal como estadual.
O
funcionamento da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana também dependia do
decreto regulamentador da atividade incentivada, delineação das condições e do
perímetro em que se realizaria aquele comércio. A interpretação da primeira
inversão do decreto pela Receita Federal criou uma série de impedimentos para,
depois, chegar ao estágio atual.
Naquela
oportunidade o processo era conduzido pela iniciativa privada,
prioritariamente, com a participação do setor público, que unido, funcionava
como um facilitador para as ações empresariais.
Agora,
com relação à Zona Franca Verde, que exige operadores industriais e, por
conseguinte, de maior capacidade econômica, a condução do processo está sendo
pretendida pelo setor público que, ao que parece se constituir em um erro
primário, pois, em regra, o setor público, devido às necessidades eleitorais
dos seus condutores principais, exige resposta imediata, em tempo que não possa
ultrapassar o mandato que está cumprindo, pois, na maioria das vezes, pretendem
esses mandatários, tirar todos os “dividendos” possíveis deste projeto como de
qualquer outro.
As
disputas fatiadas em tendências ou lideranças políticas em nada contribuem para
a consolidação de um processo que, a partir de agora, passa a ser administrado,
com relação ao Amapá, à longa distância, mas propriamente a partir de Manaus,
onde a gerência principal do projeto está localizada, isto é, nos intrincados
escaninhos da Suframa.
As
autoridades políticas, antes de imaginar que os resultados estão no que foi
feito até agora, erram redondamente, pois, a parte que interessa para a
população e, por extensão, aos eleitores, ainda não está acionada e, se não
tomar cuidado, ao invés de servir de impulsão na motivação das campanhas
eleitorais, servirá de freios invencíveis se os resultados não forem claramente
demonstrados.
A Zona
Franca Verde vai - muito mais do que a Zona de Livre Comércio -, precisar de
capital, ou seja, da participação do empresariado, desta feita da indústria,
que sabemos não se haver com essa tradição no Estado.
Então,
é preciso cativar os detentores do capital que estão fora do Amapá e, para
isso, é preciso apresentar condições no mínimo equivalentes a de outros centros
competidores, mesmo sem dispor de condições incentivadas. Condições que estão
apoiadas na estruturação do Estado para receber esses empresários e seus
capitais.
A
Administração amapaense não está acostumada ou preparada, ao que me parece,
para exigências desse tipo, principalmente para evitar a invasão de capital
especulativo e que vem primeiro para confundir a economia local e por razões
razoavelmente óbvias, conduzidas pelo desconhecimento.
Um dos
problemas é a terra, ou melhor, a propriedade da terra. O outro é o respeito ao
trabalho incentivado do setor privado que, se não contar com um sistema público
preparado poderá destruir as portas de entrada de outros agentes econômicos
para o desenvolvimento local.
A Zona
Franca Verde será eficaz se compreendida pelas autoridades públicas locais,
doutra forma pode ser mais um amontoado de frustrações.
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